Lunar Amar

Pintura de Leslie Allen (Adelaide, Austrália) chamada "Romantic Swim"

Em plena madrugada
numa noite enluarada,
estamos a sós...
A praia é para nós.

O nosso amor
é como a lua cheia no céu a brilhar.
O nosso louvor
se destaca com o nosso brilho no mar.

O nosso calor
se diferencia da gélida água,
Porém nossa dor
se aproxima desse mar pela mágoa.

A dificuldade, sem hipocrisia, é inerente
ao amor não inocente,
Pois percebe do outro a imperfeição
e entre ambos a inevitável distinção.

Assim como o mar
que guarda uma grande capacidade de amar
compreendendo o universo como é
e aceitando a vida como der e vier.

Seja Sol ou tempestade,
Seja tsunami ou furacão,
o mar permanece no mesmo lugar em ação
porque sabe amar tal como é a realidade.

A realidade não é apenas flores pelo caminho.
Também há de se reconhecer seu tanto de espinho
para que a vida seja integralmente respeitada
e como é sem ilusões nem inflexões aprimorada.

Em meio aos meus devaneios,
em seu corpo e alma, eu passeio
em meio ao nosso amor cheio por ser florido e espinheiro,
eu não "sou" seu se não for também meu por inteiro.

Referência: Antes de fazer essa poesia, eu li uma reportagem de psicologia na Revista Corpo &Mente. Quando achar o nome, eu coloco aqui para vocês. Eu me inspirei também um pouquinho na teoria da Melanie Klein, outra teórica da psicologia que gosto muito. Além disso, a minha inspiração mais que inicial tenha sido a palavra Integração.

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