Indigente
Rondo um parque
Com o Sol ao entardecer
Somente sendo aquilo que me pertenço
Me esbarro na incerteza sóbria do momento
Extendido na minha frente
Sem conseguir atropelar os meios
Que me prendem a uma loucura insustentável
De me render a uma emoção desenfreada
Que repreendo com chicotada.
Antes fosse força de outrem que seja tão intrometido que pudesse julgar
E de uma forma esperta escapar do cativeiro,
Eu mesma me repreender é mais ainda desafiante surpreender-me
Com tamanha emoção
Que um pensamento aparece pra contorná-la
E socorrer-me numa ação bizarra e um tanto antissocial
Que é por exemplo estar num parque com tantos animais
E simplesmente cagar ali como eles…
Como humana e animal selvagem, primitivo e rude envergonho-me,
Só que aí vejo os animais naturalmente fazendo isso,
Tento acolher-me naquilo que precisei fazer
Para sobreviver nesse momento.
Afinal de contas, todo o ser humano, independentemente da condição, precisa defecar.
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