Temporariamente Muda


Por dois dias, muda
Pela sinusite,
Que fez minha voz acabar.
Me senti uma burra
Sem poder nada opinar nem comentar.

As pessoas me ignoraram
Como se eu fosse uma inútil e incompetente.
As pessoas me esqueceram
porque eu estava deficiente.

E pensar que vivi por poucos dias
O que, para os mudos, é constante em sua rotina.
O valor da minha voz reconheci e agradeci. 
Muita compaixão por quem não tem voz eu senti e sofri.

Tem mudo que anseia a todo instante que sua voz volte
E deseja que seja apenas uma sinusite forte.
Tem mudo que entende que a voz não vai voltar
E se adapta a sua realidade sem se inferiorizar.

A vitória está em agradecer 
tudo o que é possível ter
Porque na vida, o sofrimento será bem-vindo 
Sempre que você quiser a ele se prender. 


Comentário: Esse poema é uma homenagem às mudas e à voz. 

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