Gargamenração
A Garganta
Acumula,
Suga,
Entope,
Engole
Num nó
Que só o pó
Fica a mente
Numa fadiga intermitente.
A mente
Confunde,
Funde,
Rígida,
Fria
num nó
Que fica o pó só
Por não saber como e se pode pensar
De outras maneiras a se desenrolar
O próprio falar...
O coração
Descolore,
corroe,
Entorpece,
Entristece
Num nó
Que se torna pó
De cinzas sem empatia nem autenticidade
Muito menos amorosidade ou calorosidade
Sem saber porque está pensando tudo isso
Por estar encobrindo o que está sentindo.
Mente, coração e garganta
São nossa grande aliança
Que quando alinhadas,
Somos nós mesmos,
Mas quando disfarçadas ou negadas,
Por nós e/ou pelo outro e/ou ambiente,
Se não for algo consciente ou evidente,
Pode nos deixar numa agonia intermitente.
Rogo ao Universo
Para que eu possa ser eu
Em toda a minha dimensão
E que as pessoas sejam elas
Pelo bem da gargamenração.
Suplico
E insisto
Que o que cada um é tem valor,
Mesmo que seja para a gente acompanhar
Ou perder a força no caminhar,
Se não for recíproco,
Amigo
Ou inimigo.
Mesmo que, de todo jeito, eu saiba
Que, do meu lado, nem toda a gente caiba,
Pois aí realmente e infelizmente é mais restrito
Já que prezo tentar ser recíproco,
Ouvindo a gargamenração
Da garganta, mente e coração
De cada um, pois senão, é nó pelo pó
De ser só
Ao viver numa constante, angustiante
e estranha ilusão...
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Documento da poesia
Poesia feita inspirada nas frases de Amatuzzi, um psicólogo brasileiro que eu amo e que eu tive o prazer de conhecer.
Neologismo palavra inventada por mim
Para a aliança entre sentir, pensar e dizer...
Uma vital trindade de uma unidade
Que confere espontaneidade e chave
da nossa autoestima
Para nos salvar, na medida do possível, da agonia e fadiga.