Postagens

Mostrando postagens de agosto, 2020

Barco à Deriva

Imagem
Vejo um barco parado no meio do mar como o meu eu desanimado sem vontade de continuar. É um barco sem motor, sem bússola nem âncora prestes a se inundar de dor seja aonde for que corra. Ele pode ir para qualquer lugar pela força do vento que continuará parado sem conseguir se deslocar com o mesmo sentimento que o adoecerá. O barco à deriva permanece E num pesar cultural se enfraquece aos olhos daqueles velozes que passam por ele mais "fortes". Os outros barcos o olham e seu motor quebrado reprovam dizendo que é um incompetente, fraco e incapacitado vivente. Eles veem a vida como uma empresa por não entenderem a não lucrativa tristeza do barco na azulada imensidão do céu e do mar na depressão. O barco sem empatia e autenticidade fica à deriva se desconectando da interna e humana energia da vida, que o faria escolher por si mesmo ligar o motor e fazer as coisas sem obrigação e mais amor. E assim ele está por aí nesse momento como o bar

Ao Som do Tango

Imagem
O olhar profundo e intenso  Revela o segredo do desejo. Dois corpos despertam a paixão Com o fogo incandescente da sedução. Embalados por faíscas e chamas, Dançam em cima de suas camas Compenetrados nos passos à beira de beijos e amassos. Eu os vejo deslizando pela cama numa euforia, E percebo que não é deles; é minha a fantasia Porque sou apenas um solitário bandoneonista que toca um instrumento E que deseja não mais tocar e sim, dançar em sua cama neste momento.... Beatriz Nahas Essa poesia foi feita para interagir com o soneto de Sonia Azevedo que é uma amiga de muitos anos do Recanto das Letras. Link: https://www.recantodasletras.com.br/sonetos/7035843

Sara Punida

Imagem
Sara Punida ( prosa poética/ conto) Sara tenta esquecer o que aconteceu, mas não é possível porque as lembranças estão na sua mala como roupas amarrotadas. As roupas dão indício do que fez e de onde esteve. Mas a mala está trancada. Ninguém pode saber... Sara não contou diretamente para ninguém o que aconteceu por puro receio do que pudessem dizer. Com certeza, a julgariam e não a entenderiam, mas é a verdade: Sara viu a morte... As roupas dela estavam encharcadas de angústia ou culpa. Sim... Seria possível?! Podem-se dizer que as roupas dela estavam encharcadas do sangue que escorria do seu braço auto-mutilado, violentado, punido por agir... Afinal, quando errava, merecia ser punida... Tão insuficiente assim não queria mais viver... Mas Sara só conseguia ver que estava encharcada de angústia ou culpa. Sara tentou se matar e chegou a ver a morte de muito perto. Ela guardou no armário do seu quarto escuro seu segredo numa mala trancada pela vergonha de confessar seu desejo de se matar.

Quarto Escuro

Imagem
O quarto escuro me convida a falar de frente em frente com a grandiosa ferida que abri na minha mente. O cobertor me abraça para eu chorar nele todinho me mostrando não estar sozinho quando minha ferida ataca. O travesseiro me vigia quando minha mente sentia vontade de literalmente sumir, pois ele a faz se ouvir. O quarto escuro em que escuto vozes pesadas contra meu mundo se transforma num quarto mudo. E passo a ouvir o escuro do silêncio de poder me ouvir por um tempo como se me queimasse num incêndio, mas estivesse viva por um momento... Eu tento transformar na minha mente o quarto escuro na minha frente como se fosse um novo quarto, mas, às vezes, é em vão porque há um buraco no meu coração... 

Boneca numa Bolha

Imagem
Me sinto pesada como se fosse culpada de tudo o que as pessoas sentem com algo que fiz e que elas lamentem... Qual é o meu lugar? Eu quero respirar. Posso fazer escolhas? Me sinto em bolhas. Me sinto numa caixa da loja, numa bolha por me tornarem uma boneca sem opinião. Me sinto presa na prateleira sem escolha, por porcelanizar e plastificar um coração... ´E triste para mim carregar a impossibilidade de me entregar às minhas decisões que beiram às preocupações... Se me veem como uma boneca, eu vou deixar cair a peteca, não mantendo pelo desgaste psíquico contato com quem se comunica assim comigo. Por favor, não me vejam como uma boneca negando minha escolha se matando ou me julgando por ela, Pois isso me faz sentir numa bolha. 

Futuro Amor

Imagem
Quero falar com você, Meu amor futuro que ainda não encontrei. Tenho muito amor para lhe dar. Tenho muitos sonhos a cumprir. Antes que aja para se matar, saiba que estou esperando nosso encontro. Mesmo que demore, Estarei te esperando... Mesmo que acabemos amando e, muitas vezes, nos machucando com umas ou outras coisas, umas ou outras pessoas, tudo vai valer a pena quando nos encontrarmos e dermos nosso primeiro beijo... Por isso, te peço paciência e... Me espere... Terceira poesia surrealista clássica feita a partir dos fundamentos do "Manifesto surrealista" do André Breton.  Não foi inspirada na música abaixo, mas escrevi a poesia acima escutando a música que acredito que tenha uma atmosfera linda como música de fundo realmente.  Esse é um cover da música "From this moment on" da cantora Shania Twain. 

Quero Ser

Imagem
Foto abstrata de Josh Adamski Quero ser uma poesia Para poder tocar seu coração. Quero ser uma melodia Para te envolver numa paixão. Quero ser o sol Que toca em ti mesmo distante. Quero ser um girassol Que faz você sorrir radiante. Me sinto como uma chuva que não pode cair Ou como um dia sempre nublado. Como uma amiga continua a insistir Em me ver cada vez mais de lado. Quero ser a música agora Que acaricia outros ouvidos! Me valorizarei indo embora Evitando mais choros repetitivos. A chuva e o sol se encontrarão Num arco-íris no meu coração. O encontro será no instante em que eu achar Um amor forte o bastante para durar... O arco-íris fará valer a dor De cada passado amor... O arco-íris iluminará mais a minha vida Já por mim mesma bem iluminada e aquecida… A poesia foi inspirada na música "Quisiera Ser" do RBD. Eu amo RBD. Meu blog não seria meu blog se não tivesse músicas do RBD. Tem várias poesias que já fiz inspirada nas músicas da banda por esse motivo. Quero

Fuga

Imagem
Segunda Poesia Surrealista Clássica.  Vontade de fugir para qualquer lugar Sem precisar Ninguém culpar Nem me refrear. Vontade de partir Inteiramente sozinha, Sendo a sombra a minha companhia. Imagino um lugar branquinho.   Fantasio um lugar completamente novo Em que vozes falam comigo. Seriam vozes de árvores altas e esbeltas? Seria a voz de uma árvore seca, pequena e ovelha negra? Seriam vozes das pedras pretas e rígidas? Seria o som das gaivotas livres voando no céu? Seria o som do meu eu perdido? Se assemelha a uma voz interna Ora baixa ora alta, Ora fina ora grossa, Ora livre ora presa. Estou a procura da minha voz por aí… Estou a procura do silêncio sonoro de um ser indefinível.   Foto de Josh Adamski 

O Soldado George - dueto 5 com Rômulo Reis Oliveira

Imagem
Ele virou as costas para o inimigo Em meio a um massacre sangrento Carregando duas crianças puras consigo Em contraste com o cenário violento. Ele com o seu gesto nobre de amor Que expressou pelo seu semelhante Mesmo num ambiente de puro terror Salvar alguém foi mais importante. Numa guerra ferozmente impiedosa, Em que se contabilizava inúmeros assassinatos, Surgiu uma íntegra alma bondosa Tão humana nos seus grandes atos. O soldado George fez diferença Mostrando na batalha ser mais forte Preservar a vida foi a sua sentença Muito maior que o desejo de morte. Uma gota de sangue foi poupada Pelo Soldado George neste instante Em que a humanidade foi recuperada ao se sacrificar em nome do futuro adiante... Rômulo Reis e Beatriz Nahas.