Inquieta Timidez
Vejo
que o
Medo
Viciou em não me deixar reconhecível por mim
Viciou em não me deixar reconhecível por mim
Me reprimindo,
Me reduzindo,
Me detraindo
Até um irrelevante não eu por fim.
A timidez me dá receio
De ser o que sou
Pelo julgamento alheio.
De ser o que sou
Pelo julgamento alheio.
Mas, ao mesmo tempo,
Sei que não devo
sentir essa covardia,
sentir essa covardia,
Que, tristemente, às vezes,
arrasta o meu dia-a-dia
para um lugar instável
e precário
de liberdade
e da minha verdade.
Teimo em dizer:
O temor não é parte de mim.
Vem de fora para se adentrar assim
Como um penetra numa festa
que me faz sentir superior ou inferior aos outros
que me faz sentir superior ou inferior aos outros
E por isso, eu devo expulsá-lo, mas como?
Argh
Como expulsar o pavor tão insistente
decentemente?
Fito as nuvens.
Toco algodão.
Cheiro alfazema.
Conto meu dilema.
Conto meu dilema.
Elas acham graça
Da minha desgraça.
Em forma de coração,
uma nuvem me diz
Para eu me amar
Tal como aos meus semelhantes
Tal como aos meus semelhantes
e assim, esse medo irá me libertar
em instantes.
em instantes.
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