Memória dos Injustiçados


Você se lembra da mulher violentada,
da negra explorada,
da pobre ignorada,
da bruxa queimada?

Você se lembra do sábio envenenado,
do revolucionário esquartejado,
do poeta exilado,
E do cidadão silenciado?

A lista não acaba por aí.
São muitos os injustiçados
Para acharmos
que existe um fim.

Para quê lembrar de algo triste assim
de quem nem mais existe por fim?
Deve ser lembrado o trauma
Para que, na esfera legal
e na conduta social,
a agonia passada
seja considerada
e a injustiça não mais desacate nenhuma alma. 

Referência: Poema inspirado no trecho do texto “Justiça e Memória – Para uma crítica ética da violência” da Org. Castor M.M.B.Ruiz da editora Unisinos, 2004.
“O passado da barbárie ou da injustiça há de ser lembrado como condição da justiça do presente. Sem a recordação da barbárie passada, das suas vítimas, não há justiça no presente.”

Comentário: Para fazer as duas primeiras estrofes, pensei da Maria da Penha, Joana D`arc, Sócrates, Tiradentes, no Chico Buarque e nos cidadãos injustiçados em geral.

Comentários