Santa Paciência
Inconsequentemente
a vista para toda a gente.
Parado
no meio-fio
Como um objeto perdido no rio.
Ele quer atravessar a rua,
mas ninguém o nota nessa espera dura!
Carros apressados para o trabalho
de lá pra cá,
De cá pra lá
E ele ali parado.
Sem poder escapar
Berra de tanto chorar,
pois ninguém mais o nota.
Ele é um verme sem volta.
Os anos vão andando
e os carros continuam o ignorando...
Ninguém mais o ouve nem o vê tão pouco
Porque precisam cumprir a típica agenda do ano.
Então, algum dia, quem sabe,
eu darei atenção a ele.
Está nos meus planos
Mas, só em um dia, sem enganos!
Por favor, tenha santa paciência!
Minha agenda têm várias outras urgências!
E você? Enquanto você vive,
o que te aflige?
O que poderia ser o verme triste,
que ignorar você insiste?
O que poderia ser que sofre com sua indiferença
e negligência?
Só tome cuidado!
O tempo passa rápido!
Quando cumprir toda a sua agenda diária,
no outro dia, haverão outros compromissos
e assim indo, indo e indo,
nunca acabarão as urgências,
mas certeza que acabará logo a santa paciência!
Comentário: Fiz pensando no idoso quando é negligenciado e isolado pela família, mas dá para pensar no mendigo, e etc. Deixei aberto para a interpretação de cada um.
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