Jangada Precária
Rumo ao mar por uma precária jangada
deixa o pescador, uma pobre alma,
em desespero
Pelo medo
De não voltar do mar traiçoeiro.
Rumo ao mar por uma precária jangada
Pelas chuvas bruscas deixa sua esposa preocupada.
Ela reza para que a jangada seja forte
E que possa burlar a morte.
Rumo ao mar por uma precária jangada
Com trabalhadores unidos e esforçados de corpo e alma
Para um peixe bom trazer
e pelos sobreviventes companheiros a Deus agradecer.
Rumo ao mar por uma precária jangada
mas quando apareceu a chuva, a jangada foi fraca...
Foi a principal culpada! Uma estúpida fracassada!Ao meio ela foi quebrada!
A jangada não aquentou
o tranco,
deu adeus aos pescadores e deixou
a senhora aos prantos...
Almas desesperadas!! Almas injustiçadas!!
Clamam em desespero, com tristeza e raiva no peito
Pelo que o pobre precisa enfrentar
Para sobreviver nesse maldito lugar!
"Não vá, José!"- Sua esposa bem que lhe disse
por ficar sempre tão triste.
Tanto Maria insistiu
e com José discutiu,
Mas ele persistiu,
pois a responsabilidade do sustento da casa
Nele demais pesava...
Fazia sacrifícios todo dia
Para a sociedade e sua família!
E agora que ele se foi, como será a vida?
Maria está completamente perdida!
Sente dor e saudade do seu amado!
E espera que volte logo aos seus braços!
Oh, Deus! Por quê tal tragédia com tão boa gente?
Traga José agora de volta urgente!
Maria culpa Deus por não ter atendido
seu chamado, sua oração, seu suplício.
Ela sabe que a jangada era precária,
mas em Deus demasiadamente ela confiava!
Era para Ele que ela fervorosamente orava!
Todo minuto! Toda hora! Todo dia! Até se cansava!
Deus responde a mulher
que ela deve olhar a sua volta quando puder.
A sociedade em que vive não é perfeita.
Ela deve fazer o possível para que entenda
que os avanços sociais são vagarosos
e que Deus não é o culpado por eventos perigosos
causados pela sociedade que ainda está em intelectual e moral atraso.
Almas ternas e sábias devem aproveitar o aprendizado
das tragédias que são ao homem obstáculos
Para que se busque evitar a repetição de injustos assassinatos
e que seja possível aprimorar a sociedade com louvor
em respeito àquelas vítimas de tanto atraso social e de tanta dor...
A dor vagarosamente vai diminuindo,
uma saudade mais amena vai sentindo
e na senhora Maria vai surgindo
uma grande esperança e fé paciente
De no tempo de Deus encontrá-lo novamente!
Vossa excelência, um dia, vai voltar!
A senhora acredita que com José ela vai se reencontrar
No dia do juízo depois dele ter descansado no paraíso
Pelo tanto que ele se dedicou ao nosso sorriso,
e por fim, até ofereceu a sua vida em sacrifício...
José era um homem bondoso
E bastante generoso!
Assim será lembrado pela família que verá sua morte
Como uma atitude nobre
De um corajoso homem
Que lutou toda sua vida para honrar seu nome.
Nome de um pescador valente
E sempre sorridente
Que pensava mais nos outros do que em si mesmo
E que fazia o possível aos seus amigos do peito.
O que pensou em seus últimos minutos?
O que sentiu antes de partir desse mundo?
José temia pelo futuro da sua família;
se eles iam abandonar por ele suas vidas...
Ele queria que continuassem fazendo o possível
não o culpando por esse ocorrido.
Ele temia pelos seus pareceiros pescadores...
Sonhava ansioso com um navio para fazer sentido suas dores.
Antes de partir,
Um pensamento aliviou sua preocupação e o fez sorrir:
Teve plena certeza que esse sofrimento
Um dia vai ter, sim um fim...
Foi Deus quem a ele garantiu
o futuro pelo qual sorriu
graças a senhora que, com inúmeras preces, tanto a Ele pediu,
Mas pela revolta ela nem viu
Que Deus agiu
Para pouco a pouco amenizar
a mágoa dele e de tantas almas injustiçadas
que se perderam rumo ao mar
pelas precárias jangadas.
Jangada Precária
Rumo ao mar por uma precária jangada
deixa o pescador, uma pobre alma,
em desespero
Pelo medo
De não voltar do mar traiçoeiro.
Rumo ao mar por uma precária jangada
Pelas chuvas bruscas deixa sua esposa preocupada.
Ela reza para que a jangada seja forte
E que possa burlar a morte.
Rumo ao mar por uma precária jangada
Com trabalhadores unidos e esforçados de corpo e alma
Para um peixe bom trazer
e a Deus agradecer
Com todos os guerreiros, amigos companheiros,
tendo conseguido sobreviver.
Rumo ao mar por uma precária jangada
mas quando apareceu a chuva, a jangada foi fraca...
Foi a principal culpada!
Uma estúpida fracassada!
Ao meio ela foi quebrada!
A jangada não aquentou o tranco,
deu adeus aos pescadores e deixou a senhora aos prantos...
Almas desesperadas!!
Almas injustiçadas!!
Clamam em desespero!
Clamam com tristeza e raiva no peito
Pelo que o pobre precisa enfrentar
Para sobreviver nesse maldito lugar!
"Não vá, José!"- Sua esposa bem que lhe disse
por ficar sempre tão triste.
Tanto Maria insistiu e com José discutiu.
Mas a responsabilidade do sustento da casa
Nele demais pesava,
e então ele persistia, persistia e persistia...
Fazia sacrifícios todo dia
Para a sociedade e sua família!
E agora que ele se foi, como será a vida?
Maria está completamente perdida!
Sente dor e saudade do seu amado!
E espera que volte logo aos seus braços!
Oh, Deus! Por quê tal tragédia com tão boa gente?
Traga José agora de volta urgente!
Maria culpa Deus por não ter atendido
seu chamado, sua oração, seu suplício.
Ela sabe que a jangada era precária,
mas em Deus demasiadamente ela confiava!
Era para Ele que ela fervorosamente orava!
Todo minuto! Toda hora! Todo dia! Até se cansava!
Deus responde que a sociedade em que vive não é perfeita.
Ela pode fazer o possível para que entenda
que os avanços sociais são vagarosos
e que Deus não é o culpado por eventos perigosos
causados pela sociedade que ainda está em intelectual e moral atraso.
Almas ternas e sábias escolhem aproveitar o aprendizado
das tragédias que são ao homem obstáculos
Para que se busque evitar a repetição de injustos assassinatos
e que seja possível aprimorar a sociedade com louvor
em respeito àquelas vítimas de tanta dor...
Ele temia pelos seus amigos pescadores...
Sonhava ansioso com um navio para fazer sentido suas dores.
Antes de partir, um pensamento aliviou sua preocupação e o fez sorrir:
Teve plena certeza que esse sofrimento
Um dia vai ter, sim um fim...
Foi Deus quem a ele garantiu
o navio no futuro pelo qual sorriu
graças a senhora que, com inúmeras preces, tanto a Ele pediu,
Mas pela revolta ela nem viu
Que Deus agiu
Para pouco a pouco amenizar
a revolta dele, dela e de tantas almas injustiçadas
pelas precárias jangadas
que se sacrificaram por amor e necessidade nesse traiçoeiro mar.
Referência: A poesia acima foi inspirada na música do Dorival Caymmi chamada "Suite dos Pescadores".
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