Homem como Objeto e/ou Sujeito no Mundo




Ontem, estava no facebook e me deparei com uma frase postada por um grande amigo meu que me deixou bem pensativa. A frase é a seguinte:

"A vida me tornou esse ser frio que sou hoje".

Acredito que seja o pensamento de muita gente. Aliás, acredito até que muita gente pode não assumir, mas se identifica com essa frase. ´E realmente surpreendente tanta gente dizer que não confia mais no mundo, nas pessoas e até no amor por terem sido machucadas! Outras pessoas podem não concordar em desistir dessas coisas por causa da dor. E você? Convido você, caro leitor, a refletir comigo sobre o assunto, pois assim é possível formular uma opinião mais fundamentada. Resolvi passar essa reflexão para o papel para tentar me organizar e, ficou assim.

O mundo nos faz ficar chateados ou ficamos chateados com o mundo? Somos sujeitos autônomos ou objetos vulneráveis a tudo? Somos um pouco dos dois inevitavelmente?

Qual é a causa de prolongar o sofrimento, afinal? Somos nós ou o mundo? Ou os dois?

Se a causa for “nós”, podemos nos livrar do sofrimento e sermos um dia felizes?

Se a causa for o mundo, nunca conseguiremos nos livrar da dor? Assim como é possível ser feliz?

Se ficamos duros depois de tanto apanhar do mundo, talvez seja porque nos consideramos objeto presos nas frustrações e nas circunstâncias dolorosas da vida.

Se ficamos duros sem demonstrar sentimento, a felicidade talvez não a encontraremos pelo amor não conseguirmos expressar e confiar. Achamos que é um falso amor. Algumas vezes, pode ser realmente falso, mas o problema, acredito eu, que seja quando não confiamos nunca, mas nunca nos outros, e aí, nos negamos a amar. O problema é a generalização. O mundo por parecer tão cruel deixou o amor como uma grande ilusão. E a felicidade também logo então.

Agora entramos na questão: o que é a felicidade? Sei que ela tem a ver com o amor e os sentimentos e não necessariamente com o que temos materialmente. Ok. Mas a felicidade é um estado de espírito de momentos ou é possível ser mais feliz quando, por exemplo, estamos num ambiente mais evoluído? Ou mesmo se o ambiente não for tanto harmonioso, também somos capazes de ser feliz?

´E possível a felicidade absoluta? Quando evoluirmos e estivermos num mundo puro, sim. Então, sim. Ela é possível. Mas aqui na Terra não é possível? Se sim, você considera o homem como sujeito do mundo que pode decidir como vai reagir às adversidades da vida. Se não é possível ser completamente feliz na Terra, você considerará o ser humano também como objeto sendo influenciado por tais adversidades inevitavelmente. Ou se for flexível como eu, verá que o ser humano ora se comporta como sujeito ora como objeto. Inevitavelmente.

O ideal é nos comportar mais como sujeitos. Mas antes de nos comportar como sujeitos, devemos ser objetos para sentirmos a dor, e depois procurarmos resolvê-la como agentes em potencial para isso.

Somos almas com livre-arbítrio, almas que podem sair de um labirinto da agonia, almas que podem se lapidar, almas que podem escolher quem vão ser, quem são e como vão agir. Somos almas que não são marionetes de ninguém! Se você realmente acha que o mundo te faz duro e triste com neve no coração, é porque não se vê como sujeito. Isso é fato. Nós precisamos nos ver como sujeitos, sim, pois só assim, conseguimos superar nossos problemas. (Só assim porque? Parece um tanto como um manual de auto-ajuda cagando regra. Desculpe se parecer.)

´E que se a gente não se achar capaz de ver o mundo como algo que vai nos oferecer situações complicadas e que ė possível escolher como resolver e superar isso, estaremos num buraco de desesperanças eternas, depressão e uma tristeza graças a essa vulnerabilidade ao nos considerarmos apenas objeto.

Concluindo (sem querer que seja a verdade absoluta, mas somente o fim de uma linha de raciocínio), as pessoas são capazes de superar qualquer coisa mesmo difícil que seja. Pense em suas opções. Pondere. E saiba que você é capaz... Você é o sujeito da sua vida! Mas deve permitir antes ser objeto, sentir a dor e a tristeza dessas situações difíceis, pois, se não, seria como nos reduzir a máquinas que não sentem o ambiente como quando perdemos algo, quando não nos sentimos queridos e entre outros. Pense em ser sujeito depois. Retome sua autonomia quando sentir que for possível. O tempo é seu!! Relaxe! E se equilibre entre ser sujeito e objeto no mundo. Não muito um nem outro. Equilíbrio, pois só assim (desculpe de novo, mas penso ser indispensável), vai conseguir viver sem desistir do amor, de si mesmo, da vida e do mundo.
O equilíbrio pode ser interferido por fatores externos, ao sermos objetos, mas ela é mais predominantemente interna, pois somos sujeitos da nossa vida. Ela depende de como vai ser nossa perspectiva, nossa representação simbólica, como lidamos e como interpretamos a situação.

“A felicidade pode ser encontrada até nas horas mais sombrias se lembrarmos de acender a luz”. - Alvo Dumbledore de Harry Potter
“Cada ser carrega o dom de ser capaz de ser feliz” - Almir Sater "Tocando em Frente"
"Não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito." (Shakespeare)

Então, a felicidade depende de escolha. Ou seja, atė querer ser escolhida, a felicidade exige aprendizado, evolução e tempo. Quando aprendermos a fazer o bem pelo bem não esperando algo em troca, a buscar ser justos, a exercer nossa liberdade, a amar não se atentando a quem, a perdoar e a dialogar, quando evoluirmos, a felicidade será absoluta, pois não teremos razão para nos prolongar num sofrimento já que nossa perspectiva da vida estará mais positiva, lidaremos com as situações com perseverança e fé, praticaremos as leis divinas inclusive o amor e tudo isso porque escolheremos aprender a viver com a felicidade.

Referências: 
1) Poesia inspirada no poema de Jô Pessanha chamada "Sublime". 
Link: https://www.recantodasletras.com.br/poesias/6526633
2) Eu fiz inspirada também no texto de Augusto Cury.
Link: https://www.pensador.com/frase/MjIwNjI5/
3) Além disso, fiz a poesia lembrando de uma outra poesia minha "Por Trás da Grade" inspirada na música "Tocando Em Frente" de Almir Sater.
Link: https://rumoaminhamente.blogspot.com/2018/10/por-tras-das-grades_19.html 
4) As frases de Dumbledore também me ajudaram muito.


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