Pipa da Esperança
Pintura de Gentil Correa |
Pipa da Esperança
Numa favela, uma criança faz e empina uma pipa
Como a esperança viva
Em seu coração
que quer gritar no céu para ser vista nessa escuridão.
As roupas esperam já por muito tempo no varal,
Enquanto o baile funk tão legal,
Agita a vida de pessoas tão esforçadas
E por justiça desesperadas...
A injustiça pela qual me refiro
É aquela dos privilégios só por ser branco e/ou rico
em detrimento do negro e/ou pobre
já que não tem o socialmente construído "sangue nobre".
Me refiro à desumana exploração
Pela má distribuição de renda e fraca educação
que podem resultar em massa acomodação
e pela revolta ou necessidade tanto trabalhador cedo ou ladrão.
Apesar das dificuldades que o pobre passa realmente,
O ladrão não percebe que trabalha para uma rica gente.
A indústria bélica, presidiária e de câmeras crescem,
E assim se reproduzem os sistemas que se fortalecem.
Pessoas sem terem do governo a devida atenção
Podem se sentir presas numa escuridão
por não saberem sair desse lugar
e por não saberem como uma pipa por aí podem voar...
Todos observam
E um tanto invejam
A pipa no céu
Que é livre para voar ao léu.
A pipa dá à criança
Um bom exemplo repleto de esperança
De que no céu vejam sua revolta em perseverança, reivindicação social e fé
Que vão deixar sua consciência limpa por poder agir pelo que ela quiser.
Como a criança que com o estudo fez a pipa
E que a vê voando com a fé e a alegria,
A pipa a motiva a livremente voar
e a desviar quando outra pipa bruscamente a alcançar...
´E essencial a criança entender
Que haverá chuva no entardecer,
Pois ela encontrará resistência
O que ela pode escolher pela bem crítica e sagaz persistência...
Vivaz a criança vai voar
quando como uma pipa se encontrar
autoconfiante, mesmo com todas as cidadãs reivindicações sociais e dificuldades,
e dedicada no equilíbrio entre o reproduzir e o produzir, ajudar os seus e a sociedade.
Referências: Poesia
inspirada no rap "Outro Caminho" da Facção Central e na pintura acima
de Gentil Correa. A poesia "Balas Perdidas" é uma continuação
imprescindível dessa poesia. Eu escrevi as duas com a intenção de se
complementarem.
Já há muito tempo eu estava querendo fazer um poema sobre a favela que desse mais esperança às crianças, restabelecesse sua autonomia e expressasse suas angústias. Eu pesquisei várias imagens antes e tinha assistido uma entrevista da Anitta e um video da Tábata Amaral contando como que elas conseguiram destaque embora morassem na periferia. Eu me preparei conversando com uma amiga que mora num bairro periférico e em algumas músicas de rap da Facção Central graças ao Carlos Eduardo Taddeo que é muito reconhecido no meio. Seus raps tem tanto a questão da revolta quanto a questão do estudo bem equilibradas justamente como eu queria fazer na minha poesia. Eu fico preocupada de soar rude ou ignorante a poesia. Então, quem achar algo desrespeitoso, por favor dialogue comigo e me comunique nos comentários.
- Videos
1. Tábata Amaral
- Pintura
https://www.google.com/search?q=Arte&tbm=isch&tbs=simg:CAQSlQEJQw8yvcBNNXYaiQELEKjU2AQaAggVDAsQsIynCBpiCmAIAxIoqhelF7Uephe8F74XxgvnCaQXvRe6Otwq_1C27Otc-tDq1Otsq2SzWPhowphDPdQ4bXgRKG81cuebz5IfgcuOLtcfl6hW1y-j4eG7O0j3efoxN1jpzMsIU-NLLIAQMCxCOrv4IGgoKCAgBEgTUkwHvDA&sa=X&ved=0ahUKEwjI_c3315jgAhV5IbkGHbOyCWMQwg4IKigA&biw=1280&bih=537&dpr=1.5#imgrc=-zKCKByxKQVNrM:
Comentários