Vigilantes Amantes

Soledad de Mi Alma - Brita Seifert (Alemanha, Leipzig, ateliê na Holanda)

Como saber se é o momento
Para terminar?
Como saber se é o jeito
Tudo acabar?

Quero ir embora
Achando tarde a hora,
Mas também quero te ver agora
Sem demora.

Quero minha liberdade,
Mas o outro lado da realidade
É que eu tenho medo do lamento,
De depois do fim, o arrependimento.

Tenho também receio de no futuro
Olhar para trás e querer voltar os segundos
Para poder ver como seria viver ao seu lado,
Porém o quanto sou curiosa eu também tenho cuidado.

Sua incoerência e minha impaciência...
Enfim, nossas dificuldades e diferenças...
Não sei se conseguiremos dialogar
Já que estou desanimada depois de tanto tentar.

Minha consciência
Pede a mim paciência
E que olhe o potencial evolutivo do ser humano
sem cometer nenhum engano.

No fundo, eu sei... Quando há amor,
se aproveita a dor
para o íntimo melhorar
e ser possível um amor prosperar.

Amar com real entrega
É possível quando como uma vela
estamos disponíveis pacientemente para o outro
continuando acesos até que finalmente venha o assopro.

Quando o outro assopra a vela
quer dizer que cumprimos a função dela,
pois escutamos plenamente a dor alheia
e aí podemos continuar com a monotonia rotineira.

A escuta de corpo e alma
é importante para que venha a calma.
Promessas futuras não são tão importantes
quanto sermos um para o outro vigilantes amantes.

Vigilantes amantes, espontâneos e amigos.
Sem condições, para ser verídico.
Por isso, é um amor amigo, natural e fluido
mesmo que tomemos diferentes caminhos.

Referência: Poesia um pouco inspirada na música "Metade de Mim" de Wanessa Camargo.


E também na música "Nosso Nós" da Sandy. 



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