Singular Casa


Vou a uma casa
Construída por uma fada
Com cogumelos na frente
E uma árvore a sustentando paciente.

Entrarei num lugar em mim
Com cheiro de alecrim
Enraizado na minha natureza
Para recordar a minha essência.

A árvore no centro ajuda
E a escada o troco costura
Para que as telham tenham sustentação
Se tornando parte integrante da construção.

Uma inesperada vista
Contempla quem a visita
Podendo vislumbrar a floresta
Que a envolve e ela afeta.

Seja com chuva,
Seja com os animais fazendo música,
Seja com a lua,
Seja com a tempestade dura

A casa não é a floresta.
Tem necessidades só dela
Que precisam ser ouvidas
E não, oprimidas.

A casa com a sua natureza
Faz o possível com a certeza
De que tem diferenças a considerar
E sentimentos a não mais menosprezar.

Se a casa acha que não vai conseguir
Porque precisa da floresta para seguir,
Quer dizer que não se distingue do meio
Sem considerar nenhum singular sentimento.

A casa de fada tão delicada se mantém
Em silêncio e em discrição para bem
Se perceber com suas particularidades
E se prevenir das vulnerabilidades.

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