Lobas Na Escola por Gabriely Collins - Episódio 3 da Série em Poesia "Amélie Klein"

Para quem não conhece ou não lembra dessa série, sugiro que leia do começo na página nova no lado dos "dados do blog": S´ERIE EM POESIA. 

Gabriel Vinícius (Brasil, São Paulo)
Gabriely vai para a escola de uniforme
preservando sua obediência às regras conforme,
Mas ela faz questão das suas meias coloridas
para mostrar que é alguém às escondidas.

O olhar de inocência
esconde uma grande inteligência.
O olhar de doçura
esconde um desejo de travessura.

A meiguice no olhar vago revela
a vontade de descoberta.
A ternura no olhar demonstra
o foco numa misteriosa força.

Gabriely começa o seu primeiro dia
e esbarra naquela que será sua melhor amiga.
Amélie apresenta o colégio com simpatia
e também outra amiga que lhe dá boas-vindas.

Jane Evelyn perguntou: qual é a sua matéria favorita?
A Gabriely responde Português porque adora poesia.
Jane disse que adora Matemática por causa da lógica.
Já Amélie devora os movimentos da história.

Quando Gabriely contou
que vinha de uma escola pública
e, por causa da bolsa, não poderia reprovar nunca,
Susi, uma garota popular, rica, branca e loira, a ouviu ao passar e não gostou.

E aí, Susi com o nariz empinado disse: "Aí, quanto suburbano chegou nesse ano!
Eu vou ter um enfarto com esse escândalo!"
Amélie e Jane enfurecidas ameaçaram a partir para cima da patricinha 
Que simplesmente estalou os dedos pedindo ajuda às suas "Abercrombies amigas".

Susi continuou dizendo: "Como essas garotas são escrotas...
Nariz torto, cabelo ressecado e ainda gorda!"
Susi dá um tapa forte na barriga de Gabriely inesperadamente
como desaprovação por ela estar com quilos a mais do que ela acha ser decente.

Amelie defende Gabrielly envergonhada dizendo que acha a atitude de Susi ridícula
De menosprezar as meninas para elevar sua autoestima.
Amélie em Susi dá uma surra
que insultada chama a Joana Dark de "subversiva".

"Briga! Briga! Briga!"
A escola grita e vibra.
Formam uma rodinha para as duas garotas
que agem como se fossem duas gladiadores. 


As duas entretem
As pessoas que veem
A violência como diversão na certa
Como nos duelos e torneios da idade média.

Se reproduziu o que em Roma se fazia
quando as pessoas faziam com as próprias mãos justiça.
Baseadas em uma única verdade,
as pessoas assassinavam se tivessem vontade. 


De repente, o lindo David Stewart despertando o interesse de ambas
e, como amigo das duas, consegue separar as lobas,
dizendo que podem ser expulsas se alguém da escola perceber que estão brigando
e com brigas assim não vão conseguir ver nada solucionando.

Amélie responde mais calma: "Para sermos nós, não precisamos de nenhuma aprovação,
Se você insiste em pensar com essa limitação,
Mas saiba que a opressão à mulher historicamente na sociedade
se fortaleceu como com garotos ou garotas como você falando essa estúpida superficialidade
e como garotas como nós brigando por essa estúpida rivalidade."

Amélie Klein reconheceu sua parte e se desculpou pela surra
já que não quer contribuir para que a rivalidade se reproduza,
senão não vai acabar a ilusão nunca
de que as mulheres são como bolas brancas disputadas numa sinuca.

Mas Amélie não gosta de como Susi vem pregando.
Então, pede para que Susi repense e pare de ficar implicando,
mas Susi, que não quer sair do poder, simplesmente nega
e manda suas amigas acompanharem ela.                     (* o erro é para rimar...)

Todas as amigas populares e produzidas
usavam Abercrombie e se achavam as mais bonitas.
Durante três anos, Susi Allen liderava o grupo das mais esnobes
que com bullying elas exigiam que todas seguissem seus moldes.

Já a Amélie Klein liderava outro grupo na escola,
pois era amiga de todas independente da nota
que o padrão de beleza ocidental possa estabelecer,
pois como Louise, Amélie sabe escolher quem vai ser:

Uma escrava dos caprichos masculinos
ou uma mulher livre que não precisa ter seus desejos reprimidos
de ser e fazer o que quiser
sem desrespeitar quem é por ser mulher.

Gabriely sai da escola chorando
pelo seu horrível primeiro dia ainda se envergonhando.
Uma garota a xingou de gorda na frente da escola...
Gabriely gostou de Amélie, mas se sentiu tão exposta...

Gabriely não percebe por estar chorando
que Charlie, perto da saída, a viu passando
e preocupado a segue dizendo: "Espere!"
Mas Gabriely só parou quando ele a segurou firme e disse: "Calma, ... Gabriely!?"

Gabriely ficou sem graça
e cada vez mais envergonhada,
Mas Charlie perguntou delicadamente o motivo de uma garota tão linda se entristecer
embora a tristeza seja algo natural independente da beleza que se possa ter...

Gabriely olhou para o chão
achando que Charlie a verdade falava não
porque as palavras das "Abercrombies" garotas
rodeavam a sua cabeça como moscas.

Charlie teve uma ideia de levá-la                                  (* o erro é para rimar)
a uma casa misteriosa que não foi feita por fada.
As inimigas das fadas são as bruxas
já que Charlie era muito amigo de umas.

Charlie a levou para uma floresta
longe da escola em sua bicicleta.
Gabriely que sempre teve vontade de uma descoberta
ficou animada com a travessura pela floresta deserta.

Eles chegaram na casa da bruxa.
Gabriely com medo estava muda.
A bruxa os receberam muito bem
já que não era nenhuma fada do além.

A casa da bruxa era exótica com cortinas escuríssimas,
umas estantes de livros lotadíssimas,
um armário com várias especiarias
e um caldeirão para fazer suas feitiçarias.

A casa tinha um cheiro de incenso fortíssimo
que criava um ambiente excêntríssimo.
Já a bruxa até que era muito bondosa,
mas somente com seus amigos, e generosa.

Gabriely pediu poderes para acabar
com o reinado de Susi e das "Abercrombies" e se vingar.
Gabriely não vai esquecer ressentida
do que elas falaram a ela nesse dia.

A bruxa com sua risada maligna,
permitiu que Gabriely fizesse sua vingancinha,
mas dentro de uma semana, precisava saber
que seus poderes iriam desaparecer.

Gabriely agiu escondida
sem que Susi nem Amélie soubessem da armadilha.
Gabriely fez aparecer aranhas na mochila da Susi Burra
que desmaiou quando uma subiu em sua nuca.

Gabriely fez as unhas rosas ficarem esverdeadas
e com o poder da mágica todas caírem desgovernadas.
Gabriely discretamente se divertiu,
mas no quarto dia da semana, Amélie descobriu.

Amélie disse que isso é uma oportunidade
para acabarmos com a rivalidade
e não instigarmos a superficialidade
com mais e mais maldade.

Amélie continua dizendo que essa loba precisa parar
de com qualquer uma julgar.
Se ela demonstrasse mais compaixão,
a escola poderia ter mais união.

A Gabriely passou a aceitar
que o que fazia era por acreditar
no que Susi disse dela ser verdade,
mas é apenas fruto do machismo na sociedade.

Ao analisar a sociedade,
as mulheres vítimas da rivalidade
reproduzem como uma ilusão
o sistema que a elas também fazem uma opressão.

Gabriely fez a Susi parar de falar
quando queria com outra garota implicar.
Quando Susi tentava em Gabriely bater,
Ela fazia imeditamente o diretor aparecer.

Durante o resto da semana, a Susi mudou
com os poderes de Gabriely que possibilitou
que as mulheres da escola pensassem que competir
era desnecessário agora que todos contribuíam para o unir.

Quando os poderes de Gabriely acabaram,
Susi até tentou voltar seu reinado, mas todas cansaram
e a desaprovaram dizendo para ela parar
já que simplesmente isso na escola não iria mais dar...

Com o tempo, Susi e suas amigas
ainda revoltadas tentam conviver bem com as meninas
como se fossem as fadas e as bruxas rivais unidas
e assim, a opressão de Susi na escola começou a ser diminuída!

Com a magia da bruxa Morgan, a cultura possibilitou
ser repensada naquele local porque se notou
uma mudança positiva com a revolução
e por isso, a Susi passou a ter uma baixa reputação.

A aceitação fez essas ideologias sociais
serem repensadas pelos estudantes como prejudiciais
na convivência para a mente, o corpo e o sentimento,
e, assim, perceberam a possibilidade de outro tipo de relacionamento.

Tema Principal desse episódio: Padrões Estéticos e Rivalidade Feminina.
Comentário 1: A poesia que fiz antes "O Açougue das Maminhas" serviu de inspiração para eu fazer esse episódio. E queria fazer alguma poesia em homenagem ao Dia das Bruxas - Halloween. Então, antes de escrever, fiquei admirada com esse desenho da garota no site Pinterest e com essa bruxa. Não sabia sobre o que eu escrevia primeiro: a bruxa ou a garota. E aí, eu resolvi juntar as duas. Pensei numa garota que encontraria uma bruxa ou seria uma bruxa. No meio do poema, fiz um esboço com as principais características dos personagens já apresentados e aí, continuei o poema mais facilmente. (A Loba veio quando estava escrevendo)
Comentário 2 : Estou continuando a história depois do segundo episódio. Tô gostando de mudar o eu-lírico por capítulo porque sinto necessidade de, num primeiro momento, conhecer e apresentar as personagens. Vai vindo aos poucos. Eu estou tanto os conhecendo quanto apresentando... As personagens não são heterônimos. São apenas personagens das histórias que estou escrevendo como se fosse eu mesmo. Não é heterônimo!!!!!! Apenas a Louise Stone em si é um heterônimo talvez, como eu escrevi o poema "Um Objeto Sexual", há anos atrás, de forma tão profunda e diferente da forma que eu escrevo... Mas a Louise mesmo se for considerada um heterônimo, é também agora um personagem da série.
Eu estou gostando bastante dessa série em poesia (está sem nome ainda) que está simplesmente muito bem crítica e interessante para mim. Coloquei também numa página do blogue todos os episódios juntos.
Personagens Apresentados (até aqui): Amélie Klein, Louise Stone, Gabriely Collins, Jane Evelyn, David Stewart, Susi Allen e Charlie Klein.
Amélie Klein: o nome não é sem querer. Lembra a psicóloga Melanie Klein. Eu estou construindo a personagem principal pensando na teoria da Klein. Vou mudar o eu-lírico para cada personagem que eu queira destacar em cada episódio, mas estou pensando em dar um foco maior na Amélie Klein.

Outros desenhos que gostei para a personagem Gabriely Collins:

Gabriel Vinicius (Brasil, Santos)

Comentários

Sacha moser disse…
Esse poema recorda alguns outros poemas seus e alguns deles voce utilizou como material para o fazer ficou muito bem.
Parabéns poetiza,bia.
Um abraço repleto de paz a voce
Há algumas situações em que voce viveu também a briga com a Beatriz ,entre outras coisas em que eu consegui enxergar,caso queira conversar sobre esse detalhe e outros que percebi no poema..podemos conversar por e-mail