Noite de Chuva

Photo by Aleksandar Pasaric from Pexels
Posso escolher
o que fazer
numa noite de chuva
entre ventanias bruscas.

Em minha miragem,
não é apenas paisagem
a chuva que cai em cima de mim
como o estresse a me engolir assim.

Sem escapatória,
a chuva canta vitória
dominando a minha liberdade
presa na timidez e ansiedade.

O impacto da chuva
me torna uma escrava muda
sem nem resistir minimamente
do estrago à minha mente.

Cansada de tomar chuva na cara,
vou para a minha casa de forma renunciada.
Da janela, eu simplesmente observo
a chuva cair na cidade em pleno inverno.

Observo passar a ansiedade
não sendo parte da minha personalidade.
Observo passar a timidez
não sendo mais presa à uma insensatez.

Não me cobro
a me dominar quando choro
e todo o meu corpo a enfrentar a chuva estando nela;
eu apenas me percebo como observadora na janela.

Eu observo de longe as minhas decisões
não impregnadas pelas ilusões
de que a emoção escraviza o sujeito
que precisa domá-la de qualquer jeito...

Comentário: OLHA! Sugiro que assistam o vídeo que me inspirei para se certificarem de que entenderam bem o poema. Eu não quis insinuar um tipo de passividade com relação a ansiedade, mas uma posição de observação... Para entender melhor o que seria isso, sugiro que assistam o vídeo. Não sei se consegui elaborar tamanha é a profundidade da reflexão do vídeo brilhante abaixo de

Jiddu Krishnamurti

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