Lápis Delineando o Fim (desabafo)



Pego meu lápis e escrevo a verdade:
Sinto saudade da nossa cumplicidade
quando amada me sentia
E amava na mesma medida.

Por isso, sinto o resquício da nossa conexão
mesmo depois da escolha do meu coração
Que decidiu escutar a razão
Para dar conta da emoção.

Pensamentos nos traem interligados.
Até quando ficaremos conectados?
Como cortar de vez esse elo
depois desse difícil e necessário término?

Sei que ficou mal resolvido para ti,
logo para mim que o fim eu decidi.
Fica pior quando depois de terminar,
ainda restou um fio de atração no pensar...

Ainda é recente e foi complicado
Viver, assimilar e entender tudo o que foi passado.
Só espero que consigamos sobreviver
de tudo o que vivemos e nossa história reconhecer...

Momentos ternos na memória
não vão por respeito embora.
Momentos doloridos da história
não importam mais agora.

Por favor, que continuemos vivendo
Nos permitindo novos momentos
E assim, planejando nós amadurecemos
Ao preservar entre nós o respeito.

Nos vendo e percebendo como sujeitos,
será mais possível tal respeito
quanto às decisões e emoções
que moveram nossos corações.

Por esse respeito, sinto uma calma
Que permeia na minha alma
Feliz de estar e não estar sozinha
Já que tenho a minha companhia.

Embora a saudade de viver
Um amor capaz de me enaltecer,
Sei (embora tema) que sou capaz de viver comigo
Em busca dos meus sonhos, lições e sorrisos.

Estou voltando a descobrir
Como viver solteira antes de ti.
Estou bem sozinha com meus sonhos
Que não param de crescer insanos.

Mesmo que meu corpo diga ser difícil,
Minha consciência afirma ser possível
Porque antes de estar com um outro,
Precisamos estar bem conosco.

Espero que entenda que preciso muito me reconectar
com o meu meditar, pensar e brilhar.
Era uma necessidade ignorada
E que quero que seja respeitada.

Escolho olhar para mim
Sozinha, natural e pura assim.
Não preciso namorar para me sentir completa.
Se vier que venha para somar na minha vida incerta.

Com o lápis na mão,
Eu escrevo minha história com o coração
Desejando que consigamos sobreviver e amadurecer
Na humildade mais genuína que pudermos oferecer.

Cada um terá um lápis em sua mão
Seguindo uma determinada direção.
Cada um deve ser visto como um indivíduo
Com virtudes, limites e livre-arbitrio.

Cada um tem sua autonomia
De escrever sua vida
De dar voz ao "não"
Ou de fortalecer a voz do coração.

Após o fim, que escrevamos sobreviventes na melhor direção
Para que superemos bem aceitando a alheia decisão.
Então, com amizade, humildade e respeito
nos olhemos como humanos com necessidades e sujeitos!

Sujeitos esses que escolhem tanto seus amores
quanto seus desamores,
Mas que sobretudo, se querem bem e aprendem muito
Nas tantas experiências que terão nesse mundo!

Referência: Eu fiz essa poesia totalmente ensimesmada, mas inconscientemente inspirada nas letras das músicas belíssimas de Manu Gavassi: Sozinha / Sim, essa é para você. + A minha música favorita da Natasha Bedinfield - "Unwritten".






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