Os Sistemas a Rigor (corrigido)

 



Eu quero me sentir
obediente ao sistema
e/ou quero me descobrir
autêntica em cada cena?

Se eu ao sistema não valer, 
eu me igualaria a uma posse
em que eu poderia me desfazer 
com uma simples overdose. 

Se eu me permitir 
com cada experiência sentir 
o que for possível, eu não apenas serviria
para o sistema que assim me recompensaria. 

A punição ou a recompensa promissora
de cada agência controladora
podem tornar o sujeito grato compreensivelmente, mas também um mero funcionário 
por colaborar com as cobranças a si e aos outros feitas de modo tão sanguinário. 

Cobrando a si e o outro para agirem tão. mas tão corretamente
e julgando todo aquele que não é competente, 
o ser pode viver sem saber apenas para fortalecer 
os sistemas que continuarão de forma desumana a crescer...

´E claro que por trás da Igreja, do Estado, 
da escola, da economia e do trabalho,
há no fundo um objetivo e uma importância 
o que não é rebatido aqui em nenhuma instância.
Eu acredito que, em parte, os sistemas existem 
para sanarem algumas necessidades que persistem,
porém a forma que essas agências agem 
repercutem, violentamente, na cultura pela linguagem. 

Muitas pessoas tem uma obsessão
para condenar os erros numa opressão 
porque nossa cultura não nos ensinou
a olhar para qual é a necessidade que se violou. 

Quando nos comunicamos
em termos de necessidades,
a energia com a qual as utilizamos 
Pode trazer às relações maiores vitalidades.

A frieza da linguagem do certo e errado
pode tornar o vivente alienado ou revoltado
porque chega uma hora que se reproduz ou se cansa viver
a mercê do que as autoridades irão dizer. 

Quando uma necessidade não é atendida,
é possível que a tristeza seja sentida
com a frustração sendo parte de um morno luto,
o que é diferente de quando junto me culpo.

Quando nos conectamos 
à necessidade, a falamos
de uma forma mais clara 
e não mais pela agressão numa farsa. 
Mesmo assim, quando há sofrimento, percebemos
e quando há diálogo, compreendemos
que as pessoas buscam sanar suas necessidades
e quando violadas, podem mostrar uma agressividade.

Uma violência em que a cultura nos educou a nos ver como monstros
e não como pessoas preocupadas com suas necessidades sobrecarregadas nos ombros
possibilitando que a verdade do que sentimos evoquem mais a vida
numa real transformação (no ambiente e) na pessoa a ser compreendida.
 
Quando as necessidades comunicamos,
nossos sentimentos e pedidos expressamos,
a partir da empatia à serviço da conexão humana e da prática
é possível transmitirmos uma mensagem mais clara pela palavra.

A melhor motivação
para a nossa ação não é a punição
porque a vergonha e a culpa tensionam o corpo e empacam 
o prazer e o amor nos nossos atos que são os que mais nos abraçam. 

Por isso, num meio termo, é possível obedecer
ao sistema, quando há um sentido nisso fazer, 
mas eu pergunto: até que ponto vamos o defender
para que não nos anulemos como humanos até morrer?

A falta da empatia pode ser a cada dia geradora de mais ferida,
pois para nossa cultura impessoal, ela é difícil de ser desenvolvida
Já que toda a vez podemos nos reduzir em lacaios escravizados
pela violência no julgamento temido de sermos fracassados. 

O lacaio, muitas vezes, vira o "chato". 
O engraçado é aquele que tira um sarro 
porque não se leva tão, mas tão à sério
já que além do certo e errado, há um lugar de mistério. 

Nesse lugar misterioso, num meio-termo, eu te encontro
porque não é simplesmente um monstro 
quem interpreta por outro ângulo o prisma
já que, no fundo, a verdade nas distintas perspectivas é relativa. 

 

Documento da poesia:

Inspirada também na frase do livro:

“Além do certo e errado, há um lugar. Eu encontro você lá."

Inspirada nessa frase e nos princípios da Comunicação Não Violenta fundamentada pelo psicólogo Marshall Rosemberg em seu livro base. Ele nos propõe um novo olhar e uma nova linguagem às relações sociais. No livro, há uma explicação mais detalhada dessas questões citadas no poema e das técnicas de comunicação que podem nos auxiliar a transmitirmos nossos sentimentos, pensamentos e pedidos de uma forma mais esclarecedora. 

O livro pode ser encontrado em pdf no google 

http://www.icomfloripa.org.br/wp-content/uploads/2016/03/Comunicac%CC%A7a%CC%83o-Na%CC%83o-Violenta.pdf

e em audiobook no youtube. 

https://www.youtube.com/watch?v=K29eLcpvsc8

No youtube, também tem o curso do Marshall Rosemberg traduzido ao português que pode complementar bem os estudos, 

https://www.youtube.com/watch?v=HOmNP55JcC4&list=PLuiWmf5qexhyXRkEbfrOkFduO8J72tpmU

além de diversos videos interessantes para que entendamos mais a CNV e para que consigamos praticá-la com o tempo.

Comentários

Bellatrix disse…
https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=SAg1EAAAQBAJ&oi=fnd&pg=PT2&dq=comunicacao+nao+violenta+marshall+rosenberg&ots=TzN9xCa0wQ&sig=z58LaciwoqPx6xA_v9NVc38Ly5U#v=onepage&q&f=false
Gente, nesse link dá para ler melhor