Assumir Ser por Richard Green - Episódio 9 da série em poesia Amélie Klein
Para quem não conhece ou não lembra dessa série, sugiro que leia do começo na página nova no lado da aba "encomendas": Amélie Klein Série em poesia completa
Também incluí no episódio de david Stewart uma parte que mostra como foi o pedido de namoro entre David e Amélie. Está lindo. Depois de ler esse novo, pode ir lá conferir. beijo!!
Parte 1
Meus amigos e amigas
Me convidaram para o cinema
Eu até feliz aceitei pela companhia,
Mas nunca confessei o meu dilema.
Quando o filme estava rolando,
Para voltar do banheiro, estavam demorando
A Jane e o Luke que podíamos suspeitar rindo
Que estivessem aproveitando o tempo sozinhos.
David e Amélie estavam juntos assistindo
o filme atentos em silêncio ou rindo
de algum comentário que sussurravam ao outro
e ai, por vezes, não aguentavam e se beijavam como bobos.
Estava Gabriely no outro lado de Amélie
E no outro lado de Gabi, estava Charlie
Que mal deu atenção a ela
Somente olhando a tela.
Gabi estava visivelmente impaciente.
Falava alguma coisa para Charlie entre dentes
Mas ele comentava por cima sem paquerar
Nem no escuro do cinema procurar aproveitar.
Eu no meio de vários casais héteros entre meus amigos,
Eu me sentia sei lá tão sozinho e esquisito
Por não estar acompanhado por uma garota
Já que sexualmente me atraio por outra coisa.
No meu quarto, ao me masturbar todos os dias,
Me excito mais por pênis do que vagina.
Sempre foi assim, mas tento me esconder
Porque tenho medo do que possam fazer…
Para meus amigos solteiros Marc e Jack, finjo
Que estou interessada na menina de trás,
Mas na verdade, é que por Jack eu sinto
Um calor (quiçá amor) que não me deixa em paz.
Eu sinto meu corpo se agitar
Quando discretamente fico a espiar e pensar
Como um jovem negro tão meigo e lindo
Pode me causar só por estar perto um tremendo arrepio.
Quando ele olhava para mim,
Eu imediatamente disfarçava assim
E voltava a assistir Star wars com a estúpida ilusão
De que os personagens masculinos bem que podiam ficar juntos então.
Os filmes em que a maioria dos casais são héteros,
Me pergunto se o mundo está querendo, sendo sinceros,
Me dizer que não devo sentir tudo isso
E por isso, continuo sem olhar para Jack tímido.
Incapaz de negar o meu sentimento,
Na minha frente, teve um dado momento,
Que ele passou se aproximando muito da minha perna
E como queria ir no banheiro roçando um pouco nela.
Estremeci não podendo resistir
De negar querer tocá-lo e sentir
porque ele estava muito na minha frente
Talvez falhei em fingir ser tão indiferente.
Quando o filme acabou, na sala
Ao meu lado, a Gabrielly parecia chateada
Porque Charlie estava com Marc as escadas descendo,
E que o amor dela por ele era platônico já que era o que estava parecendo.
Amélie ao seu lado disse para ela tentar dizer a verdade,
Pois as vezes seu irmão não percebe a realidade.
Jane acha melhor ela ir procurar outro garoto
Porque ele realmente parece ser devagar e meio bobo.
Eu disse a ela que é triste quando quem gostamos
Não parece nos corresponder como almejamos.
Nos sentimos insuficientes e péssimos
Porque queremos ser amados com esmero…
A Gabi me olhou dando um sorriso
Aliviada por entender o que ela está sentindo
E perguntou se eu estou apaixonado também,
Mas eu ri e disse que “claro que não, meu bem”.
As meninas descrentes começaram a se animar
E voltaram a me perguntar…
Eu morri de vergonha principalmente
Porque Jack se aproximava de repente.
Eu disse que de ninguém
E saí rápido de lá nem
Sabendo se o Jack ouviu e percebeu
E se a Gabi com minha resposta se convenceu.
Parte 2
Pego minha bicicleta motorizada
E saio em disparada
Para encontrar meu pai inconsequente
Que acabou de se separar da minha mãe doente.
Luke, meu primo, foi testemunha
E muitas vezes se calou como uma mula
De quando ele a traia,
Já que achava normal quando isso fazia.
Depois de perceber o quanto em sua tia doía,
Luke resolveu dizer a verdade mesmo que seja sofrida,
E minha mãe imediatamente decidiu se separar
Já que essa situação não ia conseguir se calar.
Fui para a padaria pra ele me encontrar
E ele pode me ver e se desculpar
Dizendo que ele não tinha coragem de terminar
E não tinha vontade de continuar…
Eu disse para ele que a mentira
Dói tanto que ele não entenderia
E que talvez algum dia quando soubesse se dedicar a alguém,
Veria como é triste sentir o descaso de quem sempre foi leal e desejou o bem.
De repente, ele olhou para o lado e numa expressão de puro nojo
Parecendo que ao invés de suco de laranja estava bebendo água do esgoto,
Ele desabafou para mim como se incomoda com os beijos do casal da mesa ao lado,
por ser público e por ser entre dois homens então era um pecado...
Ele começou a dizer um pouco alto que deveriam se envergonhar
Por se beijarem na frente de crianças que estavam aqui para almoçar.
O casal respondeu que eles não tem vergonha de amar
incondicionalmente e livremente pelo universal amor aceitar.
Eu pensei que é estranho ele condicionar o amor
e não ver que mesmo numa relação heterossexual não está imune à dor
como a dele em que ele esqueceu que estava falando
Ela se dispôs a abrir um sorriso
Parte 5
Eu pego a minha bicicleta
a uma missão não mais secreta
e assumk para Jack ao chegar no cinema
o que sinto por ele e meu dilema.
Jack sorri ao vê-lo e disse que ouviu
meu comentário no cinema daquele dia e sentiu
uma grande emoção por talvez poder
ter alguma chance com você.
Jack disse que às escondidas
também atraído por homens sentia,
mas nunca contou para ninguém
por medo de ser julgado também.
Eu disse que acha precisar de tempo
para me assumir mesmo por inteiro,
mas que queria estar com ele com amor
e que está aliviado por poder trocar todo esse calor.
Durante a sessão, sentados num lugar escondido
da sala deram um beijo desinibido
com que pudéssemos sentir felicidade por finalmente mostrar
como somos e um ao outro nos aceitar...
Passados uns dias, quando contei
ao meu primo Luke, eu me alegrei
porque me acolheu tão bem
dizendo que me aceitava também.
Já meu pai não mais fala comigo,
mas com o tempo mais tento ser indestrutível,
mais respeito nossos diferenças de crenças e acredito
que o tempo pode nos surpreender com novas possibilidades,
enquanto isso eu não preciso viver pela metade.
Eu me aceito!
Eu me entendo!
Me amo como sou!
E na casa de Jack agora eu vou!
e quando chegar, eu vou dizer:
Chega de negar o nosso desejo
O amor ao próximo sustenta
Também incluí no episódio de david Stewart uma parte que mostra como foi o pedido de namoro entre David e Amélie. Está lindo. Depois de ler esse novo, pode ir lá conferir. beijo!!
maxence danet fauvel drawing |
Meus amigos e amigas
Me convidaram para o cinema
Eu até feliz aceitei pela companhia,
Mas nunca confessei o meu dilema.
Quando o filme estava rolando,
Para voltar do banheiro, estavam demorando
A Jane e o Luke que podíamos suspeitar rindo
Que estivessem aproveitando o tempo sozinhos.
David e Amélie estavam juntos assistindo
o filme atentos em silêncio ou rindo
de algum comentário que sussurravam ao outro
e ai, por vezes, não aguentavam e se beijavam como bobos.
Estava Gabriely no outro lado de Amélie
E no outro lado de Gabi, estava Charlie
Que mal deu atenção a ela
Somente olhando a tela.
Gabi estava visivelmente impaciente.
Falava alguma coisa para Charlie entre dentes
Mas ele comentava por cima sem paquerar
Nem no escuro do cinema procurar aproveitar.
Eu no meio de vários casais héteros entre meus amigos,
Eu me sentia sei lá tão sozinho e esquisito
Por não estar acompanhado por uma garota
Já que sexualmente me atraio por outra coisa.
No meu quarto, ao me masturbar todos os dias,
Me excito mais por pênis do que vagina.
Sempre foi assim, mas tento me esconder
Porque tenho medo do que possam fazer…
Para meus amigos solteiros Marc e Jack, finjo
Que estou interessada na menina de trás,
Mas na verdade, é que por Jack eu sinto
Um calor (quiçá amor) que não me deixa em paz.
Eu sinto meu corpo se agitar
Quando discretamente fico a espiar e pensar
Como um jovem negro tão meigo e lindo
Pode me causar só por estar perto um tremendo arrepio.
Quando ele olhava para mim,
Eu imediatamente disfarçava assim
E voltava a assistir Star wars com a estúpida ilusão
De que os personagens masculinos bem que podiam ficar juntos então.
Os filmes em que a maioria dos casais são héteros,
Me pergunto se o mundo está querendo, sendo sinceros,
Me dizer que não devo sentir tudo isso
E por isso, continuo sem olhar para Jack tímido.
Incapaz de negar o meu sentimento,
Na minha frente, teve um dado momento,
Que ele passou se aproximando muito da minha perna
E como queria ir no banheiro roçando um pouco nela.
Estremeci não podendo resistir
De negar querer tocá-lo e sentir
porque ele estava muito na minha frente
Talvez falhei em fingir ser tão indiferente.
Quando o filme acabou, na sala
Ao meu lado, a Gabrielly parecia chateada
Porque Charlie estava com Marc as escadas descendo,
E que o amor dela por ele era platônico já que era o que estava parecendo.
Amélie ao seu lado disse para ela tentar dizer a verdade,
Pois as vezes seu irmão não percebe a realidade.
Jane acha melhor ela ir procurar outro garoto
Porque ele realmente parece ser devagar e meio bobo.
Eu disse a ela que é triste quando quem gostamos
Não parece nos corresponder como almejamos.
Nos sentimos insuficientes e péssimos
Porque queremos ser amados com esmero…
A Gabi me olhou dando um sorriso
Aliviada por entender o que ela está sentindo
E perguntou se eu estou apaixonado também,
Mas eu ri e disse que “claro que não, meu bem”.
As meninas descrentes começaram a se animar
E voltaram a me perguntar…
Eu morri de vergonha principalmente
Porque Jack se aproximava de repente.
Eu disse que de ninguém
E saí rápido de lá nem
Sabendo se o Jack ouviu e percebeu
E se a Gabi com minha resposta se convenceu.
Parte 2
Pego minha bicicleta motorizada
E saio em disparada
Para encontrar meu pai inconsequente
Que acabou de se separar da minha mãe doente.
Luke, meu primo, foi testemunha
E muitas vezes se calou como uma mula
De quando ele a traia,
Já que achava normal quando isso fazia.
Depois de perceber o quanto em sua tia doía,
Luke resolveu dizer a verdade mesmo que seja sofrida,
E minha mãe imediatamente decidiu se separar
Já que essa situação não ia conseguir se calar.
Fui para a padaria pra ele me encontrar
E ele pode me ver e se desculpar
Dizendo que ele não tinha coragem de terminar
E não tinha vontade de continuar…
Eu disse para ele que a mentira
Dói tanto que ele não entenderia
E que talvez algum dia quando soubesse se dedicar a alguém,
Veria como é triste sentir o descaso de quem sempre foi leal e desejou o bem.
De repente, ele olhou para o lado e numa expressão de puro nojo
Parecendo que ao invés de suco de laranja estava bebendo água do esgoto,
Ele desabafou para mim como se incomoda com os beijos do casal da mesa ao lado,
por ser público e por ser entre dois homens então era um pecado...
Ele começou a dizer um pouco alto que deveriam se envergonhar
Por se beijarem na frente de crianças que estavam aqui para almoçar.
O casal respondeu que eles não tem vergonha de amar
incondicionalmente e livremente pelo universal amor aceitar.
Eu pensei que é estranho ele condicionar o amor
e não ver que mesmo numa relação heterossexual não está imune à dor
como a dele em que ele esqueceu que estava falando
dos seus problemas que a acabaram desintegrando...
Meu pai com raiva subindo na cabeça,
Estava prestes a fazer uma cena,
E disse: “como estava horrorizado com à Deus o desrespeito,
Mas depois eles iriam ser castigados por não se comportarem direito”.
O casal disse que não estava fazendo nada errado.
Já que amar ao próximo é o que Jesus havia praticado.
Meu pai se levantou pegando no meu braço enfurecido
Querendo logo ir embora para acabar com o burburinho.
Eu fiquei impressionado como esse casal!
Sabiam quem eram e isso falavam de forma natural
E como falavam mesmo o que pensavam.
Desaforo para casa parece que não levavam… rsrs
Ao mesmo tempo, sabia que ele não me aceitaria
Se a verdade eu dissesse a ele, eu saberia
Que infelizmente como ele era um desses crentes rigorosos
Que ele não entenderia meus desejos afrontosos
Peguei minha bicicleta e fui visitar no hospital minha mãe.
A melhor amiga dela, mãe da Amélie, estava lá todas as manhãs
A acompanhando na quimioterapia
Quando eu e Luke estivéssemos na escola numa parte do dia.
Era muito triste essa impotência de não poder ajudar.
Era muito triste vê-la na cama vomitando ou sem ar.
Ainda mais, agora que se separou, ela diz que a abandonou
E que em breve vai morrer porque é o que restou.
Eu digo para ela que ainda estávamos com ela aqui.
Mas ela parece que não nos vê porque mal sorri
Só pensando no quanto a vida dela mudou
Por causa dessa doença que tão infeliz a deixou.
A psicóloga do hospital chegou bem na hora
Que ela começou a chorar e chorar sem demora.
A psicóloga entregou lenços dizendo que ela parecia triste
Porque ela acabou de sofrer uma perda recente em que o pesar insiste.
A minha mãe diz que perdeu seus cabelos,
seu marido, seu emprego e seus seios
E disse que se sente inútil e que o amor de seu marido fosse incondicional,
mas acabou de cair na real.
A minha mãe olhou para todos que estavam na sala
Como se fosse a primeira vez que nos viu impressionada
E calmamente eu e Luke nos aproximamos dela e lhe dei um abraço
E disse que estaríamos com ela lado a lado.
Luke deu a ela na bochecha um beijo
E pediu perdão por guardar dela o segredo
Mas acha melhor ela saber a realidade
Para que ela possa viver mais com quem a ama de verdade.
Com fé e com o carinho da família e das amigas,
Ela pode conseguir se recuperar da quimioterapia
E por isso, a psicóloga pediu para que todos nós ajudemos
a minha mãe Sueli a sentir que é muito amada e que a escutemos...
Saindo da sala no corredor,
Luke disse a mim que é muita dor
Descobrir que o amor da sua vida
Não é eterno como imagina.
A mãe de Amélie, Susan disse: “Sua vida não vai se realizar
Apenas com o sexo oposto casar
Porque o amor e a empatia podem mais trazer
O conforto que a alma sempre quis receber…
Eu disse que o tio tem a sua autonomia, mas também parece viver uma ilusão
Achando que a vida regrada dele vai trazer a salvação
Quando na verdade a parceria, a empatia e amor em questão
Fazem mais falta de serem sentidos para o coração como nessa situação…
Parte 3
Eu a bicicleta dirigindo
E o Luke no banco de trás o vento sentindo,
Fomos até a escola
Já que ia começar a aula.
No caminho, eu perguntei, sem problema
O que houve entre ele e a Jane no cinema.
Ele disse animado que ficaram, mas ainda não estão namorando.
Mas ele gostaria que isso acontecesse porque dela está gostando.
Estacionei a bicicleta e ao entrarmos no colégio,
O Jack apareceu, nos percebeu e Luke cumprimentou.
Enquanto eu trancava a bike, o Luke foi entrando
E Jack de mim cautelosamente veio se aproximando.
Jack perguntou como estava me dando um rápido abraço,
E quando nos afastamos, ele me olhou meticulosamente de lado.
Então, comecei a suar frio porque parecia estar flertando
E então eu retribui o olhar, dei um sorriso e continuei falando.
Perguntei se ele havia do filme “Star Wars” gostado.
Ele sem graça disse que era um bom filme imediato,
Mas gostaria de ter assistido outro que eu também me interessei
E então, eu sugeri que talvez eu pudesse assistir com ele e já ansiei…
Chegamos na sala e já estava lá o professor novo de filosofia
Porque a última pediu licença de maternidade.
Ele chegou dando boa tarde com alegria
E todos foram sentar com solidariedade.
O professor disse que um dos objetivos
Dele é fazer com que a gente se excite
Pela filosofia porque até hoje persiste
Sendo a melhor forma de sabermos que estamos vivos.
O professor colocou o nome dele no quadro:
“Arthur Wood” e ele começou a perguntar o que fazemos no sábado.
A maioria disse que relaxa ou joga bola até que o Philip disse que estuda
E, com os risos da sala, ele chegou a perguntar: O quê? Seria uma ação estúpida?
Ele continua:” O que é a normalidade?
Foucault já tentava refletir sobre a verdade.
Por quê defendemos tanto o que é normal?
Será que há uma relação de poder que nos faz pensar que é natural?”
Ele até disse que Foucault como homosexual,
Ele tentava mostrar como é cultural
Algumas crenças de que o certo/errado
Devessem guiar o cidadão bem educado.
O Jack disse que achava interessante esse pensamento
Para tentar trazer uma ruptura do preconceito
A essa sociedade que ainda reproduz muita violência
Estrutural, física, psicológica e várias outras impaciências.
Quando a aula acabou, eu até tive dificuldade
De assimilar o conteúdo sem pensar na minha realidade.
Então, gostaria de tentar me mostrar com mais auto respeito
E me comunicar me expressando claramente contra o preconceito.
Meu pai com raiva subindo na cabeça,
Estava prestes a fazer uma cena,
E disse: “como estava horrorizado com à Deus o desrespeito,
Mas depois eles iriam ser castigados por não se comportarem direito”.
O casal disse que não estava fazendo nada errado.
Já que amar ao próximo é o que Jesus havia praticado.
Meu pai se levantou pegando no meu braço enfurecido
Querendo logo ir embora para acabar com o burburinho.
Eu fiquei impressionado como esse casal!
Sabiam quem eram e isso falavam de forma natural
E como falavam mesmo o que pensavam.
Desaforo para casa parece que não levavam… rsrs
Ao mesmo tempo, sabia que ele não me aceitaria
Se a verdade eu dissesse a ele, eu saberia
Que infelizmente como ele era um desses crentes rigorosos
Que ele não entenderia meus desejos afrontosos
Peguei minha bicicleta e fui visitar no hospital minha mãe.
A melhor amiga dela, mãe da Amélie, estava lá todas as manhãs
A acompanhando na quimioterapia
Quando eu e Luke estivéssemos na escola numa parte do dia.
Era muito triste essa impotência de não poder ajudar.
Era muito triste vê-la na cama vomitando ou sem ar.
Ainda mais, agora que se separou, ela diz que a abandonou
E que em breve vai morrer porque é o que restou.
Eu digo para ela que ainda estávamos com ela aqui.
Mas ela parece que não nos vê porque mal sorri
Só pensando no quanto a vida dela mudou
Por causa dessa doença que tão infeliz a deixou.
A psicóloga do hospital chegou bem na hora
Que ela começou a chorar e chorar sem demora.
A psicóloga entregou lenços dizendo que ela parecia triste
Porque ela acabou de sofrer uma perda recente em que o pesar insiste.
A minha mãe diz que perdeu seus cabelos,
seu marido, seu emprego e seus seios
E disse que se sente inútil e que o amor de seu marido fosse incondicional,
mas acabou de cair na real.
A minha mãe olhou para todos que estavam na sala
Como se fosse a primeira vez que nos viu impressionada
E calmamente eu e Luke nos aproximamos dela e lhe dei um abraço
E disse que estaríamos com ela lado a lado.
Luke deu a ela na bochecha um beijo
E pediu perdão por guardar dela o segredo
Mas acha melhor ela saber a realidade
Para que ela possa viver mais com quem a ama de verdade.
Com fé e com o carinho da família e das amigas,
Ela pode conseguir se recuperar da quimioterapia
E por isso, a psicóloga pediu para que todos nós ajudemos
a minha mãe Sueli a sentir que é muito amada e que a escutemos...
Saindo da sala no corredor,
Luke disse a mim que é muita dor
Descobrir que o amor da sua vida
Não é eterno como imagina.
A mãe de Amélie, Susan disse: “Sua vida não vai se realizar
Apenas com o sexo oposto casar
Porque o amor e a empatia podem mais trazer
O conforto que a alma sempre quis receber…
Eu disse que o tio tem a sua autonomia, mas também parece viver uma ilusão
Achando que a vida regrada dele vai trazer a salvação
Quando na verdade a parceria, a empatia e amor em questão
Fazem mais falta de serem sentidos para o coração como nessa situação…
Parte 3
Eu a bicicleta dirigindo
E o Luke no banco de trás o vento sentindo,
Fomos até a escola
Já que ia começar a aula.
No caminho, eu perguntei, sem problema
O que houve entre ele e a Jane no cinema.
Ele disse animado que ficaram, mas ainda não estão namorando.
Mas ele gostaria que isso acontecesse porque dela está gostando.
Estacionei a bicicleta e ao entrarmos no colégio,
O Jack apareceu, nos percebeu e Luke cumprimentou.
Enquanto eu trancava a bike, o Luke foi entrando
E Jack de mim cautelosamente veio se aproximando.
Jack perguntou como estava me dando um rápido abraço,
E quando nos afastamos, ele me olhou meticulosamente de lado.
Então, comecei a suar frio porque parecia estar flertando
E então eu retribui o olhar, dei um sorriso e continuei falando.
Perguntei se ele havia do filme “Star Wars” gostado.
Ele sem graça disse que era um bom filme imediato,
Mas gostaria de ter assistido outro que eu também me interessei
E então, eu sugeri que talvez eu pudesse assistir com ele e já ansiei…
Chegamos na sala e já estava lá o professor novo de filosofia
Porque a última pediu licença de maternidade.
Ele chegou dando boa tarde com alegria
E todos foram sentar com solidariedade.
O professor disse que um dos objetivos
Dele é fazer com que a gente se excite
Pela filosofia porque até hoje persiste
Sendo a melhor forma de sabermos que estamos vivos.
O professor colocou o nome dele no quadro:
“Arthur Wood” e ele começou a perguntar o que fazemos no sábado.
A maioria disse que relaxa ou joga bola até que o Philip disse que estuda
E, com os risos da sala, ele chegou a perguntar: O quê? Seria uma ação estúpida?
Ele continua:” O que é a normalidade?
Foucault já tentava refletir sobre a verdade.
Por quê defendemos tanto o que é normal?
Será que há uma relação de poder que nos faz pensar que é natural?”
Ele até disse que Foucault como homosexual,
Ele tentava mostrar como é cultural
Algumas crenças de que o certo/errado
Devessem guiar o cidadão bem educado.
O Jack disse que achava interessante esse pensamento
Para tentar trazer uma ruptura do preconceito
A essa sociedade que ainda reproduz muita violência
Estrutural, física, psicológica e várias outras impaciências.
Quando a aula acabou, eu até tive dificuldade
De assimilar o conteúdo sem pensar na minha realidade.
Então, gostaria de tentar me mostrar com mais auto respeito
E me comunicar me expressando claramente contra o preconceito.
Parte 4
Visitei dessa vez sozinho
minha mãe em seu quartinho
e ela atentamente me escutou
a verdade sobre quem eu sou
Ela se dispôs a abrir um sorriso
quando eu disse que há um risco
do que eu disser a assustar
por nunca ter chegado a pensar.
Mas seria muito bom ouvir
o quanto me ama sem partir
para uma obrigatoriedade da minha vida
de quem amo, desejo e passo a rotina.
Ela confusa onde eu queria chegar
disse que está bem e ia tentar
e para eu sem medos falar
o que eu gostaria de desabafar.
É tão difícil esse momento...
Me vem tanto medo...
Ela pega minha mão
e diz que vquer tentar escutar meu coração.
Eu desabo em lágrimas
pela emoção em suas palavras
que desencadeia tudo latente
que estava preso discretamente.
Os olhos encharcados
me impediam de ver o quarto.
Apenas senti sua mão se fortalecer
sob a minha o que chegou a me render...
Pois então falei: " Sou gay, mamãe"
e ela se aquietou: "não se espante,
mas eu já suspeitava um pouquinho
porque conseguia sentir no seu jeitinho.
Ela confessa estar se preparando
para essa conversa que vem pensando
numa maneira de dizer
que eu amo ver você ser.
A liberdade quando negada
como nesse momento em que estou internada
é angustiante e por isso, eu entendo
o que talvez esteja sentindo por dentro.
Eu me senti tão aliviado
e como sou amado
que tive maior compreensão
do que passava em seu coração.
E eu disse que a maior prisão
é interna quando o coração
sente a liberdade ser impossível
quando se esconde sendo invisível...
A gente pode estar em qualquer lugar
e se sentir livre por aqui querer estar,
mas quando somos alguém que repreendemos,
a gente acaba prendendo a nós mesmos...
Minha mãe sorriu e beijou minhas mãos
e disse que torcia muito para ser livre meu coração,
para ser indestrutível mesmo com o preconceito
que pode acabar sofrendo descarado ou em silêncio...
Ela disse que mesmo ela sendo evangélica,
ela me aceitava pois sem querer ser genérica,
nao deseja o mesmo a ninguém
a sensação de não poder controlar seu corpo doente nem por mal nem por bem...
Ela disse que passando o tempo,
mais também respeita de qualquer sujeito
a liberdade de expressão
como no hospital que estou a deixando fazer dança de salão.
Ela disse que amava quando jovem dançar
e que andava dançando com um paciente do nono andar
que participava também do grupo de ajuda
que andava fazendo muito bem a transição tua.
A transição de também me aceitar como sou,
os limites, as potencialidades que restou
e o quanto o amor continuará me mover
e nenhuma doença conseguirá, de fato, me prender.
Eu sorrindo disse que me alegro
com o quanto diz de si mesma com esmero
e que é importante permitir ser cuidada
depois de tanto tempo aos outros sendo dedicada.
Esse é um momento
dela com o seu sentimento
de poder permitir sentir
seja angústia seja amor e isso exprimir.
E saiba que eu estarei aqui
porque a amo e a admiro demais em si
e ela também me abraça e suspira
por conseguirmos ouvir nosso coração que respira...
Bum Bum Bum... Meu coração ficou quentinho
por incondicionalmente aceitar meu jeitinho
e me amar do jeito que eu sou...
Me tirou um grande peso que agora passou...
Parte 5
Eu pego a minha bicicleta
a uma missão não mais secreta
e assumk para Jack ao chegar no cinema
o que sinto por ele e meu dilema.
Jack sorri ao vê-lo e disse que ouviu
meu comentário no cinema daquele dia e sentiu
uma grande emoção por talvez poder
ter alguma chance com você.
Jack disse que às escondidas
também atraído por homens sentia,
mas nunca contou para ninguém
por medo de ser julgado também.
Eu disse que acha precisar de tempo
para me assumir mesmo por inteiro,
mas que queria estar com ele com amor
e que está aliviado por poder trocar todo esse calor.
Durante a sessão, sentados num lugar escondido
da sala deram um beijo desinibido
com que pudéssemos sentir felicidade por finalmente mostrar
como somos e um ao outro nos aceitar...
Passados uns dias, quando contei
ao meu primo Luke, eu me alegrei
porque me acolheu tão bem
dizendo que me aceitava também.
Já meu pai não mais fala comigo,
mas com o tempo mais tento ser indestrutível,
mais respeito nossos diferenças de crenças e acredito
que o tempo pode nos surpreender com novas possibilidades,
enquanto isso eu não preciso viver pela metade.
Eu me aceito!
Eu me entendo!
Me amo como sou!
E na casa de Jack agora eu vou!
e quando chegar, eu vou dizer:
Chega de negar o nosso desejo
Por causa do preconceito.
Te amo! E preciso do seu beijo.
Vamos nos entregar por inteiro.
Vamos nos rebelar
Vamos nos rebelar
Contra quem quiser contestar
Pelo nosso amor mais sincero
Independentemente de sexo.
Sim... eu te amo
Sim... eu te amo
Sem nenhum engano.
Cansei do meu amor a ti negar
Por mais valor à homofobia dar.
O amor ao próximo sustenta
A nossa relação isenta
De um padrão para ser válida
E de um modelo para ser aprovada.
O nosso amor é tanto!!
Ninguém imagina o quanto!!
Nossos espíritos não tem sexo.
O amor universal genuíno não tem critério.
Almas enamoradas
E almas contempladas
Causam inveja por quem não gosta do outro feliz ver
E ódio por achar pecado duas almas se querer.
Sim... eu te amo, meu amor!
Sim... eu te amo com louvor!
Desculpe por tanto negar!
Chegou a hora de me aceitar!
A minha homossexualidade
É impossível de ser curada,
Pois não é uma enfermidade
Que possa ser tratada.
Não é uma escolha sentir
por quem sente atração.
Não é uma escolha ser
homossexual como costumam dizer.
É escolha, sim querer assumir
ou não viver se escondendo de si.
É escolha, sim os desejos refrear
ou os medos enfrentar...
A desconstrução do que é o certo
Socialmente deve ser feita com esmero.
O que diminui o sofrimento
é não se ver como alguém cometendo um erro.
Se achamos que estamos cometendo um pecado
pelo que os homofóbicos dizem ser errado,
Nós não nos assumiremos
E por não podermos ser quem somos sofreremos.
Que possamos nos libertar dos nossos preconceitos
Nos amando como somos primeiro
Que só assim vamos aceitar
que o outro também pode escolher como é se amar.
Jack concorda com minhas palavras
e decide tentar viver isso na prática
me beijando com todo o amor e carinho
me mostrando que não estou sozinho.
Eu me emociono sem querer
porque estou assumindo ser
eu mesmo ouvindo meu sentinento
e minha necessidade de me livrar desse aprisionamento...
A pressão é uma prisão
que enclausura o coração
e quando permitimos deixar a energia fluir
parece que a vida fica mais possível de seguir...
O nosso amor é tanto!!
Ninguém imagina o quanto!!
Nossos espíritos não tem sexo.
O amor universal genuíno não tem critério.
Almas enamoradas
E almas contempladas
Causam inveja por quem não gosta do outro feliz ver
E ódio por achar pecado duas almas se querer.
Sim... eu te amo, meu amor!
Sim... eu te amo com louvor!
Desculpe por tanto negar!
Chegou a hora de me aceitar!
A minha homossexualidade
É impossível de ser curada,
Pois não é uma enfermidade
Que possa ser tratada.
Não é uma escolha sentir
por quem sente atração.
Não é uma escolha ser
homossexual como costumam dizer.
É escolha, sim querer assumir
ou não viver se escondendo de si.
É escolha, sim os desejos refrear
ou os medos enfrentar...
A desconstrução do que é o certo
Socialmente deve ser feita com esmero.
O que diminui o sofrimento
é não se ver como alguém cometendo um erro.
Se achamos que estamos cometendo um pecado
pelo que os homofóbicos dizem ser errado,
Nós não nos assumiremos
E por não podermos ser quem somos sofreremos.
Que possamos nos libertar dos nossos preconceitos
Nos amando como somos primeiro
Que só assim vamos aceitar
que o outro também pode escolher como é se amar.
Jack concorda com minhas palavras
e decide tentar viver isso na prática
me beijando com todo o amor e carinho
me mostrando que não estou sozinho.
Eu me emociono sem querer
porque estou assumindo ser
eu mesmo ouvindo meu sentinento
e minha necessidade de me livrar desse aprisionamento...
A pressão é uma prisão
que enclausura o coração
e quando permitimos deixar a energia fluir
parece que a vida fica mais possível de seguir...
documento da poesia :
fiz o episódio bem inspirada na série de filosofia "merlí" por essa associacao de Foucault e assumir a homossexualidade
a ideia inicial foi desenvolver um casal homossexual, considerando que já fiz três heterossexuais (isso se realmente eles terminarem juntos). A ideia do episódio foi simplesmente mostrar o personagem saindo do armário ao longo tempo. Eu ainda vou trabalhar para que pareça que a cada parte teve um tempo de intervalo.
fiz o episódio bem inspirada na série de filosofia "merlí" por essa associacao de Foucault e assumir a homossexualidade
a ideia inicial foi desenvolver um casal homossexual, considerando que já fiz três heterossexuais (isso se realmente eles terminarem juntos). A ideia do episódio foi simplesmente mostrar o personagem saindo do armário ao longo tempo. Eu ainda vou trabalhar para que pareça que a cada parte teve um tempo de intervalo.
poesia inspirada na música Indestrutível de Pablo vittar.
Outras opções para o personagem:
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