Kevin e Kelly
1.
Kevin não poderia desejar
Sua secretária, mas é incapaz de refrear
Se cada vez que a vê sente vontade de espiar
Por cima ou por baixo do que puder se deliciar.
Kevin, mesmo sendo solteiro, é seu chefe,
E por não poder misturar as coisas, deve
Se mostrar imune ao seu charme e encanto,
Mesmo que possa causar algum dano.
Como esse dano em que, durante a noite, não para de pensar
Na sua meia-calça e como gostaria da sua mão deslizar,
Quando estavam sozinhos no elevador
Ou em sua sala trabalhando arduamente com fervor.
A sala se mostrava extremamente quente.
Ela o olhava sem fingir não reparar a situação inocente.
Ela era uma mulher inteligente, confiante e experiente
Tão linda que arrepia tanto Kevin quanto qualquer outro cliente.
Kelly é tão profissional que sendo lógico
jamais colocaria o trabalho em jogo.
Kevin não se atreveria também obviamente,
Mas não consegue evitar de apenas imaginar em sua mente...
2.
Kelly não deixaria!
Ela não se renderia,
Mesmo que fosse intenso
Visceralmente esse tremendo desejo!
Kelly sentada em sua mesa
percebe chegar e caminhar com firmeza
Kevin ao seu escritório quando tenta disfarçar o calor
E o suor escorrer da sua nuca sem o menor pudor.
Kelly se recrimina dia após dia
por esse querer que atormenta sua rotina,
Embora conseguisse manter seu bom desempenho
E sua concentração em seu emprego.
Kelly também solteira adorava se divertir
Com as amigas na balada ou no bar, totalmente se permitir,
Não querendo, por ser muito nova, namorar sério
A não ser que encontre alguém que não seja interesseiro nem muito mais velho.
Kelly entra no escritório para avisar
Da reunião às 7 da manhã a começar
e Kevin tão nervoso procura se concentrar,
Naquilo que precisa falar.
Kelly com o cabelo preso estava um charme.
Mas Kevin não se atreve a pensar nisso como um alarme
Para que não ouse violar o respeito
Com sua secretária em que se deve zelo.
Kevin tem um peitoral tão definido
E fica num terno tão lindo e fino,
Mas Kelly se belisca pelo atrevimento
Porque a ele deve seu respeito.
3.
E assim, Kelly e Kevin seguem escondidos
Com sentimentos inevitavelmente omitidos
Até que Kelly, nesse dia na sala dele de noite,
vai até Kevin em que o rosto avermelhado se esconde.
Ele confessa seus medos em relação à empresa a ela que se aproxima
E Kelly o compreende com a voz suave que o arrepia
e quando eles se despedem uma faísca se cria
Que escolhem não deixar morrer dessa vez o clima.
Como sempre, um deles sempre tenta escapar,
Mas foi mais forte dessa vez para nisso pensar
E um selinho demorado trocaram até Kelly se desvencilhar pedindo desculpas
E Kevin dizendo que queria confessar o que sente sem culpas.
Ela arregalou os olhos assustada, não deixou
Que ele continuasse e até gaguejou
Dizendo que eles não poderiam fazer isso sendo proibido
E ele não confessa mais nada concordando que foi um erro arrependido.
Kevin não quis dizer mais nada dessa façanha
Por medo de ser rejeitado por essa dama
Tão atraente e que poderia machucá-lo como nenhuma outra,
Mesmo que tenha ficado com várias outras moças.
4.
Num outro dia, Kelly no armário dos funcionários
No final dos horários,
Kevin aparece de supetão
Preparado para dar nela um beijão.
Ela desvia a cabeça por susto e reflexo.
Ele se afasta arrependido por respeito.
Mas diz que não aguenta mais ficar longe dela
Porque quer muito poder mostrar o que sente por ela.
Ela assustada olha para a boca dele carnuda
Dizendo a ela que a deseja, olhando para seios, quadris e bunda
E ela vai indo para trás até se apoiar no armário
E ele coloca o braço apoiado no mesmo. (Que ordinário! rsrs)
Dificilmente, Kelly consegue resistir,
Mesmo ela imaginando seus lábios sentir
Como poderiam se beijar ali mesmo com tanta vontade
Que mostrariam aos dois a grande verdade.
Mas ela logo tenta se esquivar dizendo que não,
Sendo para Kevin uma frustração e rejeição.
Ela diz que para ela o trabalho dela está em primeiro lugar
E não poderia por um lance tudo arriscar.
Kevin se aproxima mais ainda irritado
Porque no fundo estava muito chateado
Dizendo que se perguntasse a ele saberia
Que não é apenas um lance o que ele gostaria.
Kelly ri com deboche achando que fosse ironia.
Kevin olha sério - mais do que nunca- para ela com valentia.
Ele se aproxima devagar mais ainda de novo,
Mas Kelly afasta sem querer com a mão seu tronco.
Ela diz que não pode com ele se envolver
E que não acredita que ele possa assim a querer.
Ele irritado diz: "por que me julga" e olha para o chão
Dizendo triste que "está abrindo seu coração".
"Talvez não seja aqui o local adequado.
Por isso, gostaria de convidá-la para algum lugar reservado."
Ele a olha com ternura e acaricia seu queixo
Querendo muito que ela pudesse permitir um outro beijo.
Ele então, pede, apenas um.
Ela disse que ele não é qualquer um,
Mesmo sendo solteiro e novo, que ela poderia ficar.
Ele, por ser seu chefe, deveria o respeitar.
Ele pede para que, nesse sentido, não o respeite
E que, mesmo que a queira muito e anseie,
Que ele não irá forçar nada para ela não temê-lo
Porque isso seria para ele o pior pesadelo.
Ela sorriu a ele mostrando suas covinhas sem querer.
Ele sorriu também por achar ser um sinal ser.
Ela disse que precisava ir embora
E que se sente bem com ele em qualquer hora.
Mas prefere não misturar as relações
E as diferentes situações
Para evitar confusões
E iludir seus corações.
Ele disse que também pensava assim e ainda pensa,
Mas se tiverem uma chance de ser real e possível, ele não dispensa
Porque não negaria e não quer ter que mentir o que sente,
Já que isso está sendo demais para ele, mesmo que o tente.
Ele tira o braço ao redor
Aliviado com o que for
Que fez ela levemente assentir com a cabeça,
Contando que não fosse no local da empresa.
Ela disse que foi um erro
eles terem dado um beijo
aqui já que tem muito em jogo a se preocupar.
Seria melhor se forem para um outro lugar.
Kevin ficou feliz pela resposta e disse que aceitaria.
No que fosse adequado, concordaria
porque aquele selinho não lhe sai da cabeça
nem seu jeito empático com ele quando a dor lhe vença.
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Segunda parte
Kelly com as amigas
certamente adoraria
ir num karaokê
para cantar seja lá o quê.
Quem sabe, poder encontrar
Kevin no happy hour por ele costumar
ir lá beber e cantar várias músicas lindas
que possa se envolver entre luzes, lasers e faíscas.
O medo do artista ser considerado
kitischi pode bloquear Kevin para ser reconhecido
por fora e não, por dentro em que haja sentido
de ser por si bem admirado.
Kevin solta a voz e se surpreende
com a chegada de Kelly que aplaude e pressente
estar longe das amigas para poder lhe confessar
que gostaria de uma música com ele cantar.
Ao som da música conectados,
Com o olhar e voz interligados,
Kevin depois, convida para que escondidos
possam ir a um bar bem longínquo.
Ela consente e, quando chegam, ele logo pergunta
quais são os planos futuros de Kelly que se assusta,
mas não vai bancar a burra por perceber o interesse
e querer também sem cerimônias nem disfarces ficar com ele.
Kelly diz que sente amor pela família e sua moradia,
Mas também tem vontade e teria alegria
de morar numa kitchenette com seu namorado
num futuro que seja possível se manterem lado a lado.
Ela gostaria de ser uma secretária mais renomada
e ser de fato intensamente e profundamente amada
por quem lhe despertar e tiver um interesse sincero
de viverem juntos com amor, confiança e esmero.
Kevin se surpreende com a resposta tão direta
em que o colocou a par do que ela gostaria
E desejando o mesmo, a partir de uma conversa sincera,
Ele diz que tem intenções sérias com ela e não apenas, uma fantasia.
Kelly sorri para Kevin porque adora ser levada a sério
com interesse, atração, amor, compreensão e olhar sincero
para que desde o começo ele saiba qual é o propósito dela
já que não está lá apenas a passeio sem um sentido para ela.
"´E uma maravilhosa mistura!"
o que a Kelly pediu sem compostura.
"Kiwi e tequila!" ela exclamou, enquanto Kevin a olhava
e, percebendo a boca dela num sorriso,ele se encantava.
Já Kevin estava querendo exautado pedir
uma Kaiser para o gelado da cerveja sentir
para que refrescasse seu corpo feito fogo,
por estar próximo de Kelly olho a olho.
Conversas leves e engraçadas
os envolveram até com gargalhadas
assim como conversas profundas e inteligentes
para saber como cada um vê e entende assuntos mais intercorrentes.
Aproveitaram para pedir um pão de queijo
num lugar distante da empresa para poderem dar um beijo
sem o olhar fiscalizador dos funcionários conhecidos,
apenas deixando os sachês de ketchup abertos exprimidos.
Pareciam que trabalhavam numa kibutz pelas pessoas
se intrometerem na vida das pessoas para julgarem serem más ou boas,
apenas para passar o tédio rotineiro de cada dia
já que gostavam de fofocar e afastar a monotonia.
Um kimberlito é como sentiam que era essa relação.
Kevin e Kelly tinham uma rocha no coração,
interligados por matizes finas superficiais,
mas por dentro, haviam grandes arredondados de cristais.
O amor como um cristal cintilante,
a rocha pela dureza para poder serem acompanhante
por apenas na superfície manterem uma discrição,
enquanto pulsa tão fortemente o coração.
Mas eles sabem o potencial dessa relação
por transportarem diamantes do coração
que podem os revelar tão brilhantes e cintilantes
por aceitarem e viverem esses sentimentos tão vibrantes.
Como numa corrida de kart, Kevin a levou para sua casa
com velocidade a mil para que não pegassem tanta chuva,
numa madrugada fria e chuvosa, depois de um lanche e uma música
que puderam dividir, e depois, com guarda-chuva, num sorriso, ele a abraça.
Dessa vez, ela é que se encanta com seu sorriso
e ele sorri por perceber um possível compromisso
por serem valorizados como pessoas um pelo outro
pelo que sentem que além do julgamento alheio, é um precioso tesouro.
Há diamante na profundidade
como o amor cristalizador de verdade
que sobrevoa com a leveza e a dureza do dia-a-dia a se mostrar
presente na alma, no coração e no corpo em sintonia a brilhar...
Documento da poesia:
A primeira parte se encontra nesse blog no seguinte link: http://rumoaminhamente.blogspot.com/2022/07/kevin-e-kelly-primeira-parte.html
A segunda parte do poema Kevin e Kelly foi elaborada pensando em palavras que iniciam com a letra K. Eles seguem uma sequência narrativa, por tanto.
informações que foram inseridas na poesia:
Kimberlito é uma rocha ígnea plutônica ou intrusiva, de composição similar a do peridotito, em geral, com textura porfirítica, com grandes cristais frequentemente arredondados cercados por uma matriz mais fina. Os kimberlitos são conhecidos por transportarem o diamante do manto para a crosta terrestre, e é daí que vem seu grande valor econômico.
Kitsch foi criado no século XIX para classificar produções artísticas consideradas inferiores, feias e exageradas.
Kibutz [quibúts] (hebraico= "reunião" ou "juntos") é uma forma de coletividade comunitária israelita.Vou continuar essa história depois...
Documento da poesia:
A ideia dessa série de poemas narrativa nova não é de agora. Eu já imaginei essa série quando estava fazendo várias poesias explorando as fantasias sexuais mais frequentes das pessoas. A fantasia sexual entre líder e subordinado foi uma que cheguei a pensar quando escrevi os poemas: "No Elevador" (sexo no elevador) e um que tirei do blog "Sexo a Três" (algo assim).
Eu escrevi essas depois de ter visto uma reportagem falando de uma pesquisa no instagram de pessoas que responderam as fantasias sexuais mais fortes delas e o resultado da pesquisa foi tão interessante que cheguei a pensar como caberia escrever poesias para elas.
Esse poema já começou a ser idealizado nessa época. Mas só o fiz realmente quando pensei em palavras que iniciem com a letra K. Eu estava fazendo uma brincadeira para fazer quadras para várias palavras com letras menos frequentes do alfabeto como K, Z, R e H. Essas letras ficam muito ignoradas. E como estava querendo destravar, já que faz tempo que não escrevo, eu achei melhor fazer essa brincadeira. Quando chegou na letra K, eu achei melhor começar essa série narrativa dado que me sentia bem inspirada para escrever.
A poesia é para explorar uma fantasia sexual. Respeito muitíssimo o ambiente organizacional. A intenção da poesia é realmente brincar, zoar, imaginar, criar uma história e poder explorar uma história que se situe na melindra do querer, dever e poder.
Eu adoro escrever poesias narrativas como, por exemplo, a da Amélie Klein que é a primeira que eu fiz voltada aos adolescentes, mas que um público diverso possa gostar. Essa aqui eu acredito que seja a segunda mais voltada para o público adulto.
A ideia é ter um pouco de safadezas. Por isso, considerarei essa série como "Maior de Idade". Esse é apenas o começo em que apresentarei os personagens.
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