Arco e Flecha

 


Curtindo a brisa do amor que tanto me preenche na calada da madrugada. 

Abrindo o baú de cartas que tanto me dei na ânsia para que eu escreva quando estiver apaixonada. 

Permitindo ao amor e aos desafios advindos da convivência em cada carta entreaberta.

Sentindo o fluir do que quer que tenha acontecido ganhar sentido ao me acertarem como flecha. 

Abrindo o arco com os meus sonhos de ser amada que são o que me motiva a escrevê-las.

Curtindo a reciprocidade ou odiando a impessoalidade em cada parte de cada carta ao concebê-las.

Permitindo tocar em minhas cartas percebendo a textura, a cor, o tom, o jeito e o sentimento.

Sentindo respeito à minha história entreaberta num baú e hoje vejo: quem mais quero escrever é para ti,

e, a partir dessa intenção de ser sua mulher e humanamente querer ser amada de corpo e alma aqui,

eu me entrego a esse momento tão seu e tão meu, tão nosso, que inicia, percorre e se encerra

com a mesma ternura e loucura de perceber o quanto em uma carta tem tanto que a revela e até berra

palavras carregadas de lágrimas de alegria ou tristeza a ponto de me acertar com uma flecha em cheio

que tornaram-nos vivos ao querermos cativar e sermos cativados para o arco se abrir por inteiro.

E hoje com você inevitavelmente e absolutamente percebo

que meu arco mais se abriu por você porque você me cativou com carinho 

e essa flecha eu livremente e conscientemente concebo,

para ajudar nessa luta diária com o mundo cotidiano, com um sorrisinho...    

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