Choque - Conto narrativo


A estória foi completamente inventada pela autora!! O nome dos capítulos são inspiradas em nomes de músicas dos The Beatles


 

Capítulo 1: Dois de Nós

— Estamos em quatro. Dois de nós precisam ir lá para ver se ela está lá! -exclamou Pedro preocupado.
Diego se ofereceu contrariado, mas com medo do que poderia acontecer com ele lá. Será que valeria a pena?
Marjorie disse cruzando os braços e balançando a cabeça negativamente:
— Eu não vou não. Que medo! Vai sobrar para a gente. Acho melhor ninguém ir e ficarmos aqui, gente!!
Nathália tirou da bolsa uma pinça dizendo que só tem isso com que pudessem se defender. Nathália foi se aproximando devagarinho da tranca da combie em que estavam todos trancados, no meio da noite, assustados, mas não queriam deixar de tentar...
Em contrapartida, Marjorie gritou desesperada :
— Não!! Você está louca? Melhor a gente não abrir!! Mantenha a porta trancada!" – segurou a mão de Nathália o que fez elas se olharem com raiva contrariadas.
Até que, de repente, ouviram um barulho do lado de fora.
Todos se assustaram.
Mas ninguém viu nada.
As meninas que falavam ficaram quietas. Pedro fez chiu bruscamente e disse:
— Mesmo querendo ir ver se ela está bem, era melhor deixar a porta trancada. Verifiquem se todas as janelas da combie estão fechadas até em cima.
Todos estavam ofegantes por terem corrido tão depressa. E agora que estão na combie trancados, não sabem se vão ou não atrás de Helena.
Nathália começou a chorar preocupada com a amiga lá fora sozinha. Eles chegaram e ela simplesmente não estava com eles.
Pedro coloca a mão na cabeça, bufa e irritado diz:
– eu só corri tão rápido na frente de todos que nem olhei para trás!
Diego enconsta a cabeça na janela como sempre faz quando está chateado e enquanto fecha os lados tenta evitar as mil imagens do que pode ter acontecido com Helena. Ele franze a testa e balança a cabeça dizendo:
– não!! Minha mente não para de me pregar peças. Eu não quero nem pensar nisso.
Nathália chorando se questiona:
- Eu me lembro que ela estava com a gente antes de aparecer... Ela estava do meu lado! Eu preciso ir encontrá-la! Eu amo a Helena!! Não podemos deixá-la lá!!- Nathália se levanta rapidamente, mas Marjorie, ainda tremendo de medo, também se levanta e a impede a abraçando por trás colocando todo o peso nas costas de Nathália que agacha e copiosamente chora com o rosto encolhido em direção a barriga.
Marjorie fala:
– Espera, Nathy! Eu também gostaria de encontrá-la. Mas agora não é hor...
Nathália tenta se desvencilhar dos braços por cima berrando em meio ao choro:
– Como não é hora? Quanto mais a gente demora, pior para ela!!
Marjorie fecha os olhos como se não quisesse ouvir o que dizia, mas diante tanto medo, é mais forte do que ela:
– Mas é melhor para a gente.
Nathália aborrecida:
– Como pode pensar assim!! Ela é minha amiga!! Achei que fosse sua também! É mesmo só pode ser porque no fundo tá torcendo para ela se fuder lá depois do que ela fez... pura estupidez!!
Nathália mais agressiva a empurra para trás. Mas Diego, é impedido de continuar tendo seus devaneios apoiado à janela, perto da janela vai até ela e bem perto de seu rosto: "Nathy, eu vou com você." 
 
Capítulo 2: Socorro
Nathy e Diego abrem a porta de trás da combie e saem juntos com a pinça na mão e Diego pega um galho caído do chão.
Diego fecha a porta dizendo para Nathália que pegou pesado com Marjorie.
Nathália não abre mão, dá de ombros e diz que uma coisa é ter medo como eu estou e outra coisa é não fazermos nada. Precisamos pensar em Helena.
Diego tenta discordar
Eu acho que numa situação dessa se proteger não quer dizer que não gosta de quem ficou pra trás.
Nathália quem sabe... pelo menos, que ainda está com raiva pelo que Helena fez mais cedo com os cadernos é verdade. Marjorie não gosta quando a gente se intromete na vida dela.
Diego ri nervosamente e diz:
—E isso a Helena adora fazer. É tão preocupada com a gente. Se acontecer algo com ela, eu não sei o que sou capaz de fazer.
Nathália responde prontamente:
– e eu também. Helena foi a minha primeira amiga na escola, antes de conhecer a Clarice e Pedro. Ainda bem que Clarice não veio hoje. Ela teria um infarto. Do jeito que é. Teria desmaiado na hora que vimos aquilo. Não tô acreditando que isso é real. Eles são reais? Será que é isso mesmo o que vi?
Diego sério e realista:
— Nunca acreditei neles! E ainda não sei se acredito. Mas afinal, ele estava no céu. E agora como pode explicar o quão veloz se movia! De uma forma tão retilínea! Piscava! Estrelas não fazem isso!! Será que não podia ser algo que a gente não tem conhecimento?
Nathália quase cai por conta de um buraco que não viu, Diego a segura pelo braço se aproximando. Nathália dá um grito de susto breve, mas logo abafa quando vê seu rosto mais próximo como nunca. Diego tem um rosto muito bonito.
Nathália tenta se recompor, dá um passo para trás recuando e agradece timidamente Diego que diz que está tudo bem e completa:
– Eu estou com tanta adrenalina que estou alerta nos mínimos detalhes!
Nathália concorda dizendo:
— Pois é! Que baita reflexo!! Agora acredito que foi atrás dessas árvores que estávamos reunidos quando vimos.
Diego boquiaberto assustado:
– Como é possíve!! Não tem mais nada aqui. Cadê aquilo que estava no céu? Onde está Helena?
Nathália junta as mãos em oração chorando:
— Oh meu Deus! Nos ajude a achar Helena!! E que todos possamos voltar em segurança. Que ela apareça!! Oh meu Deus!! Está tudo muito escuro!! Só com as lanternas do celular dificulta. Nos ajude com sua luz, Senhor. Nos leve a ela.
Diego abraça Nathália em que choram juntos preocupados com Helena, mas pega o rosto de Nathália e sussura olhando em seus olhos pretos:
– Estou com você. Vamos continuar procurando.
Diego seca as lágrimas e afasta a franja na testa colocando na orelha de Nathália para que ela olhe bem para ele.
– Vamos conseguir!
Nathália consegue olhar em seus olhos azuis, sente maior segurança e assente com a cabeça tentando se manterem mais concentrados.
Eles abraçados lateralmente descem um campo com cuidado para não cair.
Eles veem um macaco na árvore que se esconde ao ver a lanterna.
Depois do que chega a ser uns 10 minutos de caminhada, eles encontram uma fita semelhante a que Helena estava usando ainda mais para frente do lugar em que eles estavam.
Quando Diego vê e Nathália confirma, ela desaba a chorar e ele a abraça dizendo: o que será que houve? Realmente aconteceu algo com ela.
Nathália e Diego passam a andar desesperadamente pela floresta chamando pelo nome de Helena repetidas vezes até que em um desses gritos,Nathália fica agashada tentando descansar as pernas por um momento e volta a chorar muito.
Diego estende a mão, Nathalia levanta e se dão um abraço em que ele coloca o braço direito em sua nuca deslisando-o ate a nuca por trás e o braço esquerdo em suas costas. Ele dá um beijo em sua cabeça. E então, ela desabafa:
– Como isso está sendo desesperador! Não a encontramos. Só a fita dela! Como é possível? E já está muito escuro!!
Diego põe a mao em seu rosto com o cabelo todo bagunçado acompanhando seu movimento. E então ele responde:
— Nós simplesmente não temos nenhuma ideia do que aconteceu. É uma sensação de muita impotência... e preocupação com a vida dela.
Nathália continua olhando entristecida para ele:
— Ainda mais Helena que sempre foi como uma irmã para mim, não gostaria de perdê-la.
Diego responde incerto das palavras:
— nós não iremos perdê-la. Talvez amanhã com a luz do dia fique mais fácil achá-la ou ela pode conseguir encontrar o caminho sozinha. Lembra de como ela é independe e sempre soube se virar. Ela que me incentivou a estudar pra aquela olimpíada impossível de Física e eu consegui ir bem!!
Nathália dá um sorriso leve e diz:
— É claro. Helena foi quem me ajudou na competição de Natação. E fora que ela é excelente com xadrez. Sempre tem um ótimo raciocínio.
Diego olhando pra Nathália com dificuldade franze os olhos como não querendo ver e colocando as mãos em seus ombros:
— Isso vai ser como um xadrez pra ela, Nathy!
Então, de repente, eles escutam a buzina da cowboy.
E então, se dão um sorriso esperançoso de que estejam sinalizando a sua volta. Eles correm para a cowbie o mais rápido possível. De longe, já deu para ver que estava dentro dela com os vidros um pouco embaçados Marjorie e Pedro.
Nathy diz irritada para Diego se aproximando do veículo:
– Ué? O que houve? Por quê buzinaram pra gente se Helena não está aí? Eu só posso não estar a vendo... só pode ser!
Abrimos a porta pedindo uma explicação:
Marjorie estava com uma garrafa de água estendida para gente exclamando em alívio:
– Finalmente, vocês voltaram!!
Nathália reclamou: "Por quê buzinaram?"
Diego perguntou sério: o que houve? Vocês estão estarrecidos por quê?
Pedro saiu da cowbie para nos abraçar em conjunto aliviado dizendo que já passaram horas em que fomos. Estavam preocupados com a gente achando que poderiam ter sido levados por eles também.
Marjorie continuou:
— Está acabando a bateria do meu celular. E não me agrada a ideia de ficarmos aqui na floresta de noite sem proteção nenhuma nem ao menos celular!!
Nathalia sem querer acabou escapando:
— Mas se ainda não chegamos é porque ainda não achamos Helena. Aliás, pior!! Só achamos essa fita, uma parte dela, o que é bem pior porque agora sabemos que aconteceu algo com ela.
Pedro vendo o objeto em sua frente volta a se desesperar como antes pois percebe que é real murmurando:
— Helena foi raptada!! Desapareceu!! Eles a levaram para dentro daquela coisa? Ela está sendo bem tratada? Será que foi para outro planeta?? ONDE ELES A LEVARAM? OH, o que vamos dizer para seus pais? Era para ter sido um dia tranquilo fazendo trilha como sempre fazemos. Só paramos pra dar uma descansada e conversada naquela casinha de madeira quando vimos um disco!!
Diego alegou:
— Não podemos afirmar o que seja ainda. Mas é realmente algo que não sei explicar com os conhecimentos de física que eu estudei na escola. Nosso professor Laércio não vai acreditar na gente...
Marjorie disse baixo:
— Ninguém vai acreditar que presenciamos um disco e que ele ainda raptou a Helena. Como vamos explicar isso? Melhor inventarmos uma história.
Nathália discordou veementemente:
— Claro que não!! O que vamos inventar?? Por quê?
Marjorie olhou para Nathália como se fosse lógico e óbvio dizendo:
— Vão dizer que estamos loucos...
Nathália bateu o pé:
– Se alguém falar o que é possível, a gente sabe o que a gente viu...
Diego disse com a mão direita na cabeça:
— Saber saber a gente não sabe né? Eu preciso respirar um pouco e estudar mais... pensar melhor nas hipóteses do que pode ter sido...
Pedro murmurou encostando na porta ainda aberta da cowboy:
— Acredito que ela pode ter sido capturada por qualquer pessoa!! Pode ter se perdido na floresta!! Pode ter acontecido qualquer coisa!! Não necessariamente foram eles... mas não deixa de ser uma hipótese...
Quando ele disse hipótese, a gente escutou um morcego não tanto, mas perto deles. Eles imediatamente entraram na combie, antes que esse bicho pudesse entrar. Ligaram o motor e foram embora para a república.
Diego olha para Nathália ao seu lado, vendo que está com uma cara entristecida ainda por deixarem para trás Helena, mas não tem mais outro jeito.
Diego pega em sua mão e diz:
— Vamos voltar para a casa que fica na cidade e amanhã logo pela manhã vamos voltar e verificar bem direitinho cada centímetro dessa floresta!!
Nathália fez um cara agradecida por compreendê-la e retribui o toque de mão:
Ela responde então:
— Obrigada, Di, por ter ido comigo. Espero que amanhã acabe o que parece ser um pesadelo.
Eles se abraçam lateralmente até onde permitem os cintos de segurança.
Marjorie e Pedro que estão na garupa na frente da combie e parecem estar conversando sobre os extraterrestres e de como o que viram poderia existir realmente.
Entrar nessa discussão quer muito Diego, mas agora está tão triste, que prefere ficar reservado e apenas devagar já que diante do que experienciou junto com seus amigos de faculdade da federal do interior de Quixadá, ele tomou um choque.


Inspirada num caso real de Barroso explicado no livro de ufologia. 


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