Vulcão
Essa subida íngreme
me parece mais difícil que cometer um crime
com toda a certeza do mundo
assim como a incerteza nesse segundo
da queda
que me afeta.
Concentro toda a minha energia nos movimentos
dos meus braços e pernas, me certificando do que estou vendo.
Meus sentidos estão sob minha proteção
pelo medo de que o vulcão entre em erupção
restando apenas as cinzas
e meu Espírito soprado às brisas.
Batimentos cardíacos a todo vapor.
Suor que chega a procurar me proteger do calor
de um vulcão que está prestes a estourar
de tanta angústia, desespero e agonia a pressionar
meu ser que está em pleno apuro
para que essa expressão não afete minha vida, meu futuro.
Sei que tenho muito a sentir, a liberar, a extravasar
de larvas afetivas e lascivas que me convidam a explorar
o fundo do vulcão
e na certa, eu chego a aceitar de coração
para não me perder
do meu precioso ser.
Dei voltas e voltas pelo vulcão
com a devida atenção para que quando entrasse em erupção
fosse de uma forma que realmente aliviasse
e que não me matasse nem me condenasse
num sufoco já que o que sinto
é por mim direito sentir. Logo, não ressinto.
Conservação do meu coração.
Cuidado à minha erupção
para que não haja obstáculos
e o caminho esteja livre dos embaraços,
quando estiver numa distância segura
Para favorecer a minha aventura e cura.
E assim, eu paro e encaro
Em plenos pulmões e corações
o que está vivo e reprimido
E simplesmente erupciono num grito...
Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!
(Dê um berro se o poema for declamado)
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