Vulcão

Vulcão Merapi entra em erupção na Indonésia

Essa subida íngreme

me parece mais difícil que cometer um crime

com toda a certeza do mundo 

assim como a incerteza nesse segundo

da queda

que me afeta. 

 

Concentro toda a minha energia nos movimentos 

dos meus braços e pernas, me certificando do que estou vendo.

Meus sentidos estão sob minha proteção

pelo medo de que o vulcão entre em erupção 

restando apenas as cinzas 

e meu Espírito soprado às brisas. 

 

Batimentos cardíacos a todo vapor.

Suor que chega a procurar me proteger do calor

de um vulcão que está prestes a estourar

de tanta angústia, desespero e agonia a pressionar

meu ser que está em pleno apuro 

para que essa expressão não afete minha vida, meu futuro. 

 

Sei que tenho muito a sentir, a liberar, a extravasar

de larvas afetivas e lascivas que me convidam a explorar

o fundo do vulcão 

e na certa, eu chego a aceitar de coração

para não me perder 

do meu precioso ser. 

 

Dei voltas e voltas pelo vulcão 

com a devida atenção para que quando entrasse em erupção 

fosse de uma forma que realmente aliviasse 

e que não me matasse nem me condenasse

num sufoco já que o que sinto 

é por mim direito sentir. Logo, não ressinto. 

 

Conservação do meu coração. 

Cuidado à minha erupção

para que não haja obstáculos

e o caminho esteja livre dos embaraços,

quando estiver numa distância segura

Para favorecer a minha aventura e cura.       


E assim, eu paro e encaro 

Em plenos pulmões e corações

o que está vivo e reprimido

E simplesmente erupciono num grito... 

Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!

(Dê um berro se o poema for declamado)



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