Brincava no parquinho
Quando brincava no parquinho,
Sorria num balanço,
Mas veio um garoto
E levou com ele minha inocência.
Ele fez isso sem que eu tivesse outra escolha.
Isso é o que eu posso perceber
Na minha experiência
De uma profunda violência.
Oh Céus! Só queria ascender uma vela
Nessa escuridão
E me ver nela.
Pura chama
De raiva
E mágoa
Por tanto tempo
Que me fez ter medo do amor
Mas ainda muito anseio
De ser respeitada de verdade.
Fui algumas vezes e outras duvido
Mas consegui me abrir
Finalmente
Para evitar que o conflito
Fosse determinante
Ao que eu devo fazer para conhecer alguém.
Eu só quero viver o momento
Mas me certificar de que
Numa relação a dois que se preze
Eu esteja podendo me colocar.
Só que me rendo porque não quero mais negar
Meus prazeres, meu desejo de amar
De me entregar com vontade
Que arde e queima
Minha cabeça
Me deixando besta
Por um tesão descontrolado
Descompensado
Porque tanto foi negado
E quando obtido, foi violado.
Oh deus só quero me entregar para alguém que saiba me respeitar.
Crescer junto... e assim me valorizar.
Só que agora estando suja e louca,
Não terei a paciência necessária de conhecer,
Loucamente já querer dar e serei julgada e desvalorizada
Por nao conseguir refrear meus desejos
Somente pela triste ilusão
De que não faria isso sem sentir nenhum dos meus medos...
Ainda bem que pelo menos
A vela foi derretendo
Enquanto fui me conhecendo,
Acolhendo
E em meio a tudo me reconhecendo.
Só quero libertar
Meu coração
De qualquer amargura
E frieza
Porque quero só me abrir para conhecer, conviver, doar e receber
Sentindo fluir todo o carinho e calor humano que mereço sentir.
Já é tempo!
Vivo em movimento.
O prazer não é mais tabu
Nem mesmo um corpo nu
Que se faz alma e coração,
Com a aliada razão
Ao me aventurar sem mais medo
E poder ser eu sem mais parecer um segredo.
A chama está diminuindo.
Não sei se já está sumindo.
A vela ainda existe e existirá em mim
Para que eu possa cuidar
E ver que há momentos para fugir e atacar
E outros momentos para sentir e ficar.
Só quero me permitir
Eu mesma escolher quando e onde
Confiar em meu nome
E simplesmente assim seguir
Em nome do amor
Para onde for
Mas não mais só, já não é mais suportável.
E assim se for para pegar, ficar ou namorar é inegável
Que estou no agora dessa decisão vivenciando
Sem nada nem ninguém me julgando
Porque o que é sagrada é a verdade do meu coração
Para quando for um "sim", "talvez" ou "não".
p. s. Foto está assim de propósito
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