Bonequinha de Plástico
Breu de dignidade Se fez verdade Naqueles momentos Em que me transformaste Numa bonequinha Ao seu bel-prazer. Instante que presenciei O âmago e o ápice da intimidação Várias vezes na minha vida Em relações frias de contato. Momentos esses de exposição E humilhação ao ser convertida Num objeto plastificado Que simplesmente é oco por dentro. Só vejo lágrimas ao me deparar com a tristeza, Só escuto gritos ao me deparar com a raiva, Só percebo uma cabana por me deparar com a vergonha E só encaro a dor só quando me percebo violada ao ter minha autonomia, minha voz que não pode me ser tirada por ninguém nem por mim. Só quem pode ser reduzida a algo inferior É quem foi violada a uma versão mais empobrecida do que fazem de ti.... Não sou eu. Eu sinto dores. E também tenho esperança de achar alguém que acolha meu coração. Estou no abismo da dor, Mas vou levantar Não para amar de novo outro...