Amélie Klein - Série em Poesia Completa


História Original por Beatriz Nahas

Apresentação

Nome da Série: LABOX 

Tipo: Série em Poesia Experimental Narrativa
Descrição: Cada episódio é escrito por um personagem da série, mas há um foco maior na Amélie Klein. Cada episódio é como se fosse um conto independente com começo, meio e fim, mas também tem relação com os outros episódios. 
Objetivo da série: Fazer críticas sociais relacionadas ao universo feminino e masculino.
Estilo: Suspense, Drama Social, Romance, Surrealismo, Aventura e Ação.
Sinopse com o mínimo de spoiler: Amélie é uma adolescente que acha algo impressionante. O que será que é? ´E uma história baseada em fatos reais. 
Locais mais frequentes: Condomínio dela e escola


´INDICE


1 - "Irmã Gêmea" por Amélie Klein


2 - "Um Objeto Sexual" por Louise Stone


3- "Lobas Na Escola" por Gabrielly Collins


4- "A Ilusão do Herói" por Charlie Klein


5 - "Jogo por Amor" por David Stewart


6- "Coroa de Cinderella" por Susi Allen


7- " O Coringa em Mim" por Luke Coleman


8 - "Vedetes pela Traição" por Jane Evelyn

9 - "Assumir Ser" por  Richard Green 

10- "Retorno do Vilão" por Fred Coleman


Vai Começar a série! Boa Leitura!



1 Episódio: "Irmã Gêmea" por Amélie Klein



No Brasil, em 2000, Amélie nasceu como uma garota
E, condicionada a crenças sociais limitantes, se acha uma boba
Por ser tão medrosa pelas fracassadas e inúmeras tentativas
de conseguir um trabalho, nessa sociedade volátil e machista.

O fracasso de cada tentativa
a fez descobrir a melancolia
tão insistente que não conhecia
e que agora a atormenta todo santo dia!

Tornou-se uma fácil presa
para a melancolia que sem defesa
deixou Amélie num grande vão
que cada vez mais aumenta em seu coração.

Amélie não se sente capaz
de encontrar sua paz
E ir para qualquer lugar
Com a força do seu desejar...

Seus amigos a motivam!
Eles em vão a animam
Assim como seu melhor amigo
Em que dele guarda algo em sigilo.

Amélie angustiada vai para seu quarto.
De repente, se depara no espelho parado
O reflexo do seu "eu" com semblante sereno
mostrando a ela como é possível ver o seu ser pleno.

A sua irmã gêmea no espelho num gesto de acolhimento,
Subitamente, sorri a ela num dado momento.
Amélie pensou que estivesse delirando
Ou que quiçá estivesse tendo um sonho estranho.

Sua irmã diz a ela para não desistir
Porque ela vai, sim conseguir
Se de uma forma diferente persistir
E não se do mesmo jeito insistir...


Amélie ainda extremamente chocada
Com seu "eu" no espelho, que falava,
Desabafou a ele que estava desanimada
E com esse mundo machista e moderno preocupada.

Sua irmã gêmea do espelho assentiu.
E então, bem pensativa desistiu
De apenas palavras dizer.
Ela firme se virou para trás dizendo: Amélie, venha aqui ver!

Amélie não sabia bem o que fazer;
Mas arriscar era o único jeito de saber...
Ela abriu o espelho e não acreditou no que viu!
A surpresa foi tanta que seu coração acelerado sentiu...

No seu quarto, foi descoberta,
atrás do espelho, uma passagem secreta!!
Impressionada, ela entrou no que parecia
Num só cômodo ser uma outra moradia.

Havia um sofá em frente com um quadro acima,
um abajur lateral, uma estante com livros e uma caixa com roupa íntima.
Havia um armário, uma cama arrumada, um baú com mantimentos.
No fundo da sala, um berço e no chão alguns brinquedos.

Tudo estava extremamente empoeirado
Como se há muito tempo tivesse sido abandonado
Por alguém que o usou como talvez um esconderijo
Sabe-se lá por qual motivo...

Amélie continuou a caminhar
Até o momento que ouviu um som destoante ao pisar.
Quando percebeu que era um piso falso, o quebrou no meio
Até quando conseguiu tirar o azulejo com anseio e receio.

Havia um sebento diário
Com páginas amareladas difíceis de se ler
E um pequeno amuleto ao lado
Com a imagem de uma mulher e de uma bebê.

No diário, a mulher chamada Louise contava
Os tempos em que, nessa casa, em 1978, era violentada
Pelo marido que como chefe de polícia do bairro da cidade pacata do interior trabalhava
E por isso, sua família e a própria pequena cidade tão bem enganava.

O seu pai não se conformava
com a ideia de uma filha divorciada
porque seria uma desonra ao casamento
e à família reconhecida na cidade pelo respeito.

Para seu pai, a mulher tinha que ser uma boa esposa
e não inventar do marido qualquer coisa.
Seu pai escolheu seu marido
já que quem ela amava era proibido.

Nessa cidade tão pequena do Nordeste, ninguém acreditava
que ela era de fato mal tratada, mas sim, meio maluca e ingrata.
O marido disfarçava serem uma boa família
como de "conto de fadas" todo o dia.

Por três anos, o marido bêbado a maltratou
naquele lugar que tanto odiou!
Ele a batia, humilhava, ofendia e tanto a abusou
Até chegar ao ponto em que a engravidou...

Quando ele chegava bêbado, ela tentava
nesse lugar ficar em silêncio trancada
para evitar risco a sua bebê
já que por ela, ela poderia até morrer...

No seu diário, escreveu tantas palavras de dor carregadas e por lágrimas borradas!
Era tanta a angústia por não conseguir sair dali que pensou em se matar, sumir,
Mas ela insistiu... tantos maus tratos ela engoliu
Por sua filha que, por tudo isso, tanto amor e ódio sentiu.

Ela era mantida presa sem janela naquele secreto lugar
para nunca sair dali quando ele fosse trabalhar!
E quando chegava, era obrigada a tudo maisfazer
que uma "boa esposa", segundo ele, deveria oferecer.

Com tanta depressão, ela perdeu a sua dignidade!
Com um vão no coração, ela perdeu sua vivacidade!
Com uma dose alta de um remédio, pensou em envenená-lo
já que estava no ápice do desespero naquele lugar fechado.

Até que sua irmã mais velha Ruth que morava no centro da cidade
veio visitá-la de olhos abertos a necessidade
Que Louise contava aos prantos desconsolada
Querendo desesperadamente que não fosse desacreditada.

Ruth não disse que louca ou boba ela estava
e ajudou Louise a sair imediatamente daquela casa
a fazendo ver que não é obrigada por ser mulher
a fazer tudo e ser destratada como seu marido quiser.

Pegou a sua filha já mais consciente de três anos dormindo
e Louise Stone se permitiu ir se despedindo
de uma vida passada que não é cristalizada
já que de viver assim por nenhuma razão deve ser obrigada...

Com a Ruth, na delegacia no centro da cidade,
Louise denunciou o seu agressor dizendo cada detalhe
e precisou se reerguer morando com a irmã um tempo
enquanto via seu ex-marido sendo preso.

Louise procurou com dificuldade trabalho!
Sua família se desculpou por não terem nela acreditado!
Com um vão no coração, sofreu...
E com uma cicatriz da superação, enfim, sobreviveu...

Amélie impressionada com o passado da sua casa
e sensibilizada com a ferida e a cicatriz dessa mulher tão determinada.
No final do diário, Amélie achou um anagrama inteligente
E ao desvendá-lo, encontrou o endereço de Louise mais recente.

Decidida como Louise, Amélie quis tentar encontrá-la!
Chamou suas amigas e amigos e todos fizeram suas malas....
Viajaram no final de semana seguinte e quando Amélie chegou,
Percebeu que o lugar numa ONG virou!

É uma ONG por Louise fundada e coordenada
E para a defesa das mulheres destinada
para ajudar a elevar a autoestima ao ser violada
e em casos de depressão ser tratada.

Louise superou o que seu abusivo ex-marido dizia
De que era incapaz de fazer qualquer coisa na vida.
Ela se fez sujeito de si com autonomia,
Transformando a dor em ação com perseverança e valentia.

Louise com Amélie foi conversar
Para, se inspirando em seu exemplo, tentar ajudar a fazê-la pensar
Em como tem capacidade, como mulher ou homem, de fazer uma singela diferença no mundo.
E isso ninguém anula, se ela não permitir, nem por um segundo!!

Diferente do determinismo natural, a mulher não é frágil por si só!
Com o estudo, a mulher é capaz de sair de qualquer nó...
Não precisa ser dependente para enfrentar qualquer obstáculo
Que estiver a incomodando ao seu lado.


Amélie, por si mesma, foi violentada inconscientemente
não fisicamente como a Louise felizmente,
Mas ela mesma também se machucava psicologicamente
ao subestimar a capacidade de sua mente.

Por isso, Amélie tanto se identificou
com a história de dor e cicatriz que mostrou
ela mesma ou sua irmã gêmea no reflexo do espelho,
pois afinal, a pessoa que mais nos ajuda é nós mesmos!!

Os amigos de Amélie também a ajudaram!
Esse momento de crescimento auxiliaram
Por juntos estarem nessa jornada
Cada vez mais unidos em qualquer cilada!

Amélie a David, seu grande amigo,
Ainda não conseguiu confessar o seu segredinho,
Mas, para um dia desses, até que foi o suficiente ele a abraçar profundamente
E sussurrar em seu olvido que ela pode contar com ele sempre...

Ao voltar em seu quarto e ver seu espelho novamente,
Amélie Klein se chamou ansiosamente
Para agradecer por mostrar a ela mesma
Como é capaz de conseguir um trabalho que deseja.

Elas sorriram uma para outra
Com mais esperança nas coisas...
O presente é a semente do amanhã
ao reconhecer em nós mesmos a nossa irmã.

É uma irmã gêmea que nos revitaliza
Nos motivando nas nossas missões a cada dia!
É uma irmã gêmea que está em nosso coração
conosco para nos ajudar a tapar nele qualquer vão...


2 Episódio: "Um Objeto Sexual" por Louise Stone
pintura por Elena Berezina - Sharamdula (Rússia Europeia, Voronezh)
Dói
Na minha alma
A violência
Que é justificada
Pela inferioridade da mulher
Como se ela fosse um mero brinquedo
Para o homem fazer o que bem quiser.

Pintor Desconhecido (por mim)
Dói
No meu corpo
A injustiça
Porque eu, de repente,
Me tornei uma vítima
Da raiva e da vergonha
Não saírem tão facilmente
Como a sociedade sonha.

Ah! Dói!
E como dói
Mais uma vida
Marcada com um sofrimento profundo,
mas aliviada por partir deste cruel mundo.

Eu sou um mero sexual objeto
para se divertirem sem afeto.
Mas, a dor me prova que sou mais do que isso
porque um objeto não estaria entre gemidos, gritos e tiros.

Dói tanto!
Ninguém sabe o quanto!
Estou em pedaços
E não sei como juntar os cacos...

-

Querido Diário, obrigada por me escutar, 
mas agora é o momento que precisou chegar...
Adeus, meu amigo de tantos anos...
Eu preciso "adeus" te dizer
porque se continuar aqui, vou perecer...
Preciso tentar fugir para sobreviver...
Não tenho forças. Vou fazer isso... Por ela...
Fragmento do diário de Louise Stone

3 Episódio: "Lobas na Escola" por Gabrielly Collins

Gabriel Vinícius (Brasil, São Paulo)

Gabriely vai para a escola de uniforme
preservando sua obediência às regras conforme,
Mas ela faz questão das suas meias coloridas
para mostrar que é alguém às escondidas.

O olhar de inocência

esconde uma grande inteligência.
O olhar de doçura
esconde um desejo de travessura.

A meiguice no olhar vago revela

a vontade de descoberta.
A ternura no olhar demonstra
o foco numa misteriosa força.

Gabriely começa o seu primeiro dia

e esbarra naquela que será sua melhor amiga.
Amélie apresenta o colégio com simpatia
e também outra amiga que lhe dá boas-vindas.

Jane Evelyn perguntou: qual é a sua matéria favorita?

A Gabriely responde Português porque adora poesia.
Jane disse que adora Matemática por causa da lógica.
Já Amélie devora os movimentos feministas da história.

Quando Gabriely contou

que vinha de uma escola pública
e, por causa da bolsa, não poderia reprovar nunca,
Susi, uma garota popular, rica, branca e loira, a ouviu ao passar e não gostou.

E aí, Susi com o nariz empinado disse: "Aí, quanto lixo chegou nesse ano!

Eu vou ter um enfarto com esse escândalo!"
Amélie enfurecida ameaçou partir para cima da intrometida
No momento que Susi chamou suas "Abercrombies amigas".

Susi continuou dizendo: "Como essas garotas são escrotas...

Nariz torto, cabelo ressecado e ainda gorda!"
Susi dá um tapa forte na barriga de Gabriely inesperadamente
como desaprovação por ela estar com quilos a mais do que ela acha ser decente.

Amelie defende Gabrielly envergonhada dizendo que acha a atitude de Susi ridícula
De menosprezar as meninas para elevar sua autoestima.
Amélie em Susi dá uma surra
que insultada chama a Joana Dark de "subversiva".

"Briga! Briga! Briga!"
A escola grita e vibra.
Formam uma rodinha para as duas garotas
que agem como se fossem duas gladiadores. 


As duas entretem
As pessoas que veem
A violência como diversão na certa
Como nos duelos e torneios da idade média.

Se reproduziu o que em Roma se fazia
quando as pessoas faziam com as próprias mãos justiça.
Baseadas em uma única verdade,
as pessoas assassinavam se tivessem vontade. 


De repente, o lindo David Stewart despertando o interesse de ambas
e, como amigo das duas, consegue separar as lobas,
dizendo que podem ser expulsas se alguém da escola perceber que estão brigando
e com brigas assim não vão conseguir ver nada solucionando.

Amélie mais controlada diz: "Para sermos nós, não precisamos de nenhuma aprovação,
Se você insiste em pensar com essa limitação.
Mas saiba que a opressão à mulher historicamente na sociedade
se fortaleceu como com garotos ou garotas como você falando essa estúpida superficialidade
e como garotas como nós brigando por essa estúpida rivalidade."

Amélie Klein reconheceu sua parte e se desculpou pela surra

já que não quer contribuir para que a rivalidade se reproduza,
senão não vai acabar a ilusão nunca
de que as mulheres são como bolas brancas disputadas numa sinuca.

Mas Amélie não gosta do que Susi sai por aí pregando. 

Então, pede para que Susi repense e pare de ficar por aí se achando.
Susi, que não quer sair do poder, simplesmente nega
e manda suas amigas acompanharem ela.                     (* o erro é para rimar...)

Todas as amigas populares e produzidas

usavam Abercrombie e se achavam as mais bonitas.
Durante três anos, Susi Allen liderava o grupo das mais esnobes
que com bullying elas exigiam que todas seguissem seus moldes.

Já a Amélie Klein liderava outro grupo na escola,

pois era amiga de todas independente da nota
que o padrão de beleza ocidental possa estabelecer,
pois como Louise, Amélie sabe escolher quem vai ser:

Uma escrava dos caprichos masculinos

ou uma mulher livre que não precisa ter seus desejos reprimidos
de ser e fazer o que quiser
sem desrespeitar quem é por ser mulher.

Gabriely sai da escola chorando

pelo seu horrível primeiro dia ainda se envergonhando.
Uma garota a xingou de gorda na frente da escola...
Gabriely gostou de Amélie, mas se sentiu tão exposta...

Gabriely não percebe por estar chorando

que Charlie, perto da saída, a viu passando
e preocupado a segue dizendo: "Espere!"
Mas Gabriely só parou quando ele a segurou firme e disse: "Calma, ... Gabriely!?"

Gabriely ficou sem graça

e cada vez mais envergonhada,
Mas Charlie perguntou delicadamente o motivo de uma garota tão linda se entristecer
embora a tristeza seja algo natural independente da beleza que se possa ter...

Gabriely olhou para o chão

achando que Charlie a verdade falava não
porque as palavras das "Abercrombies" garotas
rodeavam a sua cabeça como moscas.

Charlie teve uma ideia de levá-la                                  (* o erro é para rimar)

a uma casa misteriosa que não foi feita por fada.
As inimigas das fadas são as bruxas
já que Charlie era muito amigo de umas.

Charlie a levou para uma floresta

longe da escola em sua bicicleta.
Gabriely que sempre teve vontade de uma descoberta
ficou animada com a travessura pela floresta deserta.

Eles chegaram na casa da bruxa.

Gabriely com medo estava muda.
A bruxa os receberam muito bem
já que não era nenhuma fada do além.

A casa da bruxa era exótica com cortinas escuríssimas,

umas estantes de livros lotadíssimas,
um armário com várias especiarias
e um caldeirão para fazer suas feitiçarias.

A casa tinha um cheiro de incenso fortíssimo

que criava um ambiente excêntríssimo.
Já a bruxa até que era muito bondosa,
mas somente com seus amigos, e generosa.

Gabriely pediu poderes para acabar

com o reinado de Susi e das "Abercrombies" e se vingar.
Gabriely não vai esquecer ressentida
do que elas falaram a ela nesse dia.

A bruxa com sua risada maligna,

permitiu que Gabriely fizesse sua vingancinha,
mas dentro de uma semana, precisava saber
que seus poderes iriam desaparecer.

Gabriely agiu escondida

sem que Susi nem Amélie soubessem da armadilha.
Gabriely fez aparecer aranhas na mochila da Susi Burra
que desmaiou quando uma subiu em sua nuca.

Gabriely fez as unhas rosas ficarem esverdeadas

e com o poder da mágica todas caírem desgovernadas.
Gabriely discretamente se divertiu,
mas no quarto dia da semana, Amélie descobriu.

Amélie disse que isso é uma oportunidade

para acabarmos com a rivalidade
e não instigarmos a superficialidade
com mais e mais maldade.

Amélie continua dizendo que essa loba precisa parar

de com qualquer uma julgar.
Se ela demonstrasse mais compaixão,
a escola poderia ter mais união.

A Gabriely passou a aceitar

que o que fazia era por acreditar
no que Susi disse dela ser verdade,
mas é apenas fruto do machismo na sociedade.

Ao analisar a sociedade,

as mulheres vítimas da rivalidade
reproduzem como uma ilusão
o sistema que a elas também fazem uma opressão.

Gabriely fez a Susi parar de falar

quando queria com outra garota implicar.
Quando Susi tentava em Gabriely bater,
Ela fazia imediatamente o diretor aparecer.

Durante o resto da semana, a Susi mudou
com os poderes de Gabriely que possibilitou
que as mulheres da escola pensassem que competir
era desnecessário agora que todos contribuíam para o unir.

Quando os poderes de Gabriely acabaram,

Susi até tentou voltar seu reinado, mas todas cansaram
e a desaprovaram dizendo para ela parar
já que simplesmente isso na escola não iria mais dar...

Amélie, Jane e Gabriely comemoraram

como grandes amigas, no bar, a vitória que realizaram
e beberam, dançaram e se esbaldaram muito em conjunto
já que as Abercrombies não existiam mais naquele minuto.

Com o tempo, Susi e suas amigas
ainda revoltadas tentam conviver bem com as meninas
como se fossem as fadas e as bruxas rivais unidas
e assim, a opressão de Susi na escola começou a ser diminuída!

Não foram mais vistas como antes no colégio lobas concorrerem

porque a aceitação fez essas ideologias sociais, aos poucos, se romperem
na mente, na ação e no sentimento perecerem,
e, assim, umas com as outras bem torcerem.




4 Episódio: "A Ilusão de Herói" por Charlie Klein



@Hazylle & River - Instagran 
Tenho a missão
De salvar a nação
Desde o mar a Terra
Por aquele que só berra.

Meu pai confiou a mim

Sua empresa quando for seu fim
Como foi passado a ele pela nossa família,
Mas eu não quero fazer isso da minha vida.

Para ser considerado um bom homem,

A raiva e a fúria me consomem,
pois preciso ser forte como um Deus,
não importando os sentimentos meus.

Por bem, devo conquistar honrarias,

Ou abusando do poder com gritarias
Como meu pai sempre diz
Para que eu possa ser feliz…

Meu tridente de Aquaman ataca

Manipulando a água
Para que o mar e a terra estejam no meu comando
Se não, na batalha, fracassarei sangrando…

A tristeza não tem lugar

Nem mesmo 
a possibilidade de amar
Se não perco a batalha
Por não utilizar devidamente a raiva
que é a minha arma.


Quando algo me entristece,
Meu pai diz: Nada te enfraquece.
Quando algo me emociona,
Meu pai diz: Não me decepciona.

Desde criança, eu não podia chorar

Rir nem amor demonstrar.
Meu melhor amigo David, desde já, vinha me consolar e escutar.
Para ele, me abria tanto que revolucionávamos o que era de nos esperar.

Pela amizade, nos amávamos.

Conversando, desabafávamos
Como nossos pais pediam uma alta exigência
Tendo que a nossa identidade colocar uma venda.

Em nome da batalha, temos que vencer

Se não não é recompensado por merecer.
O amor paterno não nos era dado
Apenas discussões quando fazíamos algo errado.

Meus amigos Amélie, Jane e David eram as testemunhas

De como papai Robert e mamãe Susan se transformaram em múmias
Do patriarcado até que, pela traição de papai, mamãe decidiu
Que não precisava se submeter a algo assim e então, desistiu…

Como Sartre dizia, quando o amor

Reduz duas individualidades a uma só resta a dor
Já que as liberdades e subjetividades são oprimidas
Sugando de ambos as energias.

Susan e Amélie faziam as atividades domésticas

Enquanto ele me exigia a tirar 10 nas matérias.
Papai implicava dizendo que é perigoso quando Amélie queria sair
Enquanto eu sozinho me deixava livre para ir e vir.

Papai não deixava Amélie dizer palavrão

nem se meter em confusão,
Enquanto eu podia falar o que quisesse e fazer judô,
Mas não podia levar desaforo para casa com nenhum chororô.

Eu e Amélie brincávamos cada um com seu brinquedo.

De tanto, papai ficar irritado dava medo
Então, todos da casa fazíamos o que ele queria,
Até o momento que Amélie conheceu Louise e ela começou a ter e a contagiar com a sua valentia.

Amélie ajudou a sua mãe a reerguer sua autoestima

Já que estava numa profunda melancolia sem voz ativa
Com esperança de que tudo passasse,
Mas como nada mudava, resolveu acabar com esse impasse.

O medo da masculinidade patriarcal unem a nossa cultura.
O condicionamento de que os homens devem ser violentos fazem uma ruptura
Na espontaneidade e respeito entre os sujeitos
Presos aos rótulos que não notam os seus esqueletos.

Quando mamãe se separou, sentimos tristeza,

Mas infelizmente também alívio por termos mais liberdade com certeza
Para que eu e Amélie pudéssemos brincar, vestir, dizer e fazer livremente
Assim como nossa querida mãe Susan Klein estar mais independente.

Papai se enfureceu por não mais no comando estar

Como se estivesse perdido a sua batalha que meu avô o condenou a lutar.
Papai se negou a derramar uma lágrima
E a pagar a pensão já que não é sua responsabilidade… Que lástima!

Na floresta, Charlie vai por estar chorando

Já que nunca teve o amor paterno que está precisando....
Ele chama a bruxa Morgan que aparece em sua vassoura
Perguntando o motivo de chamá-la nessa hora…

Charlie diz que se permitiu chorar

Porque tudo a ruína parece estar
Já que seu pai numa ilusão se perdeu
Por achar que o amor nele nunca nasceu.

Charlie que está começando de Gabriely a gostar

Mas que nunca foi ensinado a amar, 
teme que possa a ela machucar
E por isso, acha que deve dela se afastar.

Charlie pede a Morgan uma poção para desaparecer

Ou para que seus problemas pudessem enfraquecer
Ou para que pudesse seu pai mudar
Ou para que fizesse esse sentimento tão ruim acabar.

A bruxa Morgan dá a ele uma poção

Que fez em seu caldeirão
Para reconhecer nele a individualidade que o convida
A sentir seja tristeza, seja amor, seja alegria.

Independentemente de quem for,

Ele pode viver com mais amor
Aprendendo o que for preciso
Para que conheça e fortaleça mais o seu íntimo.

Pegando carona com Morgan em sua vassoura, ele foi falar

com seu pai para tentá-lo despertar
da ilusão de uma batalha a ser vencida
já que não precisa ser reproduzida.

Com a aceitação da própria natureza individual

Que tanto tem lado intelectual quanto sentimental,
O seu pai Robert Klein passou a aceitar essa mesma natureza das mulheres da sua vida
Que desrespeitou antes por ter se visto preso nessa ideologia.

Charlie, com empatia e autenticidade, as palavras certas conseguiu achar

E, de forma respeitosa, com seu pai, viu como é possível dialogar
Depois de tantas vezes que tentou com indelicadeza e fracassou
Já que estava concentrado em ganhar a batalha que agora não mais precisou…

A ilusão de herói acabou pela sua mente que se libertou

das amarras do que seu pai dizia que não mais o afetou.
A sua mente mais forte e capacitada com a mágica poção
Pode aprender a amar e seu pai ajudar lado a lado em união.

Enquanto isso, a bruxa Morgan, bem discreta na janela

Preocupada como uma mentora que só de longe Charlie observa,
Se diverte porque nunca disse a ele que a poção sem efeito é como um remédio placebo
Já que ela entende que o poder da mente deles é o ingrediente “mágico” do seu grande segredo...


Episódio 5: "Jogo por Amor" Por David Stewart (3 partes)




Parte 1


Em 1997, eu estava jogando bola

Como costume depois da escola
Quando jovens do condomínio
Desciam à quadra para não ficarem sozinhos.

Conheci Charlie no dia que ele se mudou ao meu condomínio 

E desceu para jogar e conhecer os meninos. 
Foi a primeira vez que jogamos juntos.
Fizemos vários gols nos seguintes minutos.

No dia seguinte, no meio do jogo, vi uma nova menina

Chegando linda e um pouco tímida.
Passei a jogar como nunca para ela me notar,
Mas diferente das outras meninas, ela mal chegou a me olhar.

Ela começou a animadamente conversar

Com a Jane Evelyn do segundo andar.
Perguntei para Marc se ele sabia quem era aquela linda menina
Porque nunca tinha visto antes desse dia.

Charlie, que estava perto de nós, perguntou desconfortável e meio bravo

Se era na irmã dele que eu estava interessado.
Tentei disfarçar dizendo que era em outra garota.
E aí ele relaxou, se desculpou e voltou a jogar de boa.

Eu, Charlie e Marc nos tornamos melhores amigos.

O verão inteiro das férias ficamos jogando com os outros meninos.
`As vezes, com as meninas, jogávamos “polícia e ladrão”.
E em dias chuvosos, era só video-game e filme de ação.

Luke também é um novo, meio fechado e esquentado morador

Já que, no anterior primeiro jogo, vestiu a armadura depois de ter brigado com outro jogador.
Richard, Jack e Luke lutam de um lado da quadra.
Eu, Charlie e Marc batalhamos do outro time com garra.

Ninguém pode dizer o que é e o que vai ser.

Meu pai é o primeiro a afirmar não poder
Eu ser quem eu queira no mundo
Pelo tanto que falta pelo rótulo em cada segundo.

Para ele, ser homem não é ser sensível; é ser agressivo

E, num jogo de futebol, deve ser o mais competitivo
Para que domine pensando que é melhor do que os demais
E que é extremamente mais capaz.

Para ele, ser homem no jogo da vida

É ser ganancioso para alcançar a diplomacia
derrubando com carrinhos e faltas qualquer jogador
para mostrar quem é o verdadeiro dominador.

Dominador é cuidar do que é “meu”

Mesmo que não seja realmente “meu"
Já que a posse é uma ilusão, um conceito cultural,
De que tudo deve ser controlado para ser o maioral…

Se Amélie é irmã do meu melhor amigo,

dar em cima dela seria impossível.
Eu prestava atenção no jogo, mas não deixava de observar
Como se empolgava com as suas amigas ao conversar.

Na direção do banco que estavam sentadas, com brutal força, a bola foi jogada.

Eu corri, peguei a bola e fiz um gol de cabeçada.
Depois do susto e de me agradecerem, Amélie e as amigas passaram a assistir o jogo
E eu, para ganhar a partida, estava totalmente louco.

Em vários momentos rápidos, eu e Amélie cruzamos o olhar.

Sempre que isso acontecia, sentia frio na barriga e vontade de me aproximar.
Mas eu queria muito a impressionar porque assistia atenciosa ao jogo.
Então, precisava me concentrar e não encará-la como um tremendo bobo.

O Luke do outro time parecia nela também interessado

E provocando a mim, tornou o jogo um campo minado.
Mais ágeis e competitivos do que o jogo anterior ambos estávamos
E mais compenetrados que acabamos deixando o jogo acirrado.

Quem ia perder? Quem ia ganhar?

Um time fazia gol e aí, voltava a empatar.
Até que furioso por dominarmos a bola,
Luke deu um carrinho em Charlie numa errada hora.

Luke acertou Charlie gritando ao cair no chão,

E ao invés de pedir desculpas, Luke então,
Pediu para Charlie parar de frescura
E eu falei: Por quê não reconhece sua parcela de culpa?

Luke continuou zoando Charlie de “boiola”

porque jura esnobando que bateu na bola.
Eu não aguentei a raiva e parti para a agressão
Para ele aprender que com meu amigo ninguém esnoba assim não.

Eu dei uma porrada na barriga.

Já ele queria quebrar a minha narina.
Eu o xinguei de vagabundo.
E ele de estúpido.

Marc, Richard e Jack nos afastaram.

Jane e Amélie assustadas se aproximaram.
Jane falou, para mim, que dessa forma violenta, nada se resolve;
Apenas continua a ilusão de que são mais homens.

Jane disse, para Luke, que mandar na dor alheia é inconveniente

E também insinuar que Charlie é inferior por um acidente.
Aliás, ela estranhou dizendo a Luke que é preconceito
ele insistir a insinuar que “boiola” é um xingamento.

No seu segundo jogo com os meninos, Luke não a conhecia,

Mas não gostou nada de receber de uma mulher uma crítica.
Por isso, odiou Jane Evelyn dizendo que só foi uma zoeira.
Mas Jane disse que achava estranho ele “diminuir” Charlie por uma brincadeira.

Amélie concordou com o que Jane disse com a cabeça,

Mas continuou calada com uma vontade à beça
De falar alguma coisa que tenha a incomodado,
Mas como estava envergonhada, ela deixou de lado.

Luke fez uma cara totalmente emburrado e irritado.

Charlie foi ao hospital para ser engessado.
No dia seguinte, fui à casa de Charlie visitá-lo
E encontrei Amélie o ajudando em seu quarto.

Eu disse: Oi. Tudo bem?

Ela disse: Oi. Sim. Você pode ajudar? Vem.
Meu irmão precisa ficar de repouso.
Mas ele não aguenta ficar quieto nenhum pouco.

Eu ri e disse que vou fazer companhia.

Ela sorriu saindo e disse ao irmão com alegria
Que podemos chamar o pessoal e assistirmos um filme
Com pipoca porque eu e Charlie não conseguiremos jogar hoje no time.

Eu e Charlie gostamos da ideia.

Eu realmente gostei e admirei esse jeito dela
De se preocupar gentilmente com o irmão,
E sofri por não poder ter nada com ela não...

Como sou bem popular, poderia pegar

Várias meninas que gostariam até de me namorar,
Mas me tira do sério essa menina
tão linda que me fascina.

Difícil não pensar em nada com ela

Porque ela estava muito gata com uma blusa amarela
Cheia de boa intenção, tão alegre e fofa, sorrindo
Sem perceber o que eu estava sentindo.

Lisa, Jane, Marc, Richard, Luke e Jack chegaram.

Na sala, assistimos um filme de terror em que todos gritaram.
Minha mãe estava no telefone e não assistiu conosco,
porque filme de terror não é do seu gosto.

Amélie cobria o rosto ou abraçava com medo Jane do seu lado.

Eu morria de vontade de estar com ela e de abraçá-la de modo delicado.
Eu aguentei e fiz força para que o meu sentimento desaparecesse
Já que aparentemente ela não demonstrava interesse por mim - não que parecesse.

Sou apenas o amigo do seu irmão.

Ela com 16 e eu 18 como Charlie, daria não.
Como acabamos de nos conhecer, não quero me apressar
Porque ela não é como qualquer uma que eu poderia ficar.

Ela começou a estudar na mesma escola,

E é uma das únicas meninas que não me dá bola.
Sera que ela conversa comigo como amigo mesmo
ou como eu com uma vontade de um beijo?

Vou manter tudo em segredo

E abafar esse sentimento.
Vou continuar pegando aqui e ali outras meninas
Enquanto, no canto do olho, a vejo na quadra toda animada com suas amigas.

        Parte 2


Em 2000, procurei me certificar

De que o que sinto por Amélie é um amar
Capaz de Charlie enfrentar
E nossa amizade ameaçar.

Procurei respeitar

O tempo de nos conhecermos
Para que fortalecesse nossos sentimentos
Capazes de nos movimentar.

Amélie convidou nosso grupo de amigos

Para conhecer, em sua casa, um esconderijo
Que carrega uma história de muita dor
Daquela que enfrentou as violências do seu marido opressor.

Quando Amélie descobriu a secreta passagem,

para conhecer a ex-moradora, decidiu fazer uma viagem.
Conheceu a ONG em defesa das mulheres, nessa viagem transformadora,
Por observar como Louise ressignificou a sua dor esmagadora.

Louise rompeu com os rótulos

Transformando sua dor em modos
De ajudar a amenizar essa realidade
Conscientizando a mulher da sua potencialidade.

Nós rearrumamos o esconderijo

Que nomeamos por “Sala do Sumiço”
para conversarmos, cantarmos,
desafabarmos e filosofarmos…

´E um lugar nosso de refúgio

em que pintamos e decoramos
e qualquer coisa falamos
para que seja o nosso mundo.

Quando eu cheguei na casa número oito,  

Eles já estavam falando enérgicos sobre o aborto.
Os puffs, cadeiras e sofá estavam todos ocupados.
Acabei sentando no braço do sofá com a Amélie do meu lado.

Luke disse que é contra totalmente

Porque a responsabilidade é da mulher completamente.
Richard disse que se tem filho, cuida.
Tem que responder as consequências dos seus atos como adulta.

Jane disse que do aborto é a favor

Porque é liberdade da mulher fazer o que for
E a responsabilidade deve ser do casal
Porque fazer o filho sozinha não é natural.

Amélie disse com tanta segurança

Diferentemente do ano passado que não tinha muita confiança:
Se tal mulher quiser ou não abortar,
Ela que decide sem que ninguém tenha que julgar.

Amélie continua: Igualmente são importantes

A liberdade e a reprodução em todos os instantes.
Então, para que ditar o que o outro deva fazer?
Lidando com as consequências, cabe a cada casal escolher.  

Lisa pensativa a Luke diz

Que não é culpa apenas da mulher que isso quis.
Luke diz que tem muita mulher que faz golpe.
Já Lisa diz que tem muita que abuso sofre.

Luke e Richard não concordam falando

que são mulheres que acabam ignorando
Como precisam se cuidar com camisinha
Para que não recebam da cegonha uma visitinha.

Eu disse que há diferentes situações

Que não devem ser resumidas em generalizações
Para que todos sejam ouvidos
E não, julgados nem tão pouco excluídos.

Eu continuo seriamente dizendo

que agir para a alheia necessidade
É diferente de agir para a culpabilização sem racionalidade
Que muitas pessoas acabam fazendo.

Amélie fica impressionada

Concordando muito com a minha fala
Até mesmo porque tem tanto cara
Que decide abortar sem ver a necessidade da namorada.

Jane também fala de tantos familiares

Que se culpam ou culpam os outros como irresponsáveis
Sem perceber os sentimentos e necessidades envolvidas
e como não há para todos um script social de vidas.

Jack entediado pergunta se o pessoal não quer

Jogar verdade ou desafio com o que der e vier.
Lisa coloca no seu celular baixinho uma canção linda.
Eu falei que rodar a garrafa para facilitar eu poderia.

Gabriely cumpre o desafio de imitar

O Michael Jackson desde cantar a dançar.
Charlie disse que bêbado já rolou na rua deitado
E aí acabou dormindo até acordar desorientado.

Richard à pedido de seu primo Luke pergunta a Amélie que quer verdade:

Tem algum garoto que ela gosta sem falsidade.
Amélie diz que sim ficando vermelha e sem graça.
Ele perguntou quem, mas ela disse que, como é só uma pergunta, essa ela passa.

Jane teve que tirar a calcinha no banheiro

E ficar com ela amarrada na cabeça pelo jogo inteiro.
Jack teve que ligar para a pizzaria
E desabafar chorando com a atendente sobre a sua família.

Jane me pediu para eu fazer um dueto com alguém.

Todos falaram para Amélie fazer porque canta também.
Nós cantamos sem tirar o olho,
Atentos e entregues um ao outro.

As nossas vozes estavam em sincronia.

Até mesmo porque nós dois gostamos da melodia.
Ela estava cantando tão perto de mim que quase não aguentei
Para não arrancar um beijo apenas por Charlie que segurei.

Tantas lembranças vinham com tudo...

Histórias, Mágoas, Conquistas, Sonhos,… E um desejo profundo
Que sempre se manteve quieto até aquele momento,
Quando sem pensar em nada nem ninguém eu lhe dei um beijo.

Quando terminou a música, eu a beijei

E ela correspondeu com doçura como imaginei.
Foi um beijo profundo, carinhoso e tão desejado
Que eu esqueci de todos que estavam ao nosso lado.

Quando terminamos de nos beijar,

Eu fiquei pálido, quando olhei a cara de Charlie a trovejar.
Morri de medo observando a cara que mais me importa:
Amélie estava surpresa e chocada, mas não estava brava
como a de Charlie e a de Luke como se notava.

Todos os outros aplaudiram

E, por finalmente a gente se expressar, todos vibraram…
Sem palavras, eu não sabia onde a cabeça enfiar
E disse nervoso à Amélie que pedia desculpas, mas não pude aguentar...

Amélie perguntou o que eu não aguentava mais e eu me senti tão constrangido,

Mas não ia embora até colocar para fora o que estava engolindo
Repleto de coragem pelo meu amor estar explodindo
Por ter cantado com ela e tão perto seu calor ter sentido.

Meu corpo e espírito

Reclamavam que queriam fazer um certo pedido
De ser verdadeiro mesmo com todas as dificuldades
Encarando todas as consequências e possibilidades.

Então, eu disse: Eu não aguento mais

Disfarçar o que sinto por Amélie, há tanto tempo, não tenho paz.
Eu não me permiti por medo de perder
Minha amizade com ela e com Charlie que poderia não querer.

Charlie pergunta furioso: O que você não aguenta?

Não diga que está a amando. Por favor, não inventa!
Você é mulherengo! E não vou deixar você a machucar.
Não quero que você dela volte a se aproximar…

Charlie parecia outra pessoa.

Não esperava uma reação boa.
Mas ele nem parecia meu amigo.
Agora me rotulava ditando meu destino.

Amélie que estava chocada

Disse a Charlie muito revoltada:
que ela é quem decide quem ela quer ficar
E que ela consegue se defender sozinha, se precisar.

As mulheres não são frágeis, naturalmente,

Não precisando de homens para seguirem em frente
e tomarem decisões importantes da sua vida
já que podem exercer a sua autonomia.

Todos aprovaram com palmas.

Mas ela pediu silêncio e calma.
Ela disse que também me ama
E com o tempo, sentiu crescer uma chama.

Ela disse que em todos os momentos,

Ela também tinha os mesmos desejos
Mas tinha medo de eu o mesmo não sentir
E acabarmos com a amizade que em tantos anos nos empenhamos em construir.

Eu disse que caso não desse certo futuramente, 

mesmo convivendo menos e a amizade sendo diferente,
Que somos livres para amar ou recuar
Porque o seu não querer eu nunca chegaria a desrespeitar.

Todos aplaudiram enquanto a gente se beijava.

Eu olhei para Charlie enojado com o que observava.
Ele me disse que precisava daquela sala abafada sair
E pedia respeito para ninguém o seguir nem nada exigir…

Eu olhei para Amélie preocupado,

Mas a beijei novamente aliviado
Por poder tê-la em meus braços
Sem negar o que sinto desde o ano passado.

Todos foram embora para seus compartimentos.

Alguns trabalhavam e precisavam levantar cedo.
No meu quarto, deitado na cama fiquei pensando
Nesse dia tão incrível que estava terminando.

Vou pedir a ela para namorar

porque não posso mais esperar.
Renunciar nosso amor
Está nos causando muita dor.

Não quero mais renunciar tantos beijos

Nem deixar de compartilhar momentos...
Mesmo que isso signifique
Que Charlie afastado de mim temporariamente fique.

Depois de uma semana de namoro, de manhã Amélie eu fui visitar

E o café da manhã deles ajudei a preparar
Porque queria Amélie esperar
Para ao colégio a acompanhar.

Eu peguei o cereal no armário bem em cima dela.

Ficamos tão perto que não aguentei e dei um beijo nela.
Charlie chegou revirando os olhos
E dizendo que nem de manhã o casal desgruda um pouco.

Foi aí que ao invés de ficar magoado,

Eu entendi o recado:
Ele pode estar meio enciumado
Achando que ficará de lado.

Eu o cumprimentei

E, como estava com saudades, eu o convidei
A jogar bola,
Depois da escola.

Ele disse que ia ver.

Eu disse ainda para ele saber
que vai ter uma competição
no próximo ano em nome da nossa escola em Cubatão.

Ele disse que vai pensar.

Amélie foi terminar de se arrumar.
E Charlie acrescentou: Agora que passou o baque,
Acho que vocês até combinam, sabe?

E continuou: Peço que não fale jamais

Minhas coisas para ela, se não para mim, vai ser demais…
E caso terminarem ou brigarem – calma, só uma possibilidade,
- espero que não afete a nossa amizade.

Eu aceitei, sorri

e um alívio imenso senti.
E ainda me disse: se gostava dela há tanto tempo,
cara, não precisava guardar esse segredo.

Eu respondi sabendo que ele tinha razão, mas eu tinha medo

De perder nossa amizade e queria ter certeza do meu sentimento
Para não correr o risco e não ser nada daquilo
E aí, ficaria chato para a gente ou algo do tipo.  

Além disso, no fundo, também tinha medo de começar 

um compromisso porque seria a primeira vez a namorar. 
Seria tudo muito novo e não me sentia pronto. 
Queria conhecê-la melhor para saber quando e como.

Ele disse: Nunca vi você ninguém amando!

Só te vi brincar com tantas que, quando eu vi, não tava nem acreditando!
Desculpe por ter te rotulado, mas nunca pensei que você fosse cara desse tipo.
Mas, pensando bem, eu acho que isso de “tipo” não tem o menor sentido…

Nós rimos,

E juntos para o colégio seguimos….
Esse inferno passou…
Um tempo novo o meu coração chamou…

       
Parte 3 
Eu queria tanto fazer 
um pedido para poder
tornar meu sonho de namorar
uma possibilidade a se esperar. 

Me encontro com ela na sala do sumiço, 
a arrumo com velas, incensos e vinhos 
e com caminho de flores ela chega até mim
e de repente eu chego por trás e pergunto o que ela sente quando a abraço assim. 

Ela diz que muito amor 
e considerando a história dessa casa dor 
porque Louise sofreu por falto do que sentimentos
que é muito fortalecedor para que seguimos. 

Eu concordo e começo a agradecer 
todos os momentos que passamos a conviver 
nessas suas semanas que estamos ficando 
e percebendo que realmente combinamos. 

Eu sempre soube que desde que te vi 
mas comprovei quando vivi
e espero que tenha chegado a hora 
de oficialmente sermos namorados agora.

Amélie assentiu sorrindo e então, eu cantei 
uma música para ela acapela que ensaiei
e no final ela cantou comigo sorrindo de olheira a olheira 
e eu mal acreditei que é minha companheira. 

Esse momento é nosso!!
Agora a beijar eu posso!
Eu quero poder meu amor mostrar... 
E mais perto da vela, pergunto: Quer namorar?

E ela sorri, diz que sim e o meu mundo ilumina
e aí, apago as velas para no escuro namorar esse menina 
sentindo e dando carinho e amor em todo o meu toque 
para que ela se senta acolhida e o quanto, como eu, tem sorte...

       Parte 4 (continuação duas semanas seguintes à parte 2)

Num final de semana, eu convidei Amélie para vir na minha casa.

Vamos cantar, jogar e conversar até a madrugada.
Depois de uma semana de trabalho, merecemos descansar
E nos curtir bastante já que começamos a namorar.

Tão linda com um vestido vermelho, ela entrou no meu quarto

Para assistirmos um filme juntinhos abraçados.
No meio do filme, nos envolvemos entre beijos e amassos
E, espontaneamente, foi nossa primeira vez ao som do filme totalmente ignorado.

Foi um momento lindo e inesquecível!

Valeu a pena esperar tanto porque foi tão incrível…
Eu tirei a roupa dela depois de tanto ter desejado.
Eu amei cada centímetro dela por mim tão tocado.

Depois de uma vez ter me machucado

Ao ter ficado apaixonado,
Comecei a pegar várias sem compromisso
Porque não queria mais sentir o doloroso martírio.

Quando conheci Amélie, tudo mudou

E minha esperança possibilitou
Que eu voltasse a acreditar no amor
Como existiu naquele minuto em louvor.

Mesmo que aconteça qualquer coisa conosco,

Sei que nos amamos naquele minuto um pouco.
Eu toquei, pela primeira vez, o corpo dela como louco
Que me acariciava e me arrepiava o meu corpo todo.

Ironicamente, terminou o filme quando começamos a assistir

E resolvemos descansar depois de tanto aproveitar cada sentir…
Começamos a rir do filme que terminou logo que começou…
E quando bateu fome, eu fui para cozinha fazer a pipoca que Amélie comprou.

Quando a pipoca estava estourando,

Eu ouvi um grito de Amélie no quarto onde ficou esperando.
Eu corri para ver o que tinha acontecido preocupado,
E ela tinha batido, na quina da cama, com o pé descalço.

Eu me distrai tentando ajudá-la.

Meu pai foi ao meu quarto com cara emburrada
e disse: "Estou sentindo cheiro de queimado.
Será que você faz realmente tudo errado?"

Eu lembrei da pipoca no fogão

Que estava toda queimada sem poder comer mais não…
Fiquei zangado pelo que meu pai disse
Porque esqueci da pipoca preocupado se Amélie se ferisse.

Ele nem pensou em ter me perguntado

O que aconteceu para que a pipoca tivesse queimado.
Já vem me rotulando, como sempre, ele e minha mãe me tratam assim,
Mas eu sei o motivo real mesmo que eles não digam para mim.

Eu e Amélie fomos a escola

E ela percebeu minha cara de derrota.
Sentados num banco do pátio, eu contei
Como num assassino eu me transformei…

Sinto uma enorme e terrível culpa

Que é como uma diária surra
Porque com nove anos, estava distraído brincando, quando minha irmã pequena
caiu da janela do décimo nono andar lá ficando até que minha mãe a perceba.

A minha irmã foi para o céu

Como a minha esperança no véu.
Essa irmã era três anos mais nova do que a Amélie.
Ela partiu tão cedo no mundo e nem ele nem sua família, não a esquece.

O quarto todo rosa dela ainda está intacto

Com sua caminha e roupas no armário.
Todo o dia, eu me lembro do que eu fiz.
E do quanto ela merece mais do que eu estar aqui.

Meus pais me culparam.

Tanto me condenaram.
Me lembro da revolta naquela época
Quando eles me chamavam de “idiota”.

Eu sou menos homem

Por não ter honrado meu nome
E não ter salvado a minha irmã Sara querida
Da janela em que tiraria a sua vida.

Por isso, sinto que deveria ser protetor

À minha irmã porque a dor
Vem dessa culpa que carrego em meu peito
E que me condena pelo remorso aqui dentro.

Amélie me ouvindo comovida de coração

Diz: “Olha, David, para mim, a culpa envolve intenção e ação.
Você era criança e seus pais não deveriam ter te tratado
Dessa forma como se fosse sua culpa que sua irmã tivesse se acidentado.

Talvez eles devessem estar sensibilizados

E ainda não terem direito racionalizado.
Mas talvez uma parte da culpa que você vê acusada por eles
Pode estar impregnada pela culpa você sente em si desde sempre…"

Eu disse para Amélie como eu gostaria de voltar no tempo

Correndo na velocidade da luz sem medo!
Gostaria de ser o The Flash para que seja possível
Salvar minha irmã desse cruel destino.

Eu e Amélie pedimos à bruxa Morgan essa proeza.

Nós voltamos no tempo e percebemos a redondeza.
Eu vejo minha irmã e mesmo que não consiga salvá-la
Por ser tarde demais, pude dizer a ela, entre lágrimas,
que é por todos muito amada.

Pedi desculpas por não ter a minha irmã ajudado.

Meus pais tinham ido rapidamente para o vizinho ao lado.
Contavam comigo para que de minha irmã Sara estivesse a salvo do nosso lado,
Mas continuei brincando porque de ficar cuidando dela não estava muito concentrado.

Sara me disse que simplesmente foi um acidente

E que, como ela me ama, não quer decididamente
Que eu me sinta culpado
Porque o dia da morte é para todos algo incontrolado.

A fragilidade da menina dos meus pensamentos

É substituída pela força dos seus sentimentos
Me dizendo adeus e que não devo pensar
que preciso salvá-la
Para ser homem de verdade,
Mas sim, que preciso amá-la
E aceitar a realidade...

Nos despedimos de Sara que partiu em espírito

certificando-se que estou um pouco melhor embora seja difícil
Vê-la tão pequena indo embora
Porque simplesmente havia chegado a sua hora.

Voltamos na vassoura com Morgan para o colégio.

Agradecemos a bruxa que nos deixou em cima do prédio.
A bruxa disse que qualquer coisa poderíamos a chamar             *erro proposital para rimar
Em nossa mente porque ela está sempre disposta a ajudar.

Amélie diz que não acha que eu seja um assassino de verdade

E que devo ressignificar esse momento com o olhar de uma fatalidade..
Amélie acha que meus pais estivessem se sentindo culpados
E aí, descontaram em mim como estavam se sentindo agoniados. 

Tive uma conversa com meus pais difícil, importante, especial e grande

Em que rompemos com o tabu da morte de Sara por um instante.
Demonstramos nossos sentimentos abrindo o jogo,
quando chegou a hora do almoço.

Ao realmente, sem hipocrisia, conversar juntos,

Pudemos dizer sobre nossa necessidade de perdão mútuo.
Fomos honestos durante o tempo inteiro.
Depois desse dia, conseguimos melhorar nosso relacionamento
o deixando mais verdadeiro.

Cada um agradeceu por não precisar fingir ser perfeito.

Cada um tirou as máscaras revelando o ser verdadeiro.  
Todos conseguimos conversar tranquilamente,
E depois chegou Amélie com um saco de pipocas rindo zombeteiramente…

Amélie disse zoando que dessa vez, não vai queimar, pois ela estará me ajudando. 

Eu ri e disse: "Garota, tá me zoando?" Ela disse que sim brincando.
Então, eu comecei a correr atrás dela pelo condomínio
e ela com um brilho no olhar estava rindo…

Passamos pelos meninos

jogando futebol na quadra.
E enquanto ela ria e atrás dela eu corria,
Percebi que Luke na quadra de ciúme se contorcia…



Episódio 6 - "Coroa de Cinderella" por Susi Allen




Parte 1:

Amélie vai me pagar
Quando menos esperar
Porque vou me vingar
E minha vida recuperar.

Ajudo as meninas a se encaixarem
Na sociedade até suas imagens se adequarem.
A garota que quiser eu posso ajudar
A se cuidar, a namorar e se embelezar.

Isso é o que o mundo quer da mulher.
Precisamos nos adaptar ao que o mundo quiser.
Não podemos como Amélie ou Gabriely achar
que a beleza natural deve ser o suficiente para nos amar.

Minha mãe sempre me disse
Se eu quiser ser famosa como ela: “Filha, acredite!
Eu só consegui ser da novela das 9 a protagonista
porque investi para ser considerada bonita”.

Minha mãe pintou e cortou o cabelo de loiro,
Colocou silicone no peito e sutiã de bojo
E plásticas para afinar e ajeitar o nariz
E vários regimes para ser magra e feliz.


Minha mãe disse que como uma abelha rainha,
Conseguiu tudo o que quis na vida:
Até se casar com meu pai, o rei, que era o solteiro mais cobiçado
Por ser lindo, inteligente, empresário e bem respeitado.

Se eu quisesse ser amada e me destacar,
Eu não poderia chorar nem me zangar
E precisaria namorar com o garoto mais rico e lindo,
Para ser popular e ser adorada pelo colégio me seguindo. 


Em 1997, Amélie no meu colégio entrou
E desde então, o David ela só enrolou e me roubou.
Já eu conheci David tão gentil, lindo e popular um ano anterior
E entre ficadas sem compromisso sempre desejei ter seu amor.

Quando Amélie e David começaram a namorar,
todos meus sonhos sem mais nem menos precisariam desandar. 
Eu só servia para a cama de David 
e não para namorar sério como Amélie...

A Amélie, Jane e Gabriely roubaram
minha popularidade e me deixaram
com as esperanças destruídas,
mas agora serão fortalecidas... 

Eu cheguei como a princesa no colégio de limousine como habitual,
E ao descer do carro, a minha amiga Jennifer veio correndo me dizer
Que estou aparecendo na capa de novo do jornal do colégio sem entender
A pressa dela para que eu veja logo este jornal.

Estava escrito “Será que a superficial e ultrapassada Susi Allen
Vai continuar fazendo bullying contra às que não se enquadrem?”
Não acredito que esse jornal me insultou
Dizendo que superficial eu sou!

Essa matéria foi feita por quem?
Não tem o nome de ninguém?
Mas que matéria imunda!
Deve ter sido Amélie, óbvio, aquela estúpida!

De repente, sem que eu estivesse esperando,
Vi Amélie e David juntos de mãos dadas entrando,
Rindo, conversando e se beijando
sem nem me perceberem os encarando.

David não podia fazer isso comigo!
Ele me rejeitou dessa forma sem sentido!
Ah, mas eles que esperem… Vou ser discreta fingindo que mudei,
Mas quando menos eles esperarem, eu me vingarei!

Como podem me humilhar?
David sabe que com ele quero estar...
Eles estão pedindo o troco.
Então, vou retribuir em dobro!

Eu vou acabar com essa felicidade
Separando os dois com tamanha facilidade.
Vou mostrar que se me definem como superficial,
Vou agir assim já que não se ganha nada sendo natural.

Eu e Luke separá-los já planejamos.
O aniversário de Marc duas semanas adiamos.
No condomínio, faremos uma festa.
E lá, vamos acabar com essa merda!

Parte 2

Jane, Gabriely e Amélie chegaram juntas rindo.
E eu perguntei intrigada o motivo de estarem se divertindo.
Jane diz que é porque tem um garçom que é meu conhecido.
Eu disse que achava o mundo pequenino rindo.

David chega lindo com uma blusa azul polo
E quando ele deu um beijo em Amélie, me subiu um ódio
E uma vontade de bater nela naquele momento,
Mas me segurei para não estragar o plano secreto.

Eles mal poderiam esperar....
Vou me acalmar porque eu vou separar
Esses dois para sempre facilmente…
E David vai ficar comigo eternamente.

Enquanto Charlie não chegava, Luke e Richard chamaram David pra dançar.
Jennifer, minha amiga, pediu ajuda de Amélie porque queria conversar
Sobre como ela não aguentava a mãe sempre reclamando
De como ela não faz nada direito por estar pouco se lixando.

Amélie escuta Jennifer gentilmente
tentando entender como se sente
E diz para ela se ver com mais capacidade
De dizer a sua mãe os seus sentimentos de verdade.

Jennifer se comoveu profundamente
Porque não esperava isso de Amélie sinceramente.
Nunca recebeu tanta atenção de alguma amiga.
Nunca se sentiu realmente ouvida e acolhida.

Antes da festa, no colégio, eu pedi para o Luke no intervalo,
Discretamente, instigar em Amélie o seu juízo desconfiado
Dizendo para Amélie ter cuidado
Porque David sempre teve várias mulheres ao seu lado.

Amélie disse que em David acreditava
E com Luke ficou bastante zangada,
Embora também ligeiramente desconfiada
Já que ela sabe que David faz sucesso com a mulherada.

Luke me disse que Amélie ficou insegura
Se realmente David daria uma dura
Nas garotas que se aproximassem dele,
Mas ao mesmo tempo, queria dar uma chance a ele.

Luke comenta comigo: “Olha, Susi, Amélie muito bem David conheceu
E, como melhor amiga dele, na época, já percebeu
Que muitas garotas ele pegou sem compromisso no passado
Porque ainda não tinha se dado conta de que estava por Amélie apaixonado."

Eu feliz disse: “Facilita o nosso plano essa insegurança
Para que fique mais fácil tirar o sorriso dela de criança.
Se superficial é como eu sou, 
vestir essa camiseta eu vou..."

Agora eu vou agir sem mais ficar enrolando:
Richard e Jack sumiram enquanto estavam dançando. 
David ficou sozinho na pista de dança
E, por não achar os garotos, ele estranha.

Eu apareço e pergunto se ele quer ajuda.
Ele recusa e só disse que estava em busca
Dos meninos que com ele estavam dançando,
Mas ele acha que como está lotado, todo mundo acabou misturando…

Ele distraído ainda os procura com o olhar,
conseguimos de Jennifer e Amélie nos aproximar
depois de um pouco para a direita andar
E aí, percebi que esse era o momento perfeito para começar.

Eu disse que como os meninos não estão,
A gente poderia aproveitar o momento para nos entregarmos à paixão...
Ele estava com o rosto direcionado e focado à multidão,
Quando o peguei de repente, quase dei um beijo e ele logo me deu um empurrão.

Amélie estava atrás de David, achou que aconteceu o beijo
e surpresa sem acreditar no que estava acontecendo,
começou a chorar sem conseguir se controlar, 
David a viu, tentou se aproximar, mas ela pediu para ele se afastar...

E desabafou: Se quer continuar pegando várias meninas, 
por quê não me disse e ficou me contando mentiras?
David diz: Não, Amélie, não é o que você está pensando.
Susi tentou me beijar, mas eu consegui impedir antes que pudesse me tocar…

Amélie diz que essa é a desculpa perfeita
Para que ela acredite nele que nem besta.
Ela se virou, mas David pegou o braço dela dizendo para ela esperar
porque não quer por algo que não aconteceu vê-la chorar...

Amélie se desvencilhou rudemente do toque dele, 
e disse: "Já aconteceu isso uma vez comigo, David.
Como pude imaginar que com você seria diferente?
David disse que não a trairia porque a ama realmente.

Amélie disse tão ressentida: "Então, você tinha que ter pensado antes
E não acabar tudo entre nós em instantes.
Você não sabe que essas coisas machucam, seu besta? 
Para mim, essa brincadeira não dá…! Me solta! Me deixa!!"

Amélie saiu correndo, David se enfureceu, virou para mim e berrou:
"Onde você está com a cabeça? O que com isso você ganhou?"
Eu fingi que estava magoada e disse que “a você eu fiz um favor
Porque ela é muito bobinha para desconfiar do seu amor”

David diz que com armações e mentiras,
Só faz ele nem ao menos querer ser a minha amiga.
Eu fingi preocupação e disse que ele vai perceber um dia
Que o que fiz foi a melhor coisa da sua vida.

Eu disse: Você se livrou! Você não perdeu!
Ele me disse muito bravo antes de sair: “Susi, o que te deu?
Para de continuar entre eu e Amélie se metendo!".
E respondi em suas costas sozinha: "Depois de todo o deboche, vocês estavam merecendo…"

Parte 3

Voltei para a festa e percebi no cantinho
Amélie e Jennifer bem no escurinho.
Ouvi e percebi que Jennifer contou a verdade
De que foi tudo uma armação sem veracidade.

Eu disse brava: Só podia ser você mesmo para amarelar?
Jennifer disse que escolheu não mais me incentivar 
a manipular todos da escola para que se rendam aos meus caprichos
me tratando como a Cinderella e eles sendo meus submissos. 

Eu disse: "Só faltava a Amélie Joana D'arc ter influenciado
até minha melhor amiga que agora não está do meu lado"
Jennifer sai dizendo que está cansada de aguentar eu me achando Deus
e que ela também tem opinião não sendo mais como os submissos meus.

Amélie ao lado se aproximou indignada querendo satisfação
Do motivo de eu ter feito isso com ela sem nenhuma noção…
Eu disse que eu gostava de David e ela se intrometeu.
Amélie diz: “Eu bem que tentei continuar escondendo para o mundo, mas não deu...

O sentimento espontâneo do amor impede de significá-lo como um jogo.”
Eu não queria aula de filosofia, então acabei cedendo levando a corte para o bobo:
"Amélie, quero que você aproveite essa briga e diga que não quer mais continuar namorando
Se não o segredo de David sobre sua irmã menor toda a escola vai acabar fofocando."

Amélie ficou furiosa com a minha proposta
Tanto que se negou a me obedecer com uma chantagem idiota!
Então, eu fiz menção de que ia gritar para todos saberem o segredinho
Que no colégio hoje David contou a ela sozinho sem saberem que eu estava ouvindo.   

Eu insisti firmemente: Ou você de David se afasta
Dizendo que ele te traiu comigo hoje na balada
Ou a escola vai saber com uma mensagem simples, anônima e rápida
o segredo que ele tanto guarda e aí, a fofoca imediatamente se espalha.

Amélie pergunta: "Como você pode dizer o amar fofocando
Para a escola o que ele tanto vem se culpando?
Esse é um assunto muito delicado em que ele está traumatizado
para você brincar somente por ele não querer ser o seu namorado"

Eu com mais raiva pelo deboche dela disse que não me importava
Com a opinião dela dizendo o que achava.
Eu só quero saber o que ela vai fazer...
E Amélie suspira dizendo que por ele, ela é capaz até de morrer…

Parte 4
Para eu ter certeza o que realmente Amélie ia dizer,
Eu a segui discretamente seja o que for que ela resolvesse fazer.
Eu quero lutar pelo meu reino e não entregá-lo
Quando estiver sendo invadido e ameaçado.

A coroa confinada em minha mente
Diz que não devo me rebaixar simplesmente
Porque a subversiva resolveu se intrometer
Nos meus planos futuros do que eu vou ser…

Amélie iniciou uma guerra civil em meu reino
E não serei indiferente com o seu veneno
De roubar tudo o que é meu por direito
Já que eu conheci David primeiro.

Um pouco antes da festa terminar,
Estava atrás de uma árvore e observei David a campainha tocar
Da casa de Amélie que quando ela abriu, ele entrou rapidamente
Sem deixar que ela bata a porta na sua frente. 

Eu me aproximei um pouco mais da janela
Para ouvir o que eles estavam falando na casa dela.
Para mim, foi uma situação humilhante e constrangedora,
Mas precisava me assegurar do que ia fazer essa garota.

David entra na casa dela dizendo que precisa nele confiar
Já que ele realmente não imaginava que Susi ia aprontar….
Ele se sente culpado porque sabia que eu não tinha gostado 
que os dois estavam namorando, mas não imaginou que eu estaria armando...

Amélie no fundo o entendia, mas por ele precisava ser fria 
dizendo que ele lamenta que, na verdade, ela tenha visto a cena
E que ele não vai poder manter
A traição tão divertida sem ela saber.

David se aproxima impaciente e pergunta se Amélie realmente
Acha que depois de finalmente
Ter conseguido com ela namorar,
Ele faria isso com ela colocando em risco tudo acabar…

Amélie faz uma pausa e diz que não sabe,
Mas acha que, para um garoto, tudo vale….
Normalmente, a namorada é a titular e outras são para se divertir.
Como ela pode saber se ele não é desses de mentir?

David coloca as mãos na cabeça enfurecido e pergunta:
Como você pode isso de mim pensar e falar tão bruta?
Eu já fiquei com muitas antes de você, mas nunca trai nenhuma.
O que sinto por você é muito forte que investi na luta.

Amélie: "Luta? Então, quer dizer, sou um jogo difícil que quer vencer?
Está jogando contra quem eu posso saber?"
David franzi a testa e diz: "Eu amo a irmã do meu melhor amigo
e querendo ou não, enfrentei uma barra pesada para namorar contigo."

Amélie disse tentando abrir a porta que não parece amá-la assim a traindo.
David com a mão na porta, analisou seu rosto mais perto dela e disse que o que não parece é o que está ouvindo.
David confessa que a boca de Amélie diz uma coisa e seus olhos dizem outra.
Amélie nervosa disse que obviamente ele é que está inventando coisa.

David olhando fixamente nos olhos dela diz que a conhece muito bem se aproximando.
Amélie diz resistente para ele não começar, mas ele se aproximou mais sussurando:
"Será que você não consegue sentir a força do meu amor te beijando?
Será que, em todos esses anos, nunca reparou em como fico te olhando?"

Frente a frente, David a prendeu com os braços atrás da porta
e continuou: "Você acha mesmo que sou um idiota
em jogar fora todo nosso amor ficando com outras para me divertir?
Eu já sei o quero. ´E com você que eu quero seguir..."

Amélie não podia, mas não resistiu
ao ouvir ele falando coisas tão lindas que até meio tonta se sentiu. 
Ela não conseguiu impedir porque David rapidamente agiu
ao ver que Amélie se conectou com ele e um beijo consentiu. 

Foi um beijo em que ele a segurou firmemente
Contra a porta para que ela sentisse a intensidade do amor que ele sente.
Foi um beijo com toques e respiradas em sincronia
Para que David soubesse a verdade de Amélie mesmo com tanta mentira.

Foi um beijo quente, vibrante e cheio de desejo. 
Foi um beijo ansioso, cuidadoso e cheio de medo
do outro desistir por conta de tantas mentiras ditas do seu amor 
e até de machucar o outro que tanto ama com tamanha ser a dor. 

Amélie abre os olhos, me vê pela janela, se afasta, se enche de coragem e grita que não quer mais com ele estar.
Com medo de que ele seja exposto na escola, ela diz na maior frieza possível que quer esquecer que ela chegou a com ele namorar.
David ofendido diz que não entende o motivo de tanta desconfiança,
que ele a ama demais e que não tem sentido toda essa insegurança.

Amélie evidentemente estava transtornada por dizer tanta mentira,
mas ela diz brava para ele ir embora porque quer ficar sozinha.
Amélie friamente abre a porta e grita para ele sair
Porque não quer mais vê-lo depois de tanto a afligir.

David suspirando triste, contrariado e confuso vai embora.
Amélie bate a porta com força e, encostada nela, copiosamente chora.
Eu atrás do arbusto pude ver que realmente foi difícil tudo isso ela dizer,
Mas agora, pelo menos, eles se separaram, e então, só me resta a agradecer.

Amélie sabia que tudo era armação. 
Mas mesmo tudo o que dizia ter sido atuação, 
ela sabia que ela disse em nome de uma insegurança dela
por algo que aconteceu no passado com ela. 

Mas Amélie ao ver aquelas palavras lindas e firmes de David
falando de como ele a ama demais e quer que ela fique com ele
independente de qualquer outra menina na balada 
só faz a Amélie por dentro discretamente se sentir cada vez mais apaixonada. 

De tanto que ela chorava, deu um milésimo de segundo de pena,
Mas agora cabe a mim tentar consolar David e fazer aquela cena…
Eu fui atrás do meu príncipe para recuperá-lo,
Mas ele me olhou tão tão triste e extremamente derrotado…

David perguntou: "O que mais você quer se já conseguiu o que queria?"
Eu disse que ainda não consegui que namorasse comigo como eu gostaria.
Ele disse que o sentimento não dá para forçar nem controlar
E que simplesmente não dá para obrigar ninguém a nos amar.

Eu me humilhei sem nem notar dizendo: “Eu acho que você poderia sim, a esquecer
E procurar ver minhas qualidades e o quanto eu faria tudo por você."
Ele me disse que entende que é triste o amor não ser correspondido, mas seria pior me iludir
E me prender numa relação falsa com ele sendo que com outra pessoa, eu poderia muito bem amada me sentir...

David diz que se eu o ver como MEU príncipe sem escolhas,
Vou acabar o reduzindo numa coisa e sofrendo em bolhas.
David diz que se eu me ver como a Cinderella, uma perfeita princesa,
Eu não entenderia como alguém poderia não se apaixonar por uma realeza.

Eu disse que, para ele, é fácil falar assim puxando mais para a razão
Já que ele não sabe o que é passar por uma rejeição…
Ele disse que já foi rejeitado muitas vezes também, mas ele prefere saber a verdade
do que viver um amor baseado numa ilusão e de pura falsidade.


David disse que Amélie e ele querem poder demonstrar
todo o carinho entre eles depois de tanto tempo terem escondido.
A intenção não é me fazer sofrer nem esnobar. 
Eles não querem mais sofrer com o sentimento sendo reprimido. 


Antes de sair, ele disse: "Quando o amor chegar para mim, 
ele disse que eu vou entender porfim, 
e não vai ficar com mais ninguém, 
mesmo sendo belo e que possa te fazer bem também".

Em seguida, ele foi para a sua casa do condomínio e comecei a chorar desiludida
Ao ter desejado que a paixão dele por ela seja por mim sentida,
Mas talvez eu simplesmente tenha vontade de viver um amor
Que seja o suficiente para me respeitar e me dar valor.

David falou tudo de coração que aceitei que tudo não é diferente
E não consegui vê-lo até aquele momento realmente como gente
Que sente e toma decisões porque eu estava cega pela dor
o condenando por não sentir por mim amor…

Não sei muito muito sobre o amor, 
mas a maior dor 
é quando queremos forçar o outro a sentir com ou sem sentido
o amor porque ele é singelo demais para assim ser construído.

Parte 5
Assim que a festa terminou, eu estava partindo quando eu vi o que parecia ser uma bruxa
Nos observando conversar discretamente atrás de uma árvore muda.
Como uma princesa deveria expulsá-la, mas resolvi simplesmente como Susi conversar
Para conhecer outro mundo permitindo uma pessoa diferente eu me aproximar

Em sua vassoura, ela me levou para eu conhecer
O lugar onde mora a comunidade de bruxas que mal podia saber
Perto das montanhas afastado da cidade
Para que possam viver com liberdade.

Eu pude olhar para bruxa como um alguém…
Não mais como um inimigo por ser diferente ou mais além…
Eu vendo as bruxas convivendo normalmente
Pude ver o quanto eu reduzi David a ser meu príncipe obrigatoriamente.

A Bruxa Morgan me deu uma poção
para que eu tivesse coragem no coração
de agir e pensar a partir da minha consciência
e não mais, do rótulo de ser superficial e sem inteligência.

Morgan me disse que é importante 
eu estar segura de quem eu sou em cada instante
porque se não vou deixar que uma roupa
ou até que os outros me definam de forma tosca. 

Muitas bruxas acreditam no que é dito 
e vivem rigidamente a partir disso,
já outras conseguem tirar a roupa da maldade
por tentarem escutar de cada um a voz da sua verdade. 

Quando a bruxa Morgan em sua vassoura me levou para minha casa,
ela se despediu dizendo que, quando eu quisesse, podia chamá-la.
Encontrei minha mãe fazendo a unha com uma manicure
E ela desaprovou o meu cabelo bagunçado dizendo que é um mau costume.

A viagem da bruxa deixou meu cabelo maluco.
Mas curti com prazer a viagem em cada segundo
Deixando o vento refrescar meu rosto, levar minimamente a minha dor
e me libertar de todos os padrões sociais que corroíam minha capacidade de amor.

Minha mãe me disse que uma moça boa
Não pode ir numa festa com o cabelo assim a toa…
Depois de tanta cobrança estética que engoli,
com a coragem e determinação de Amélie, eu a respondi:

“Espero que, por trás da boa moça, você veja a menina
que pela aparência, dieta e status não é totalmente definida.
Espero que algum dia você consiga me olhar
Como sua filha real sem uma Paris Hilton esperar…”

Depois de uma longa conversa, minha mãe disse que me amava
E reconheceu que a maquiagem e aparência não tanto importava
Porque a felicidade vem dos momentos com nossa família
Ao nos enxergarmos com paciência, aceitação e valentia.

Valentia para olharmos que não somos perfeitas,
Mesmo que passemos essa impressão nas revistas à venda...
Valentia para nos olharmos com falhas e virtudes
E reconhecermos nossa humanidade nas pequenas atitudes.


Eu consegui aprender que a gente não é escrava
Para viver e pensar do jeito que a nossa mãe fala
Assim como os nossos pais são humanos e como nós são sujeitos a errar
E com senso crítico, discernimos o que agregar e no que podemos nos melhorar...

Parte 6

Quando segunda-feira chegou, resolvi verdadeiramente mudar:
Eu disse a Jennifer que ser somente a Susi ia tentar
e também guardarei na minha gaveta a minha Coroa de Cinderella
porque minha prioridade é o estudo e o trabalho antes de talvez me casar com ela. 

Disse ao Luke que com a chantagem eu ia parar,
Mas ele disse que não conseguia deixar de com os dois se machucar. 
Eu disse o que David me disse que eles querem aproveitar
o tempo perdido e, pelo que eu vi, eles realmente querem juntos ficar... 

No mesmo lugar em que eu vi Amélie e David se beijando,
Eu vi agora, por minha culpa, os dois brigando.
Estranhamente não me senti feliz ao ver David triste dizendo que estranhava tanta insegurança
E por rotulá-lo como "mulherengo" sem merecer sua confiança.

Logo que Amélie me viu, ela ficou preocupada tentando achar certas palavras
Até que eu me intrometi e disse serena que não precisa mais continuar com essa máscara.
Amélie logo foi abraçar aliviada David pedindo desculpas por tudo.
David surpreso estranhou, mas a abraçou sem jeito e depois, olhou para nós duas confuso. 

Eu logo corajosamente confessei
que com os dois muito errei
alegando ter ameaçado Amélie a se afastar
se não, o trauma de David com sua irmã para a escola eu ia espalhar. 

David ficou espantado com o que eu pude fazer. 
Ele ficou esperando eu explicar o porquê. 
Eu decidi dizer sinceramente
o que passava na minha mente. 

Eu estava fixada na ideia de continuar popular
e com o garoto mais lindo da escola namorar
e estava, mesmo que não assumisse, muito chateada com a matéria no jornal
que achava que Amélie tinha escrito me chamando de "superficial".

A escola estava dividida entre eu e você
e estava disposta a recuperar o meu lado que 
na minha cabeça você, Gabriely e Jane tiraram
quando lideraram a revolução na escola quando me enfeitiçaram. 

Amélie disse que a escola me respeitava
porque, com o bullying que eu fazia, você aprovava
quem estava adequada para se inserir na sociedade
de modo que você ignorava a diversidade. 

A escola não é mais a mesma
e todos tem medo de que volte nesse esquema. 
Não fui eu que escrevi a matéria no jornal,
mas revela a vontade de união geral. 

Eu disse que demorei para aceitar que depois que a escola revolucionou 
o meu lugar passou a ser de aluna como todas as demais... Foi o que restou, 
Mas agora eu aceitei e quero ser vista na totalidade;
não mais numa mísera superficialidade sem inteligência, caráter nem verdade. 

Amélie disse que sabe que tudo é fruto
do condicionamento das meninas no mundo
e que cada dia, estamos nos desconstruindo 
a sermos como somos naturalmente nos unindo. 

Amélie disse que não achava o problema
ser a maquiagem ou as roupas em si, 
mas sim torná-las parte de uma máscara e um dilema
de que sem elas, não poderemos ser mais nada assim.

Amélie disse que, depois que Louise conheceu, 
com a determinação e superação dela, aprendeu 
que as mulheres e os homens podem até ser influenciados pelo meio, 
mas nunca serão marionetes sem poder de escolha em qualquer que seja seu tempo. 

Por esse social condicionamento, 
a cada dia, a desconstrução do velho preconceito
é importante para nos olharmos de igual para igual
com empatia aos outros procurando um olhar menos "superficial". 

Amélie disse que pode me dar mais uma chance
porque como Louise a ensinou está no nosso alcance
incluir e acolher as mulheres e os homens da sociedade
para que construam, no seu tempo, esse olhar à diversidade.

Mais aliviada sem o peso da coroa de Cinderella na cabeça, para a sala eu fui indo
apenas como Susi, e assim vi em seu lugar David também aliviado sorrindo,
beijando Amélie no seu lado feliz por terem voltado 
depois dela ter se sacrificado em nome do amor que agora por ela estava dobrado.

Bateu o sinal, a aula de História começou,num dia de verão,
e prestei atenção junto com minha nova amiga negra Lisa no quanto a escravidão
provocou no mundo antigo e atual uma grande segregação 
que não quero mais cultivar no meu coração. 


Episódio 7: O Coringa em Mim por Luke Coleman (2 partes)
Desenho por Anais Gonzalez Blanco (Europa, Espanha) - Instagram @anaisgonzalez


Parte 1

Descemos para mais um jogo.
Eu estava a minha chuteira pondo
Quando vi Amélie chegando
E toda atirada David beijando.

Eles precisam realmente
Fazer isso na nossa frente?!
Ela precisa se dar ao respeito.
Ainda mais está com um top no peito…

Ela ri, abraça, aconselha,…
Ela conversa, abraça e beija
David enquanto eu não consigo deixar de sentir
Que gostaria de ser seu namorado para que a mim assim pudesse sorrir...

Amélie me seduz com seu corpo...
Meu olhar acompanha suas curvas como louco.
Amélie é tão linda que me fascina tanto que agora
Bem que eu poderia matar David com uma pistola.

David também ri como ninguém
Querendo mostrar para todos como está bem
Por estar namorando com a mais bonita,
Mas eu (sem que ninguém suspeite) vou me tornando um coringa.

Risos estridentes singulares.
Maquiagens de palhaço particulares.
O que me diferencia do Coringa é que minha mãe faleceu depois de ficar grávida  
E meu pai me abandonou para que eu morasse com a cunhada.

O meu primo Richard é como se fosse um irmão de coração.
Mas como é a casa da tia, sempre sentia uma diferenciação
Pela minha tia Beth dar mais preferência ao seu filho
E a mim, ela não é nada afetuosa como se fosse um inquilino.

Talvez Beth tenha cuidado de mim
Por piedade ou caridade enfim.
Procuro amor agora em meninas intensamente
Mas se todas me rejeitam, aumenta meu vazio profundamente…

Comecei irritado e enciumado o jogo.
Obviamente, segurando aquele soco.
Dei tudo de mim já que ele estava com ela,
Eu não iria abrir mão de vencer essa merda…

Como Jack é um péssimo goleiro!!
Não acredito! David fez um gol primeiro!!!
Quando me passaram a bola,
Eu acabei jogando para fora! Que bosta!!!

Vou tentar mais uma vez!
Mas Charlie tirou a bola sem que pudesse perceber…
E fez outro gol acabando com as minhas esperanças
De que pelo menos o jogo eu pudesse ter confiança.

David abraça Amélie contente já eu, como sou um fracassado
Ela não faz nada porque faço simplesmente tudo errado…
Não deveria ter jogado a bola para fora…
Quer saber? Se eu quero beijá-la, por quê não, agora?

Me despedi de todos fingindo que ia embora
E me escondi atrás de um carro por uma meia hora.
Ficaram só Amélie e David abraçados
Olhando a lua e conversando grudados.

Aí, como isso estava me cansando…
Estava quase desistindo do meu plano
Até que David disse que ia para a sua casa nº1 subir
Já que em plena terça-feira depois do trabalho ele só queria dormir.

Amélie disse tudo bem porque também iria dormir,
Mas a Jane me pediu para esperar um pouco antes de subir.
David e Amélie se despediram com um longo beijo
E aí, ele finalmente saiu para que eu pudesse ter meu momento.

Eu disse: Hum finalmente... não via a hora.
Amélie se assustou ao me ver saindo detrás do carro dessa forma.
Amélie confusa perguntou o que estava fazendo.
E eu disse que queria contar um segredo:

“Escuta, Mélie, eu gosto… de você.”
Amélie surpresa só disse: “O quê?”
Eu a agarrei: “Sei que se você me der um beijo,
Você vai descobriria o seu sentimento.”

Ela tenta me empurrar e se afastar
Dizendo alto: “Me solta, maluco! Eu não quero te beijar!”
Eu: “ei, quieta, olha, assim você me deixa ofendido.”
E aí, eu a beijei à força desejando a ela a mesma dor que eu sinto…

Enquanto eu beijava sua boca, eu apertei seu peito.
Ela chorava com minha mão na sua boca em pleno desespero…
Se eu a desejo, ela deve servir a mim
Assim como toda a mulher que pode vir a gostar sentindo assim…

Ela dizia para soltá-la toda a hora.
E eu disse que só estava começando agora.
Ela bateu com o pé no carro fazendo o alarme dele disparar
E eu senti muita raiva por ela não fazer o que eu mandar.   

Eu a segurei com força e rapidamente a levei
Para um lugar reservado aonde eu continuei
Fazendo o que sempre desejei
Tocando em todo o seu corpo como sonhei.

Até que David e Jane chegaram
E a Amélie transtornada levaram.
David veio para cima dizendo "filha da puta" extremamente irritado como nunca o vi
Me dando dois socos na cara berrando que, para ele, eu morri…

David abraçou Amélie e a levou
Dizendo que ele ia me denunciar.
Já Jane enfurecida comigo ficou
Dizendo que eu deveria as mulheres respeitar…

Eu ri dizendo que eu não me importava
Com ninguém porque só fazia o que desejava.
Amélie estava pedindo com aquele top
E aquele vermelho e curto short.

Jane enfurecida disse que a mulher é livre
Para vestir o que quiser sem que um patife
Ache que ela está pedindo amor
Num dia que fez muito calor…

Jane enfurecida disse que eu preciso respeitar
Quando uma mulher não quer te beijar.
Não deveria negar a liberdade
Nem romper com a sua dignidade.

Eu disse para ela parar com papo feminista.
Mas ela disse séria que como eu sou muito machista,
Deveria não menosprezar, mas aprender com feminismo que propõe a igualdade
De direitos e respeito de ambos os sexos quanto à individualidade.

Ela continua: “Seja humilde! Se a garota que gosta não te quer,
reconheça que não tem problema se alguma não te quiser…
Quando a gente ama, a gente quer ver bem a mulher
Reconhecendo a liberdade dela e respeitando o que ela disser.”

Eu falei que acho que, de tanta raiva, ela devia estar é com inveja.
Então, eu dei um selinho que eu até gostei nela.  
Jane me afastou, ficou com tanta raiva
Que acabou me dando um tapa.

Jane o que tem de gata,
Ela tem de chata.
Como ela ousa me bater…
Ela só disse saindo: “Eu odeio caras como você!”

Eu não dei por menos e disse: “E eu odeio garotas q…”
E ela: “que mostram suas opiniões escrotas?”…
Ela continua: “Isso eu já sei porque o seu orgulho impede de ver
que há outras pessoas vivas além de você”.

Ela me deixou um tanto desconcertado…
Como assim ignoro as pessoas do meu lado?
Só vi Jane cuspindo no vaso de flor.
Outra garota cuspindo o meu amor…

Parte 2

Eu voltei para minha casa nº3
E lá, eu pude, como sempre, atrás da porta ouvindo perceber
Meu tio traindo minha tia internada com uma amante na sua cama
Dizendo a ela rouco que ele adora como ela o chama…

A amante sussurra em seu ouvido: Tigrão…
Me leva ao céu, paixão …
Enquanto na mesa da sala, eu vi o seu celular
No silencioso com minha tia ligando sem parar…

O celular vibrava…
Meu tio ignorava..
A sua amante continua a incentivar:
"Vem, Tigrão… Eu quero todinho te amar…"

Há anos, minha tia Beth está muito doente
Tendo que fazer cirurgia algumas vezes.
Quando eu via a amante,
eu achava normal por minha tia estar distante.

Mas agora vendo a minha tia ligando desesperada,
Eu imaginava como ela estava e não pude ficar sem fazer nada…
Eu atendi o celular e coloquei no viva voz mostrando a verdade
Porque estava cansado de manter ao meu tio a minha cumplicidade.

Eu não ia deixar mais que ele fizesse
Seja qual for a mulher ou a desculpa que tivesse.
Não é porque está doente ou por ser mulher que minha tia merecia.
Quase chorei por ouvir o choro da minha tia desiludida.

Minha tia me agradeceu ainda sensibilizada
E disse que ela precisava saber a verdade
Já que ela estava desconfiada,
Há meses, dessa possibilidade.

Ela disse que por culpa da doença,
Ela foi, pelo meu tio, presa à sentença
De não poder ser digna de respeito,
Mas ela vai acabar logo com esse sofrimento.

Sabendo que eles vão se separar,
Não pude deixar de me culpar,
Mas também de considerar a sua necessidade
Sem reduzir a sua ameaçada humanidade…

Enquanto eu ouvia gemendo os dois atrás da porta,
Eu ficava pensando: eu não quero mais ser dessa forma,
Desrespeitando todos e todas que estiverem ao meu lado
Ignorando ter um filho e uma mulher com ela casado.

Eu preciso dar o meu melhor sempre
Rompendo com o modelo de homem na minha frente.
Meu tio poderia ter pedido faz tempo a separação
Sendo sincero com minha tia sem deixá-la desinformada na internação.

Meu tio podia ter sido honesto e acabar
Com o casamento que não tem como adiarl
Já que não há respeito entre os sujeitos
Nem amor e compaixão dos mesmos.

No dia seguinte, na quadra, eu falei com Amélie, Jane e David defensivos
E pedi perdão de coração pelo meu ato arrependido.
Eu falei humildemente que pelo ciúme eu tinha perdido o juízo
E esperava não ter causado a Mélie um trauma a longo prazo significativo.

Eu expliquei como realmente estava
Envergonhado e como eu lamentava...
Eu errei mal tratando Amélie que mal nenhum me fez intencionalmente
Já que não me querer não é nenhum pecado como eu pensava anteriormente.

´E direito seu que não me queira
e até me denunciar porque errei, mesmo que me arrependa.
Eu estou disposto a responder pelo meu erro
Seja o que for que escolham fazer comigo sem tiroteio.

A pistola do meu coração
Acabou quando questionei a razão
Do que acabo de fazer
E não encontrei um motivo que possa me satisfazer.

A pistola da minha mente
Foi guardada envergonhadamente
Porque não queria ter feito
Algo que infelizmente não pode ser desfeito.

Os dois olharam para mim
E Amélie disse me perdoa, sim,
Somente com a condição de que eu respeite
Que ela escolheu para namorar o David.

Amélie disse que eu posso ver isso como uma humilhação
Ou já que ela é uma mulher humana com escolha própria como uma constatação
De que os homens nem as mulheres devem ser agressivos
Ignorando a individualidade e liberdade alheia ao serem possessivos.

Eu concordei. Já o David me olhou apreensivo
E disse que para ele é realmente muito difícil
Porque eu toquei e machuquei a sua namorada
E ele só espera que não seja uma mentira disfarçada.

Jane também diz que talvez eu queira evitar
A denúncia que David chegou a ameaçar.
Eu precisei confessar honestamente a verdade do que aconteceu
Com meu tio e o quanto me fez pensar em quem sou “eu”.
  
Eles ficaram surpresos por eu me abrir
E eles perceberam que o que mais me movia para estar ali era procurar não mais seguir
O que meu tio dizia e fazia que simplesmente não agregava
Até mesmo porque toda a pessoa pode estar enganada.

Ninguém é perfeito. 

No devido tempo, 
talvez ele possa melhorar
mas o que posso fazer agora é de mim cuidar... 

Preciso desconstruir

o tipo de homem esperado para sair
o patriarcado em mim
e a insensibilidade naturalizante por fim...

Todos eles entenderam
E, depois de pensarem, resolveram
Confiar na minha mudança
E não, perder a esperança.

O Coringa em mim
Saiu quando por fim,
Resolvi aceitar as possibilidades
E menos me frustrar com as impossibilidades...


8 Episódio: Vedetes pela Traição por Jane Evelyn (4 partes)



by juhee (@zoohii) https://www.instagram.com/p/Bsk8J-EnwSL/


Parte 1
Em 1997 (No ano que Amélie entra no colégio)

Seus beijos baseados numa mentira
Foram os causadores da ferida
Que em mim abrigou ao ter sido traída
Enquanto você com minha cara curtia.

Enquanto fui fiel
E a nós rezei ao céu,
Você me traia
E depois me amava dizia.
Qual é o limite da sua hipocrisia?

Obrigatoriamente, se acha que a mulher deve perdoar se ama
mesmo quem a engana,
Então você me enoja por ser tão machista a ponto

De achar que a mulher deve se prestar a esse posto!?

Calma! Vou explicar... Em fevereiro, eu passei para a turma da manhã no colégio
E, todo o intervalo, esse cafajeste Fred mais perto
Foi me conquistando com seu jeito sedutor
E foi despertando em mim cada vez mais o meu amor.

Ele tinha um jeito carinhoso e um tanto bobo
Que me divertia e me deixava iludida
Já criando todo o meu casamento ao seu lado
Inclusive filhos e um futuro detalhadamente planejado.

Amélie continuou estudando de tarde
E perdemos o contato sem nenhum motivo nem alarde.
Ela conheceu Fred num almoço na escola
E, para ela, esse desgraçado também deu corda.

Pegou o contato dela e dizia que era linda
E assim foi atraindo também a minha amiga.
Eles saíam, se pegavam e começaram a namorar
E ele pedia para guardar segredo porque seus pais não iriam deixar…

Nem todo homem ou mulher trai de forma tão premeditada,
Mas Fred Spencer era um ator excelente
De se fingir de bom moço quase crente,
Enquanto eu era tolamente enganada.

Teve uma festa da escola em que eu o vi beijando
a Amélie, contei a ela o caô e fizemos um escândalo.
Ele disse que eu deveria essa situação aceitar
E dar graças a Deus por ele me amar.

Disse mais que ninguém vai me amar mais do que ele;
e que se todo homem vai me trair, então que venha dele
Já que me ama como ninguém
E sempre quis o meu bem.

Mas é muita cara de pau e arrogância
Achar que homem pode trair assim numa completa ignorância!
Eu e Amélie nos unimos mais como amigas
Nem por isso nos tornamos rivais ou fizemos intrigas.

Não deixaríamos que um garoto idiota
Rompesse nossa amizade que estava começando agora.
Nós iríamos partir para cima sem vergonha!
Vamos mostrar nossa força como ele mal sonha!!

Um drink de run eu bebi com minha amiga
e brincamos entre nós em puras gargalhadas: "Garoto, ria,
Enquanto pode viver!
Daqui a pouco, você vai nos conhecer…"

Passamos Blash, sombra e batom vermelho. 
Vestimos bota, meia calça e vestido preto.
E, num show de jazz, nós desabafamos
cantando e dançando; te defamamos! 

Com todo esse jazz, mostramos no teatro da escola a sua índole
dando risada da sua cara de estrume
no palco por nós duas sendo desmascarado
dizendo como adora curtir com garotas dizendo que está apaixonado. 

Ah, Baby, você nos vê no palco gargalhando e brilhando
e como as pessoas estão nos aplaudindo e aprovando
e dá para ver como chora, implora e diz que enlouquecemos...
Ah, Amélie, como é doce a vingança que estamos fazendo!

Confessa que está surpreso!?
Você achou mesmo 
que iríamos nos envergonhar e nos culpar!?
Agora aguenta! Você que ousou em nos enganar!

Mas calma, idiota, é só o começo essa humilhação 
ao ver de toda a escola a desaprovação!
Sexys e maravilhosas, fomos sorridentes
Para arrumar os preparativos e antecedentes.

Ah, Fred, se prepare! Hoje é o dia do seu enterro!
Sairemos do cemitério chorando por você em profundo desespero,
Mas claro que não te contei que só se for chorando de felicidade….haha
Acho que você não conhece a gente de verdade… 

Não vamos, por você, viver em prantos!
Não vamos, por você, nos bater pelos cantos
Porque para continuarmos a nossa vida,
Teríamos que selar um pacto para cicatrizar a ferida!

Como Velma e Roxie do musical Chicago, a cidade inteira conquistamos!
Com a parceria Amélie e Jane, duas pistoleiras nos tornamos
porque em nós te matamos 
e do seu peso nas nossas costas nos livramos!

Depois, nós somos as loucas?
Depois, nós somos as bobas?
O erro foi seu, meu querido,
Agora aguenta! Diga Adeus ao que foi perdido!

Te enterramos! Que pena! Mas você mereceu!!!
Você sumiu! Ops! Faleceu!!
A bruxa Morgan nos ajudou a fazer
Uma poção na qual resolvesse desaparecer.

Antes de partir, na frente da escola, deixe seu machismo e orgulho de lado!
Depois do nosso número e dos aplausos, nos peça perdão ajoelhado!
E em seguida, suma da nossa vida sem achar que estamos sendo indecentes
Já que não temos compromisso com quem nos foi indiferente.

Foi assim que resolveu ir ao Havaí.
Foi assim que desapareceu daqui!
Adeus!! Que não volte mais!
Pobrezinho, descanse em paz…

Parte 2 
Em 2000 (Amélie está no colégio, já encontrou a Louise, continuação da história)

Luke estava na porta da sala quando a aula ainda não começou
Esperando Amélie que ainda não chegou,
E aí apareceu Luke e Richard rindo
Enquanto Luke deu uma piscada para mim sorrindo.

Mesmo arrependido, depois de à força me beijar,
Eu não gostaria de insinuar
Que eu queira com Luke ficar
E por isso, virei a cabeça para o ignorar…

Depois, no intervalo, Luke estava isolado, sozinho
e tão distraído imerso em seu pensamento
Que quando me viu, deu um sustinho
e de eu contar para alguém ele me confessou seu medo.

Eu disse que, de qualquer forma, eu não contaria para ninguém,
Mas se ele quisesse conversar comigo, poderia fazer bem.
Eu questionei o motivo de um garoto não ter
direito de chorar e se entristecer.

Ele passou a desabafar
Dizendo que está cansado de brigar
Com seu tio porque contou à Beth a traição
E por isso, ela anda insistindo na separação.

Ele não sabe a forma, mas quer ser um homem melhor porque
Simplesmente e impreterivelmente não quer ser
Como seu tio que trai
Nem como seu pai que para longe se vai.

Luke também chora por ver Amélie com David contente
Porque gostaria de vê-la com ele inevitavelmente.
Ele sofre todos os dias porque, no fundo,
Gostaria de alguém para amar no mundo.

Não pude deixar de concordar que eu também gostaria de amar alguém,
Embora Fred me fizesse desistir de ver o amor como um bem
Com tanta mentira que me fez desconfiar
Em qualquer um que queira se aproximar…

De verdade, me emocionei sensibilizada ao ver
A dor por trás da face desse menino que não conseguia entender
A postura agressiva social, cultural e individualmente construída
E que agora dava para ver um vislumbre da sua verdade omitida.

Eu gostei de ver a sinceridade
desse menino de cabelo encaracolado.
No fundo, ele tem uma grande sensibilidade
Por trás do Coringa que andava ao seu lado.

Percebia como era difícil ele dizer
o que estava entalado por fraco ser visto temer.
Parecia que era a primeira vez que falava o que sentia
Sem seu tio dizer que é errado quando dizia.

Mulheres e homens são cobrados socialmente
A se comportarem assim para serem considerados decentes.
Deus sabe o quanto eu não gosto de garotos que me assediam,
Mas naquele momento, eu deixei para trás a mágoa e o rótulo que me impediam.

Acreditei no pedido de perdão e, em silêncio, o abracei
E, movida pela compaixão, eu disse que admirei
A vontade dele de desconstrução do patriarcado culturalizado
e que demonstrar sentimentos é fundamental para que isso seja iniciado.

Eu disse para ele com calma tomar seu tempo
E escutar sua voz em cada momento
Para ir confiando e amando a si mesmo,
Mas que todos nós estamos num processo de autoconhecimento.

Confessei que quando ele me mostrou a verdade dele assim,
Pude ver uma sensibilidade e fragilidade que é igual em mim,
Mas que, às vezes, por uma cobrança externa e interna, a escondemos
Dos outros e infelizmente de nós mesmos querendo parecer perfeitos…

Em seguida, Luke apertou mais seus braços ao meu redor
Que sem nem perceber o tempo ou lágrimas ou suor
Senti em meu corpo uma queimação
Pelo imediato contato corporal e por entender melhor seu coração…

Parecia que ia cair com minhas pernas bambas
E meu coração chaqualhando como samba.
Presumi que a minha pressão subiu pelo anseio…
Não poderia estar me atraindo por esse sujeito!

Mas aí ele foi se desvencilhando
Vagarosamente do abraço,
Diante meu rosto, a minha boca e olhos ficou olhando
fixamente pedindo permissão parado.

Um olhar meigo e penetrante como nunca vi
Querendo saber se pode ficar aqui.
Eu deixei… Me permiti sentir seus lábios tão bem delineados
Tocando os meus de modo respeitoso e delicado.

Um calor me envolveu no meu corpo.
Meu coração batia feito louco.
O desejo foi direcionando meus movimentos
Antes que eu realmente me coloque em discernimento.

Foi um beijo com delicadeza
Diferentemente do primeiro que havia sido com violência.
Ele realmente parecia tentar mudar e me mostrar sua verdade
Diferentemente do primeiro que havia sido na falsidade.

Mas ainda não consigo entender
Como pude deixar isso acontecer…
Ainda estou presa na ideia de que um assediador
Sempre será assim não adianta o que for…

Afinal, não quero estimular que ele possa me beijar
quando estiver querendo
Que dessa forma eu vou me apaixonar
Totalmente me rendendo…

E depois do Fred, realmente não quero mais namorar
Já que sei que machucada vou acabar.
Se nessa sociedade é normal homem trair,
Eu que não vou mais namorar nem me iludir.

Só pego uma vez ou outra por prazer
Ou até (por quê não?) para me entreter.
Por isso, me afastei dele com minha mão
E sussurrei com a testa franzida: “Por favor, não”.

Parte 3

Amélie e Gabriely sozinhas vão vir 
comemorar comigo meu dia! Vamos nos divertir
Na minha festa de aniversário de pijama em que de começar não vejo a hora!!
Pedi até para minha mãe uma pizza margerita bem daora…

Assim que chegaram, o Twistter um pouco jogamos
E de video-game numa partida nos desafiamos.
Depois, de noite, já com pijamas de frio,
Resolvemos brincar de verdade ou desafio.

Adoro estar com essas meninas.
Elas são minhas melhores amigas.
Quis comemorar só com elas mesmo
Porque sou mais introspectiva; é meu jeito.

Bebendo cervejas, revelamos segredos
E os nossos mais profundos desejos e medos.
Amélie pergunta a Gabriely se gosta de seu irmão
Que responde que, na verdade, adora de coração.

Mas Gabriely acha que nela o Charlie não repara
Já que acha que tem vergonha dela ser gordinha e calada
como também arruma pretexto para não continuar a conversa
nos ocasionais intervalos em que ele me chama e me espera.

Eu não quero me iludir.
Vou esperar ele se decidir.
Sei que pode vir a gostar de mim
mesmo que demore tanto assim.

Eu disse para ela que procuraria
outra pessoa que comigo namoraria
porque não aguentaria esperar
um fulano querer se aproximar...

Amélie disse que achava o mesmo
ou que talvez seja só uma questão de tempo. 
E acrescentou para de gorda não se achar
Até mesmo porque Charlie, seu irmão, não costuma essas coisas considerar.

Gabriely sorriu com esperança, mas logo discordou
Dizendo que não fantasiou
Que um homem no mundo
Não desejaria um corpo bonito num segundo!

Amélie diz que cada um tem um gosto particular
Nem tem como todos serem iguais em seu pensar…
"O amor não tem fórmula secreta
 E aparece simplesmente na hora certa".

Eu disse para Gabriely escolher se amar
E se tiver problemas de saúde por ela se preocupar.
Não que tenha que fazer por alguém nos desaprovar 
ditando a sentença de como deve ser o nosso corpo para nos "amar"...

Voltando ao jogo, quando eu pedi verdade,
Elas se olharam na cumplicidade
E pediram para que eu falasse se estou do Luke a fim
porque elas repararam na piscada dele quando cheguei para mim.

Olhando para a Amélie, eu neguei obviamente
Ainda mais “depois do que ele fez com a gente”.
Mas Gabriely diz que isso foi no semestre passado
E diz sentir que ele está realmente mudado.

Amélie diz que é melhor eu ser prudente
Observando bem com o pé na frente,
Mas não precisa negar se é o que sente
Por medo de se machucar porque é um garoto diferente.

Eu confessei meu medo também
De namorar de novo alguém
Que me machuque como o Fred fez no passado
Quando me entreguei ao seu amor tão errado…

Amélie me entende dizendo que também temeu
Antes de namorar David pelo que ocorreu.
Mas a gente precisa procurar não igualá-los
Se não vamos conviver com fantasmas do passado.

Ela disse que nós o enterramos como uma morte simbólica
De que não deixaremos que ele acabe com nossa história
de procurar experiências novas no presente
mesmo com qualquer risco iminente.

Ela continua: “O Fred pode ter nos machucado,
Mas uma coisa que nunca lhe será dado
É o direito de acabar com nossa vida
Por ter nos aberto essa ferida.

Jane, eu proponho que juntas não deixemos
Que sejam tão importantes a ponto de que tiremos
As possibilidades do nosso futuro
E nossas chances pelo mundo…”

Depois de aceitar a proposta, me senti mais confiante.
Até que elas ficaram radiantes
Quando contei a elas sobre o nosso beijo
e quais foram os meus sentimentos.

Eu apressei a dizer
que só fiquei com ele ontem por querer,
Mas se realmente perceber a mudança dele, quero viver
Me permitindo sentir o que for para ser…

Lembrando do desejo
Que senti por Luke no nosso beijo,
Me convenci que se Fred eu enterrei
É porque ele eu já superei!

Parte 4

Toda a turma de amigos, numa sexta,
Resolveram ir ao cinema.
Jack e Marc chegaram com a pipoca.
Todos foram direto depois da escola.

Com a sala lotada
Para assistirmos “Star wars – A saga”,
Uma parte de nós ficou na lateral direita
E outra na lateral esquerda.

Gabriely estava entre Amélie e eu.
Até que chegou no lugar vago ao lado do meu
O Luke dizendo que onde estava tinha uma criança
Chorando muito alto e fazendo manha.

Eu fiquei nervosa, sem motivo,
Porque, mesmo que não queira admitir, ele estava bonito
Com uma camisa preta entreaberta
E uma bermuda um pouco amarela.

Ele parecia também ficar me olhando
Algumas vezes disfarçando
Embora com o filme esteja doido
Porque esperou muito tempo ansioso.

Algumas vezes, do filme ele comentava
bem baixinho alguma coisa engraçada.
Quando isso acontecia, ele se aproximava
da minha cara que logo ficava avermelhada.

Quando ele ou eu nos tocávamos sem querer no braço,
A gente congelava escondendo um segredo sagrado
Até que, quase no final do filme, eu pedi licença
Para ir ao banheiro do cinema.

Aí, quando eu sai do banheiro,
eu o vi esperando apoiado na parede com aquele olhar meigo
Que estava me apaixonando cada vez mais em segredo
Que não consegui disfarçar naquele momento.

Eu sorri e perguntei o motivo
Dele estar perdendo seu filme preferido.
Luke disse que para ele eu sou mais importante
Porque ele está se interessando por mim a cada instante.

Ele não quer que mal eu tenha me sentido
Depois do que falamos e de todo o ocorrido.
Eu disse que estava bem e que iria o perdoar
Ainda com um pé atrás por ver que ele queria mudar...

Ele pareceu surpreso, sorriu e me acariciou.
Com um toque sutil e olhar sereno, ele se aproximou.
Foi aí que decidi que daria outra chance
Para qualquer nome que queira dar ao nosso romance.

Senti ternura em seu olhar
Que transmitiu também em cada tocar
Até a hora que eu disse para continuarmos no cinema
Porque ele vai perder as últimas cenas…

Mas Luke hesitou e me surpreendeu
Dizendo que, na verdade, me escondeu
Que desde que "Star Wars" entrou em cartaz, não é a primeira
Vez que o assiste, mas sim, é a terceira.

Eu bati de leve em seu ombro gargalhando.
Então, continuamos conversando e nos beijando
Até uma hora que para a sala do cinema a gente voltou,
Mas tamanha foi a surpresa porque o filme acabou!

9 Episódio: Assumir Ser por Richard Green 

Desenho de maxence Danet-Fauvel




Parte 1


Meus amigos e amigas
Me convidaram para o cinema
Eu até feliz aceitei pela companhia,
Mas nunca confessei o meu dilema.

Quando o filme estava rolando,
Para voltar do banheiro, estavam demorando
A Jane e o Luke que podíamos suspeitar rindo
Que estivessem aproveitando o tempo sozinhos.

David e Amélie estavam juntos assistindo
o filme atentos em silêncio ou rindo
de algum comentário que sussurravam ao outro
e ai, por vezes, não aguentavam e se beijavam como bobos.

Estava Gabriely no outro lado de Amélie
E no outro lado de Gabi, estava Charlie
Que mal deu atenção a ela
Somente olhando a tela.

Gabi estava visivelmente impaciente.
Falava alguma coisa para Charlie entre dentes
Mas ele comentava por cima sem paquerar
Nem no escuro do cinema procurar aproveitar.

Eu no meio de vários casais héteros entre meus amigos,
Eu me sentia sei lá tão sozinho e esquisito
Por não estar acompanhado por uma garota
Já que sexualmente me atraio por outra coisa.

No meu quarto, ao me masturbar todos os dias,
Me excito mais por pênis do que vagina.
Sempre foi assim, mas tento me esconder
Porque tenho medo do que possam fazer…

Para meus amigos solteiros Marc e Jack, finjo
Que estou interessada na menina de trás,
Mas na verdade, é que por Jack eu sinto
Um calor (quiçá amor) que não me deixa em paz.

Eu sinto meu corpo se agitar
Quando discretamente fico a espiar e pensar
Como um jovem negro tão meigo e lindo
Pode me causar só por estar perto um tremendo arrepio.

Quando ele olhava para mim,
Eu imediatamente disfarçava assim
E voltava a assistir Star wars com a estúpida ilusão
De que os personagens masculinos bem que podiam ficar juntos então.

Os filmes em que a maioria dos casais são héteros,
Me pergunto se o mundo está querendo, sendo sinceros,
Me dizer que não devo sentir tudo isso
E por isso, continuo sem olhar para Jack tímido.

Incapaz de negar o meu sentimento,
Na minha frente, teve um dado momento,
Que ele passou se aproximando muito da minha perna
E como queria ir no banheiro roçando um pouco nela.

Estremeci não podendo resistir
De negar querer tocá-lo e sentir
porque ele estava muito na minha frente
Talvez falhei em fingir ser tão indiferente.

Quando o filme acabou, na sala
Ao meu lado, a Gabrielly parecia chateada
Porque Charlie estava com Marc as escadas descendo,
E que o amor dela por ele era platônico já que era o que estava parecendo.

Amélie ao seu lado disse para ela tentar dizer a verdade,
Pois as vezes seu irmão não percebe a realidade.
Jane acha melhor ela ir procurar outro garoto
Porque ele realmente parece ser devagar e meio bobo.

Eu disse a ela que é triste quando quem gostamos
Não parece nos corresponder como almejamos.
Nos sentimos insuficientes e péssimos
Porque queremos ser amados com esmero…

A Gabi me olhou dando um sorriso
Aliviada por entender o que ela está sentindo
E perguntou se eu estou apaixonado também,
Mas eu ri e disse que “claro que não, meu bem”.

As meninas descrentes começaram a se animar
E voltaram a me perguntar…
Eu morri de vergonha principalmente
Porque Jack se aproximava de repente.

Eu disse que de ninguém
E saí rápido de lá nem
Sabendo se o Jack ouviu e percebeu
E se a Gabi com minha resposta se convenceu.

Parte 2

Pego minha bicicleta motorizada
E saio em disparada
Para encontrar meu pai inconsequente
Que acabou de se separar da minha mãe doente.

Luke, meu primo, foi testemunha
E muitas vezes se calou como uma mula
De quando ele a traia,
Já que achava normal quando isso fazia.

Depois de perceber o quanto em sua tia doía,
Luke resolveu dizer a verdade mesmo que seja sofrida,
E minha mãe imediatamente decidiu se separar
Já que essa situação não ia conseguir se calar.

Fui para a padaria pra ele me encontrar
E ele pode me ver e se desculpar
Dizendo que ele não tinha coragem de terminar
E não tinha vontade de continuar…

Eu disse para ele que a mentira
Dói tanto que ele não entenderia
E que talvez algum dia quando soubesse se dedicar a alguém,
Veria como é triste sentir o descaso de quem sempre foi leal e desejou o bem.

De repente, ele olhou para o lado e numa expressão de puro nojo
Parecendo que ao invés de suco de laranja estava bebendo água do esgoto,
Ele desabafou para mim como se incomoda com os beijos do casal da mesa ao lado,
por ser público e por ser entre dois homens então era um pecado...

Ele começou a dizer um pouco alto que deveriam se envergonhar
Por se beijarem na frente de crianças que estavam aqui para almoçar.
O casal respondeu que eles não tem vergonha de amar
incondicionalmente e livremente pelo universal amor aceitar.

Eu pensei que é estranho ele condicionar o amor
e não ver que mesmo numa relação heterossexual (como a dele) não estava imune à dor
e que a felicidade é o que mais importa
e permitir que se expressem livres sem esperar uma nota.

Meu pai com raiva subindo na cabeça,
Estava prestes a fazer uma cena,
E disse: “como estava horrorizado com à Deus o desrespeito,
Mas depois eles iriam ser castigados por não se comportarem direito”.

O casal disse que não estava fazendo nada errado.
Já que amar ao próximo é o que Jesus havia praticado.
Meu pai se levantou pegando no meu braço enfurecido
Querendo logo ir embora para acabar com o burburinho.

Eu fiquei impressionado como esse casal!
Sabiam quem eram e isso falavam de forma natural
E como falavam mesmo o que pensavam.
Desaforo para casa parece que não levavam… rsrs

Ao mesmo tempo, sabia que ele não me aceitaria
Se a verdade eu dissesse a ele, eu saberia
Que infelizmente como ele era um desses crentes rigorosos
Que ele não entenderia meus desejos afrontosos


Peguei minha bicicleta e fui visitar no hospital minha mãe.
A melhor amiga dela, mãe da Amélie, estava lá todas as manhãs
A acompanhando na quimioterapia
Quando eu e Luke estivéssemos na escola numa parte do dia.

Era muito triste essa impotência de não poder ajudar.
Era muito triste vê-la na cama vomitando ou sem ar.
Ainda mais, agora que se separou, ela diz que a abandonou
E que em breve vai morrer porque é o que restou.

Eu digo para ela que ainda estávamos com ela aqui.
Mas ela parece que não nos vê porque mal sorri
Só pensando no quanto a vida dela mudou
Por causa dessa doença que tão infeliz a deixou.

A psicóloga do hospital chegou bem na hora
Que ela começou a chorar e chorar sem demora.
A psicóloga entregou lenços dizendo que ela parecia triste
Porque ela acabou de sofrer uma perda recente em que o pesar insiste.

A minha mãe diz que perdeu seus cabelos,
seu marido, seu emprego e seus seios
E disse que se sente inútil e que o amor de seu marido fosse incondicional,
mas acabou de cair na real.

A minha mãe olhou para todos que estavam na sala
Como se fosse a primeira vez que nos viu impressionada
E calmamente eu e Luke nos aproximamos dela e lhe dei um abraço
E disse que estaríamos com ela lado a lado.

Luke deu a ela na bochecha um beijo
E pediu perdão por guardar dela o segredo
Mas acha melhor ela saber a realidade
Para que ela possa viver mais com quem a ama de verdade.

Com fé e com o carinho da família e das amigas,
Ela pode conseguir se recuperar da quimioterapia
E por isso, a psicóloga pediu para que todos nós ajudemos
a minha mãe Sueli a sentir que é muito amada e que a escutemos...


Saindo da sala no corredor,
Luke disse a mim que é muita dor
Descobrir que o amor da sua vida
Não é eterno como imagina.

A mãe de Amélie, Susan disse: “Sua vida não vai se realizar
Apenas com o sexo oposto casar
Porque o amor e a empatia podem mais trazer
O conforto que a alma sempre quis receber…

Eu disse que o tio tem a sua autonomia, mas também parece viver uma ilusão
Achando que a vida regrada dele vai trazer a salvação
Quando na verdade a parceria, a empatia e amor em questão
Fazem mais falta de serem sentidos para o coração como nessa situação…




Parte 3





Eu a bicicleta dirigindo
E o Luke no banco de trás o vento sentindo,
Fomos até a escola
Já que ia começar a aula.

No caminho, eu perguntei, sem problema
O que houve entre ele e a Jane no cinema.
Ele disse animado que ficaram, mas ainda não estão namorando.
Mas ele gostaria que isso acontecesse porque dela está gostando.

Estacionei a bicicleta e ao entrarmos no colégio,
O Jack apareceu, nos percebeu e Luke cumprimentou.
Enquanto eu trancava a bike, o Luke foi entrando
E Jack de mim cautelosamente veio se aproximando.

Jack perguntou como estava me dando um rápido abraço,
E quando nos afastamos, ele me olhou meticulosamente de lado.
Então, comecei a suar frio porque parecia estar flertando
E então eu retribui o olhar, dei um sorriso e continuei falando.

Perguntei se ele havia do filme “Star Wars” gostado.
Ele sem graça disse que era um bom filme imediato,
Mas gostaria de ter assistido outro que eu também me interessei
E então, eu sugeri que talvez eu pudesse assistir com ele e já ansiei…

Chegamos na sala e já estava lá o professor novo de filosofia
Porque a última pediu licença de maternidade.
Ele chegou dando boa tarde com alegria
E todos foram sentar com solidariedade.

O professor disse que um dos objetivos
Dele é fazer com que a gente se excite
Pela filosofia porque até hoje persiste
Sendo a melhor forma de sabermos que estamos vivos.

O professor colocou o nome dele no quadro:
“Arthur Wood” e ele começou a perguntar o que fazemos no sábado.
A maioria disse que relaxa ou joga bola até que o Philip disse que estuda
E, com os risos da sala, ele chegou a perguntar: O quê? Seria uma ação estúpida?

Ele continua:” O que é a normalidade?
Foucault já tentava refletir sobre a verdade.
Por quê defendemos tanto o que é normal?
Será que há uma relação de poder que nos faz pensar que é natural?”

Ele até disse que Foucault como homosexual,
Ele tentava mostrar como é cultural
Algumas crenças de que o certo/errado
Devessem guiar o cidadão bem educado.

O Jack disse que achava interessante esse pensamento
Para tentar trazer uma ruptura do preconceito
A essa sociedade que ainda reproduz muita violência
Estrutural, física, psicológica e várias outras impaciências.

Quando a aula acabou, eu até tive dificuldade
De assimilar o conteúdo sem pensar na minha realidade.
Então, gostaria de tentar me mostrar com mais auto respeito
E me comunicar me expressando claramente contra o preconceito


Parte 4

Richard vai com sua bicicleta
a uma missão não mais secreta
e assume para Jack ao chegar no cinema
o que sente por ele e seu dilema.

Jack sorri ao vê-lo e disse que ouviu
meu comentário no cinema daquele dia e sentiu
uma grande emoção por talvez poder
ter alguma chance com você.


Jack disse que às escondidas
também atraído por homens sentia,
mas nunca contou para ninguém
por medo de ser julgado também.

Eu disse que acha precisar de tempo
para me assumir mesmo por inteiro,
mas que queria estar com ele com amor
e que está aliviado por poder trocar todo esse calor.


Durante a sessão, sentados num lugar escondido
da sala deram um beijo desinibido
com que pudéssemos sentir felicidade por finalmente mostrar
como somos e um ao outro nos aceitar...


Passados uns dias, quando contei
ao meu primo Luke, eu me alegrei
porque me acolheu como também minha mãe amada
que disse que me aceitava.


Já meu pai não mais fala comigo,
mas com o tempo mais tento ser indestrutível,
mais respeito nossos diferenças de crenças e acredito
que o tempo pode nos surpreender com novas possibilidades,
enquanto isso eu não preciso viver pela metade.

Eu me aceito!
Eu me entendo!
Me amo como sou!
E na casa de Jack agora eu vou!

e quando chegar, eu vou dizer:

Chega de negar o nosso desejo
Por causa do preconceito.
Te amo! E preciso do seu beijo.
Vamos nos entregar por inteiro.

Vamos nos rebelar
Contra quem quiser contestar
Pelo nosso amor mais sincero
Independentemente de sexo.



Sim... eu te amo
Sem nenhum engano.
Cansei do meu amor a ti negar
Por mais valor à homofobia dar.

O amor ao próximo sustenta
A nossa relação isenta
De um padrão para ser válida
E de um modelo para ser aprovada.

O nosso amor é tanto!!
Ninguém imagina o quanto!!
Nossos espíritos não tem sexo.
O amor universal genuíno não tem critério.

Almas enamoradas
E almas contempladas
Causam inveja por quem não gosta do outro feliz ver
E ódio por achar pecado duas almas se querer.

Sim... eu te amo, meu amor!
Sim... eu te amo com louvor!
Desculpe por tanto negar!
Chegou a hora de me aceitar!

A minha homossexualidade
É impossível de ser curada,
Pois não é uma enfermidade
Que possa ser tratada.


Não é uma escolha sentir
por quem sente atração.
Não é uma escolha ser
homossexual como costumam dizer.


É escolha, sim querer assumir
ou não viver se escondendo de si.
É escolha, sim os desejos refrear
ou os medos enfrentar...


A desconstrução do que é o certo
Socialmente deve ser feita com esmero.
O que diminui o sofrimento
é não se ver como alguém cometendo um erro.


Se achamos que estamos cometendo um pecado
pelo que os homofóbicos dizem ser errado,
Nós não nos assumiremos
E por não podermos ser quem somos sofreremos.


Que possamos nos libertar dos nossos preconceitos
Nos amando como somos primeiro
Que só assim vamos aceitar
que o outro também pode escolher como é se amar.


jack concorda com minhas palavras
e decide tentar viver isso a prática
me beijando com todo o amor e carinho
me mostrando que não estou sozinho.


Eu me emociono sem querer
porque estou assumindo ser
eu mesmo ouvindo meu sentinento
e minha necessidade de me livrar desse aprisionamento...

É uma prisão
que enclausura o coração
e quando permitimos deixar a energia fluir
parece que a vida fica mais possível de seguir...

Episódio 10: Retorno do Vilão por Fred Spencer
Desenho por ribkadory https://ribkadory.tumblr.com/

Parte 1

Um conflito entre as bruxas estava formado. 
Uma parte por Morgan comandado
que queria que eu reconhecesse meu erro
e outra parte por Juliet que queria que assumisse o veneno. 

Juliet queria que eu voltasse para a escola 
de uma forma vingativa que eu possa, 
por meio de uma poção, separar as meninas 
que tanto ficaram amigas. 

Já Morgan gostaria que numa poção
ajudasse a tranquilizar o delas coração
para que me fizesse render dos meus erros 
e me perdoassem dissolvendo os meus defeitos. 

Estou confuso quanto ao que eu quero fazer 
qual poção eu utilizo e qual lado escolher. 
Não penso em dizer simplesmente que não me agrada
a possibilidade dessas meninas que me humilharam separá-las. 

E é claro que reconheço meu erro de traição, 
embora por trás não justifica, mas há uma explicação
que gira em torno de quando estudava nesse lugar
em que conheci as duas meninas em que fui me apaixonar. 

Eu sempre fui um cara adepto à monogamia, 
mas não sei explicar o que realmente sentia. 
Parece errado de inúmeras formas, caro leitor, 
mas realmente foi assim como sentia o amor.  
 

Eu conheci Amélie na cantina

em que conversamos Por horas

e ela com toda alegria

 me encantou sem demora...

 

Todo o dia era feliz quando eu acabava com ela falando

e Amélie continuava me encantando

e eu me iludia ao imaginar que com ela ia namorar,

já que ela poderia de mim gostar.

 

 Conheci a Jane na quadra

e eu a achei uma ladra

que roubou minha atenção

assim que trombou em mim e me deu um sustão.

 

 Nos aproximamos naturalmente

e eu me vi um adolescente apaixonado duplamente

Já que nas duas eu gostaria de ficar

e eu não saberia como uma delas machucar...

 

A monogamia era o acordo,

mas meu coração não tinha dono,

 Mesmo que as coisas acontecessem sem querer

Já que era a 1ª vez que me interessava por alguém.

 

Fui levando e levando

e não nego que fui me aproveitando.

Pensei apenas no meu umbigo,

pois isso não foi honesto, legal e amigo.

 

David me olhava desconfiado

Por Amélie estar preocupado.

Então, sempre tentava alertá-la de que eu era estranho e babaca,

mas como Ele não tinha provas ela me defendia e se afastava dos amigos

e eu fui me tornando – como se diz – abusivo,

mesmo que no fundo estivesse constrangido.

 

Teve uma vez que vi Amélie na parede

e David falando para ela perto na sua frente

que ele sentia falta da sua amizade

e dos momentos que conversavam com intimidade...

 

De rir de piadas, contar segredos,

mas agora ela havia os esquecido com o estalar dos dedos.

Amélie olha para o chão e disse que também sentia,

Mas o motivo de não gostar de mim não entendia.

 

Eu me aproximei com raiva de que ele pudesse algo dizer

Já que do seu amor tinha medo de perder,

mesmo que sentisse o mesmo com Jane,

para mim, meu afeto era real, mesmo que o leitor se espante.

 

Eu as amava, mas era de um violento jeito

que não era honesto e feriram o sentimento

Quando as duas descobriram

e de mim no teatro, de forma humilhante, me inibiram, ao ponto que sumir me pediram.

 

Parte 2

 

Agora na escola vou voltar

e tentar me recuperar

o que seja possível do perdão

para conseguir acalmar meu coração.

 

Não sei como vai ser a recepção

e acredito que não boa com exatidão,

mas não tendo de início uma bofetada

já seria bom, isso se não puder pedir nada..

 

Passei pelo portão e vi

A Gabrielly na entrada que desconheci.

Ela tão linda sorriu para mim com interesse e malícia,

Mas percebi que era para provocar Charlie que também vinha.

 

Passei pela cantina, sala do maternal,

 a quadra e logo mais no final

entrei na sala do nada e ouvi um grito,

mas diferente do que achava que fosse sentir, não consegui segurar o riso.

 

Amélia assustada interrompeu o beijo com David

achando estar tendo um pesadelo

porque é uma assombração que voltou

na escola que tanto ela tentou esquecer ressuscitou.

 

Eu ri porque era como se eu fosse um bandido,

um ladrão ou um assassino

Porque apenas fiz algo que reconheço como ruim

e não deveria estar mais aqui assim.

 

David me olhou surpreso e intrigado

 e me perguntou com o olhar atravessado

o que eu vim aqui fazer

e eu disse que voltei como ele pode ver.

 

Jane chegou olhando distraída o celular

e quando olhou pra frente divertidamente eu disse “olá”

e ela se assustou tanto comprovando

que o maior secreto vilão desta história está retornando.

 

Jane gaguejou, viu que Luke chegou,

Sem dizer nada a mim nem a ele o puxou

para fora da sala porque estava ofegante

como uma crise de ansiedade neste instante.

 

Luke sem entender quem Fred era,

pegou um copo de água e disse para Jane respirar (Quem me dera diria ela)

Mas esse maldito garoto voltou

Que foi o 1º que ela amou e a traumatizou.

 

Luke a abraçou, enquanto ela sentia essa reação ansiosa

Que parecia que ela fosse morrer, com um aperto no peito, nervosa.

Ele disse que o seu sentimento compreendia

já que sua necessidade de confiança não foi atendida.

 

Luke disse que não tinha problema

colocar tudo para fora de si mesma

e ele apenas foi um idiota

que não soube valorizar uma joia.

 

Luke deu um beijo na bochecha dela

e disse que ele gostaria de ter uma chance como essa

quando ela pudesse diminuir esse muro

que pode haver entre ela e um amor futuro.

 

Luke a abraçou mais forte

e para sua surpresa, a resposta foi a sorte

de poder beijar seus lábios macios sedentos

de um amor verdadeiro repleto de desejos.

 

Foi um beijo lindo com carinho até o sinal tocar

E os dois voltaram para a sala junto

Pois mais calmos iriam enfrentar

assistir a aula de filosofia com orgulho...

 

Parte 3

 

O professor começou dizendo

que Sócrates tinha um jeito único de questionar,

Mas percebendo que a sala estava tensa e distraída

 resolveu perguntar o motivo dessa monotonia.

 

Ninguém falou nada só me olharam

e o professor intrigado todos me esperavam.

Então, confessei a verdade que me sentia arrependido

Por um erro em que muita gente acabou ferido.

 

Continuei rindo “Está todo mundo com medo de que eu alguém morda 

ou que daqui a pouco alguém morra”.

Amélie pergunta “Qual é o motivo da graça, por favor?”

E eu respondi: “Estou tentando não me levar tão a sério, embora respeite a sua dor”.

 

Amélie disse rindo: “Estamos quites. Você nos feriu com uma faca,

E nós o matamos no teatro em público numa brasa”.

Todos riram menos Jane que precisava algo dizer:

“Você foi tão abusivo que eu não consigo voltar no amor a crer...”

 

E eu disse que realmente me sinto horrível...

Me sinto um ser abusivo, desprezível...

Mas voltei a essa escola porque sentia saudade de morar com minha materna família

Já que estava morando com a minha paterna no Havaí sentindo muita nostalgia.

 

O professor Arthur Wood disse que achava

que Sócrates podia ajudar na encruzilhada

Porque dizia que uma vida assim questionamento

não valia a pena ser vivida já que é um aprisionamento.

 

´E uma prisão o rótulo, o julgamento, o sofrimento de pessoas queridas

 que, por trás, ele vê necessidades que não foram atendidas

e por isso, a gente acaba se julgando e julgando tanto o outro

como se o culpa pelo que sentimos nos deixasse num sufoco.

 

Segundo o professor, Rosemberg entendia que a causa do sentimento

É essa necessidade não atendida e não o estímulo que é o acontecimento.

Então, essa tristeza ou esse desejo, na verdade, tem a ver com nossas necessidades

E quando identificadas e expressadas, conseguimos nos conectar com mais facilidades.

 

Se o foco da nossa conversa é no erro,

Talvez validaremos os rótulos, agressões, comparações e morais julgamentos,

mas Rosemberg sugere que mudemos o foco para os sentimentos

sem avaliarmos esse sentir como certo ou errado, e assim nos conectaremos.

 

Eu disse que me senti confuso porque tinha necessidade de ser amado

E sentia medo de não machucar nenhuma com uma escolha que de fazer me via impossibilitado.

Jane disse que se sentiu triste porque tinha necessidade de confiança

Tanto que do amor chegou a perder a esperança.

 

Amélie disse que se sentiu irritada e frustrada

Porque não imaginava que era enganada

Por quem tanto a cobrava uma lealdade

Mas que não agia conforme a sua verdade.

 

 Eu disse que havia entendido o que elas falaram

E reconheci as angústias que elas destacaram...

O professor disse que Rosemberg elaborou a comunicação não violenta,

Ele sendo um psicólogo que buscava mais clareza nas palavras com impaciência.

 

Como professor agora sugeriu

que pegassem um papel o que a gente riu

Porque o que estava tentando fazer

era uma dinâmica para a gente semelhante pudesse se perceber.

 

Cada um vai escrever um rótulo ou um adjetivo

que acha que as pessoas tem do seu íntimo

e depois de desabafar o que e se quiser, é só colocar

o papel na caixa na mesa do professor sem jogar...

 

O professor acredita que o rótulo

é como uma prisão do modo

como somos e então, propomos

a agir seguindo como estão nos definido.

 

Quando o nosso centro de referência

é externo, a nossa baixa auto-estima

tenta moldar as nossas decisões na violência

com a gente ou com outro como uma sina.

 

Isso para tentarmos ser aceitos

para os outros e não nós mesmos,

Vestimos a blusa do rótulo

e vivemos numa caixa deste modo.

 

Sem perceber nos sentimos inadequados e tristes

Porque o que queremos é nos conectar com o que existe

de mais precioso em cada um de Nós:

a vontade de aceitação da nossa única voz.

 

Susi foi a 1ª escrever no papel “superficial”

Por acharem que Vive num mundo irreal,

ser manipuladora por ter uma opinião,

mesmo que escola esteja agora em mais união.


Gabrielly disse corajosamente e sinceramente que Suzi

A humilhava por ser gorda, "insegura" e “abobalhada”,

Mas Susi disse que, para ela, nao era humilhante pois ela só opinava

 dizendo que a nutrição muito considerava.

 

Susi reconhece que não teve empatia dizendo como sabia, mas a achar superficial

sem reconhecer suas necessidades é surreal. 

David escreveu mulherengo e Assassino

e que estava ressignificando também isso.

 

Charlie escreveu fraco, “menos-homem” e até covarde

Porque não teve muitas relações amorosas como parte.

Luke escreveu “machista” e “babaca”

Porque realmente errou numa época e agora não é nada?

 

O professor disse que é importante validar e perceber

nossos sentimentos por trás do que aparenta ser

 e que ao nos conectarmos com eles parece

que ao menos me julgo como alguém que o aprendizado fortalece.

 

O professor sugeriu que tentassem

Viver verdadeiramente e passassem

um para o outro o mundo distinto subjetivo particular

e descobrissem mais necessidades semelhantes que não poderiam imaginar.

 

Amélie que ainda não foi, pois está difícil escolher,

Escreveu “frágil” e “forte” dizendo ser um conflito no seu conviver:

“toda a angústia por ter que ser forte e toda a alegria quando me sinto triste eu invalido

por julgarem como sentimentos errados como um vacilo”.

 

"No ano passado, eu vivia uma depressão e melancolia

Por não me achar capaz de ser algo nessa vida

Quando conheci Louise me sentir mais confiante e segura

mas não sou imune a alguma angústia."

 

"Louise me inspira a quanto mais me perceber

como autora da vida que estou a escrever,

mais eu sinto a força dos meus sentimentos de crescimento

me impulsionando com alegria e não com vergonha pelas comparações e julgamentos."

 

O professor sorriu e disse que entendia

porque também de tristeza sentia

como Quando os alunos Não prestam atenção

Porque dão mais valor a necessidade da diversão,

 

Luke e Jack estavam gargalhando

e falaram que às vezes zoando

eles falam esses rótulos aos mais íntimos

Porque as vezes queremos evitar ser tão serio com nossos amigos.

 

O professor disse junto com as meninas que aí tudo bem

E até os próprios comediantes o fazem como um bem

E é claro que, mesmo quando escutamos esses julgamentos morais, precisamos respeitar

As diferentes maneiras que as pessoas sabem se comunicar

 

Mas saber que há um jeito que podemos aprender

É um alívio para que possamos melhor nos compreender

E a partir da alegria e do prazer nos sentir mais nós mesmos

Quando nos conectamos uns aos outros com os nossos sentimentos.

 

Essa dinâmica fez muita gente se emocionar

E até mesmo, mais aliviada com compreensão, se abraçar

O sinal tocou e o professor disse que estava produzindo

um curta metragem para um festival sobre isso.

 

O professor, então, perguntou se os alunos gostariam de ajudar

e a maioria afirmou gritando e celebrando sem disfarçar...

O professor sorri, se despede e diz que conseguimos vivenciar

Conceitos de Nietzsche, Kierkegaarg e Buber hoje sem planejar.

Parte 4


Gabrielly inspirada na aula, mais ensimesmada, cansada de se iludir, 
no intervalo, foi conversar com Charlie sobre o que o faz sentir 
já que de fato ela, as vezes, se confunde 
Com o que ele quer com ela e o porquê que ele relute. 

Durante as conversas no intervalo, 
era um tempo que eles mostravam ter apreciado
E Gabriely se questiona se há algo a mais  
e senão, ela pode gostar de outro cara pois é capaz. 

Ela disse para esperar e ele a olha sorrindo,

a comprimenta e ela direta pergunta o que está sentindo.

Charlie não entende, gaby olha para o chão com vergonha,

charlie pareceu entender, mesmo que divagar, e disse: “disponha”.

 

Charlie disse que gosta dela, mas ele não se sente preparado

para de uma garota ser namorado.

Gabrielly pergunta se é isso ou se ele não quer admitir

que não gosta dela e, se for, ela prefere a verdade do que o faz sentir.

 

Charlie se aproxima, a acaricia no cabelo,

ele diz que exatamente por tanto amar seu jeito,

ele tem medo de não ser o cara que precisa

e se um dia a magoaria e frustraria com seus expectativas.

 

Gabrielly fecha os olhos sentindo seu carinho abrindo

Diz que também sente esse medo mas quando o vê sozinho,

ela sente uma vontade de se aproximar maior do que o receio,

mas é frustrante quando ela tem que mantê-lo guardado no peito.

 

Charlie então se aproxima da sua boca

com Desejo de tocá-la e sentí-la toda,

mas eu apareço e interrompo o momento dizendo

que não vale a pena insistir em quem só quer o seu beijo.

 

Charlie irritado disse que eu não tenho moral

para dizer isso depois do que eu fiz que machucou geral.

Mesmo assim eu tinha uma opinião

Porque se você não quer assumir, não ilude mais o dessa menina coração.

 

Gabi pareceu concordar que prefere beijar com compromisso,

mas incomodou por eu achar ter o direito de ter interrompido isso

já que o mais Importante é eles escolherem,

mesmo com os consequências para eles resolverem.

 

Eu disse já saindo ao corredor “ok! Gaby, depois não diga que não avisei”

 e olhando de costas completei “ E não ache que não pode haver outro de olho em você”.

Charlie se irritou parecendo uma afronta com sua presença

E pergunta nas minhas  costas desde quando para beijar precisa assumir uma sentença.

 

Gaby se surpreendeu com comentário,

franziu a testa e disse que não vê como arbitrário

o beijo porque ela aprendeu na sua evangélica igreja

que deve haver amor enquanto se beija.

 

Charlie franziu a testa e disse não concordar

já que ele se permite o momento vivenciar

e o compromisso apenas uma  consequência possível,

mesmo que o beijo tenha sido incrível.

 

Gabi se entristece pois percebe que são tão diferentes

que mesmo gostando dele acha que terá que seguir em frente

Já que ele não suportaria também essas exigências que a igreja

impõe na vida e ele vai tentar esquecê-la mesmo que sua sina seja.

 

Parte 5

 

Os meninos vão ao futebol jogar

E, no vestuário, Charlie para David foi perguntar

como é para ela namorar,

se não dá vontade de com outros ficar.

 

David disse que nas 1ªs semanas,

a gente fica muita apegado em chamas

e não dá vontade, não, mas com as dificuldades

fazem a gente só se questionar na verdade.

 

David disse que a gente está numa idade de experimentar

então se não amar, não dá pra Namorar...

Amar incluindo nos piores momentos

entendendo que é normal termos diferentes sentimentos.

 

Charlie pergunta se ele acha errado beijar sem compromisso.

Davi disse que depende do que significa isso

para quem se beija mas para ele não é errado

Porque sentir prazer é uma necessidade como qualquer Outra, é algo por ele almejado.

 

Luke disse que isso foi um conflito para mim de muito tempo

mas aprendeu que beijar por prazer sem consentimento

te faz não sentir satisfeito porque quando o prazer é só seu

é angustiante pensar que uma violência cometeu.

 

Jack disse que a não ser que seja uma fantasia sexual,

Algo consentido, visceral e animal

Porque não vê problema em quem gosta

De ser amarrada e excitada numa corda.

 

David riu e disse que admira a mudança gritante

de Luke e Por isso é algo impressionante,

Quando você percebe que até o Beijo pode não ser prazeroso

não podendo forçar um amor, se não for espontâneo e gostoso.

 

Richard diz que agora que o Jack sabe que o amo

é maravilhoso poder sentir o prazer sem esconder nenhum dano,

mesmo que seu pai a sua homossexualidade não aprove,

ele sabe que quem ele é não é nada que alguém se apavore.

 

Jack sorri e Dá Um Beijão em Richard distraído

e os caras fazem alvoroço entusiasmado e suspiros.

Rindo Charlie conclui que acha o prazer

difícil de entender mas que além do certo e errado é só sentindo para viver...


Eu saí da cabine do banheiro apertando a descarga


Assustando todos que não sabiam que no local estava

E sendo direto perguntei o que fará com Gabrielly, pois ela só beija por amor
para ele não ser babaca de fazer o que for.


Charlie irritado disse para eu não me meter
entre ela e ele que eu não cheguei e falei sem saber
e que é claro que eles não dariam certo juntos, 
Pois são pensamentos diferentes de opostos mundos. 

Charlie pergunta pela preocupação:
"Por quê mal chegou e já sente por ela compaixão?"
E eu disse que não era apenas, mas que quero tentar com ela namorar, 
se ela quiser e se ela estiver aberta sem um embuste esperar... 

Charlie irritado mais ainda disse que ele não era um embuste
porque não se sente preparado para ter um relacionamento nem estrume 

e ela fica com quem ela escolher,
mas Jack pergunta abraçando as costas nuas de Richard trocando de camiseta: "E o prazer?" 

A maioria dá risada menos eu e Charlie que diz: " eu consigo 
superar a Gaby, pois a verdade é que não é comigo 
Essa coisa de namorar (não queria confessar),
mas eu não quero com nenhuma assim me disponibilizar".  

Charlie diz que simplesmente não entende 
ter que se relacionar apenas com uma pois se sente 
preso em sua liberdade e Luke diz que se a quer de verdade, 
é uma situação boa tê-la de corpo e alma com cumplicidade. 

Jack diz que se prefere

relacionamento aberto 
é direito seu, mas que seja sincero
e pode ver se ela adere. 

Todos rindo menos eu, mas voltam a seriedade 
quando Charlie senta no banco, sem muita animosidade.
Colocando o tênis, diz que vai conseguir esquecê-la.
E eu disse que não vejo a hora de tentar conhecê-la. 

Charlie diz que não quer julgar mas para eu nao trair,
pois é uma grande amiga dele e não quer que eu a faça ferir.
Charlie diz que não sabe quais são as minhas reais intenções,  mas furiosamente 
se levanta dizendo que se brincar com ela como já aconteceu a gente ia brigar de frente. 

Richard diz: " isso porque você disse há um minuto 
que vai tentar a Gabrielly esquecer".
Todo riem menos David e Charlie que dizem se perceber
 preocupados de verdade

Com o que eu possa fazer 

contra a Gabrielly que não estava na escola quando eu trai Jane e Amélie para toda a cidade... 

O treinador chamou todos para começar 
o treinamento para o campeonato no Maranhão que vai juntar 
várias escolas da região para decidir o melhor time 
e homenagear o futebol que as pessoas tanto gostam de assistir o ringue. 

A cidade vai assistir os jogos e pode ser a minha chance 
de mostrar a Gabrielly meu talento e meu alcance. 
Saímos do vestuário entusiasmados 
e com vontade de jogar animados.

A Susi na porta não disfarçou que estava ouvindo o que a gente tava dizendo 
Com a sua amiga Jennifer estavam se escondendo. 
Susi disse zoando que entendia meu lado
e também preferia ficar sozinha e me concentrar no meu estudo e trabalho. 

Já a Jennifer, mais próxima de Amélie e Gaby, ao seu lado não riu 
e disse que ela vai contar o que ouviu
já que Gabi merece saber que o Charlie a deixou para ficar 
Com outro sem ao menos lutar... 

Charlie a ouviu desvalidando seus sentimentos, mas sem saber o que responder ficou mudo, 
enquanto as duas iam embora pelo corredor escuro. 
Charlie sabia que parecia que era isso o que tinha acontecido, 
mas eles não combinariam e vê-la feliz era o que fazia mais sentido. 

Charlie ficou desconcertado como nunca vi, 
lembrou dos lábios dela, foi inevitável não sorrir,
mas rejeitou a lembrança porque eles são de polos diferentes. 
Ele é um ateu e ela uma crente...


Por mais que sejam também rótulos, 

esses escondem uma perspectiva de vida como um modo

de tentar entender a morte e a vida, 

que são diferentes dos tipos de rótulos depreciativos que nos desanima. 


No final do jogo, o treinador disse que vai haver, antes de jogar bola,

nesse final de semana uma festa de início da competição para fazer

todos os alunos interagirem que é mais Importante que vencer

mas que essa vitória é essencial para elevar o nome da nossa escola.

 

A festa começou e eu fui procurando

a Gabrielly que estava com Jane e Amélie dançando.

Quando me viram, a Jane estranhou eu me aproximar

E Amélie zoando falou para a Gaby cuidado tomar.

 

Eu disse que já fazia muito tempo

e agora estou tentando viver um outro momento.

Gabriele disse que me entendia para o estranhamento

Das 2 amigas que veem a Gaby indo dançar comigo por um momento.

 

Luke e David também foram dançar com as amigas

e eu entendi que Gabrielly não Queria ficar sozinha

e me vê como uma forma de tentar

esquecer o Charlie que a fez de trouxa sem seus sentimentos considerar.

 

Gabrielly de relance viu o Charlie que ao nos ver

se sentiu incomodado sem compreender e foi até o fundo do salão se esconder

e eu perguntei se é isso o que Pensava e ela disse que não

Porque eles perceberam ser diferentes e ela era livre para dançar e conhecer Quem ela bem entender.

 

Eu disse que estava muito interessado de uma forma que me intriga

e me Animava ela me dar uma chance, mesmo que seja por querer ou por birra.

Notei que ela olhava muito para o fundo do salão onde ele parecia se direcionar

Mas não deixei isso me abalar...

 

Eu disse a ela que estava ansioso para ver

Até onde esse lance ia acontecer,

 mas que se ela só beija com algum compromisso

pode ter certeza que eu Queria como namorada e talvez mais que isso.

 

Ela supresa sorriu e me abraçou mais forte

E continuou dançando com a sorte

de perceber tocando uma das suas músicas de Taylor Swift favoritas

e na frente de todos me deu um beijo sem se preocupar em parecer oferecida.

 

Ela sentiu vontade de me beijar

e eu feliz em responder seu desejar

 e beijei os lábios que Charlie tanto Queria

Enquanto Jane e Amélie nos olhavam com desentendimento,

Mas, lembrando do discurso do professor, tentavam, mesmo sem saber se podiam confiar em mim preocupadas com sua amiga, me ver numa caixa que se abria...

Eu até as entendo, pois digamos 

que eu no meio da batalha que comentamos 

entre as bruxas Juliet e Morgan havia uma tropa

de cada lado querendo que eu seguisse uma rota.


Pois então, para evitar que uma guerra se estourasse

no mundo bruxo e completamente o prejudicassem

resolvi tomar as duas poções 

e ceder às duas alegações. 


Eu confesso que não foi difícil porque queria o mesmo:

me satisfaria fazer os dois desde o começo. 

Então, voltei como um amigo arrependido

que realmente estou de ter traído. 


Mas é claro que estou conseguindo aos poucos separar

as amigas que riram tanto às minhas costas a me humilhar. 

Estou disposto a não manipular, pois estou interessado 

em Gabrielly mas não diria que não tenho um propósito pensado. 


Como disse, é para a harmonia do mundo das bruxas se estabelecerem, 

já que todos eles já pediram favores a elas e agora elas precisam restabelecerem

com as suas necessidades também sendo atendidas

assim como eu tenho a de amor com Gabrielly, uma doce, inteligente e linda menina...

Comentários

Sacha moser disse…
Que série maravilhosa bem seu estilo marcante e profundo que mostra todo seu ser em completa harmonia e sinceridade. Um texto para ser lido e relido com muito esmero e dedicação,pois seus textos tem um som de mar que envolve todo o ser num samba alegre e virtuoso que nos faz reviver. Belissimo texto,afinal seus textos 3stao cada vez melhores