Reino Sagrado Transcendental



A Lua canta uma solidão
Que massageia o coração.
A chuva derrama uma saudade
Que passeia pela cidade.

O Sol é sereno e pleno
Que abraça meu corpo inteiro.
Procurando estar bem comigo,
Levito batendo as asas do meu Espírito.

Meu Espírito se liberta
Do corpo deitado na coberta
E sai voando sob os fios elétricos,
Litorais, desertos e prédios.

Meu Espírito viaja livremente
Com o próprio desejo da minha mente
Que é extremamente inteligente
Me mostrando a vida eterna além do corpo deficiente.

Corpo deficiente pela materialização
E pela agonia predominante no coração
Que, às vezes, a dor me faz esquecer
Que esse corpo é apenas uma das chances de aprender.

O amor se faz vivo
Em meu Espírito
Levitando
E se libertando.

Eu bato os braços e consigo voar
E chego a realmente me emocionar
Por pintar o céu com meus dedos
E por dançar no mar sem meus medos.

Sem ser reconhecida, me encontro
com gaivotas e gaviões, pois não mais me escondo.
Vôo na velocidade dos meus pensamentos
Que agora estão acelerados pela emoção dos momentos.

A coragem é despertada
Que estava aprisionada
Pelo enorme medo aprendido
Diante de tanto terreno perigo.

Eu continuo batendo as asas,
E me surpreendo com as fadas
Ao meu lado me convidando para um lugar
Onde elas vão para se refrescar.

Empolgada por conhecer uma nova cultura,
Eu logo topei encarar essa nova aventura!
Pela minha alma com a delas em conexão,
Fomos a uma cachoeira em outra dimensão.

É uma cachoeira com água cristalina
Onde elas cuidavam como uma filha.
É um lugar tão sagrado para as fadas
Que podem descansar de quaisquer ameaças.

Essa cachoeira paradisíaca
Despertou em mim uma faísca
Para me aventurar e sobrevoar em cada canto
Desse reino de pleno encanto.

O rio era tão grande abrigando animais diferentes.
E o amor era tão grande abrigando pessoas decentes.
O respeito, o amor e a solidariedade nesse lugar
São os pilares como um frívolo respirar.

No Reino Sagrado Transcendental das fadas,
A luz do Sol deixava as águas
num azul tão claro e límpido
Que chegava a extasiar de tão lindo!

As fadas fizeram um círculo ao redor da cachoeira
Para fazer uma oração ritual em louvação e gratidão na manhã inteira
Pela cachoeira tão rica de luz celestial
Que as revitalizavam em toda visita carnal.

Sempre que iam e vinham de cada trabalho terrestre,
O banho nessas cachoeiras as ajudavam como o amoroso Mestre
A trazer paz à alma em expiação
E paciência para passar por cada situação.

Agradecida, continuei batendo minha asa,
Atravessei a atmosfera, observei na Lua a Terra maravilhada,
Ouvi uma voz que arrepiou todo o meu ser
Que é a de Deus de que ele nunca deixava de me ver.

Deus disse que a amorosidade
Que agora na minha alma invade
Deve permanecer, quando encarnada também, em cada fala, ação e emoção
Porque o amor e a razão me protegerão nas provas de cada encarnação.

Deus me disse que as fadas
Me presentearam com asas
Para que nesse momento, eu sinta a serenidade
Ao perceber nitidamente a minha espiritual realidade.

A desmaterialização
É um processo gradual em cada encarnação.
É complicada num primeiro momento.
Mas depois, só haverá agradecimento.

Deus me convida
Para que, voltando à minha atual corporal vida,
Eu não esqueça da cachoeira paradisíaca que me move
Em cada momento de pleno amor que de luz me envolve.

Vagarosamente, eu volto para a minha cama
Porque há uma missão nessa vida que me chama.
Meu Espírito encarnado deitado na cama agora vê pela janela
A Lua onde, num minuto atrás, eu estive nela...

Isso me faz pensar
No quanto tudo pode mudar...
Isso me faz não mais me desesperar
Porque, com o tempo, tudo vai se ajeitar...


Pinturas:
(1) @Hemid_peace- França, Monaco. 
(2) moonlight sonata photograph by marta nardini - Itália
(3) Meghan Howland - USA, Massachusetts
(4) Raduga, Paintboy (Rússia)
(5 e 6) Josephie Wall (Inglaterra)
Espero que tenha acertado os autores. Se errei, por favor, me comuniquem.

Comentário: poesia feita a partir de sonhos que tenho,bem às vezes, levitando. Mas nunca meu espírito fez tal viagem. Eu dei uma intensificada de acordo com minha sensação ao escrever o poema. Tentei me inspirar no poema liberdade de Pégaso para escrever porque queria fazer oitra poesia transcendental. As pinturas foram colocadas depois de eu ter escrito o poema.

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