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Barco à Deriva

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Vejo um barco parado no meio do mar como o meu eu desanimado sem vontade de continuar. É um barco sem motor, sem bússola nem âncora prestes a se inundar de dor seja aonde for que corra. Ele pode ir para qualquer lugar pela força do vento que continuará parado sem conseguir se deslocar com o mesmo sentimento que o adoecerá. O barco à deriva permanece E num pesar cultural se enfraquece aos olhos daqueles velozes que passam por ele mais "fortes". Os outros barcos o olham e seu motor quebrado reprovam dizendo que é um incompetente, fraco e incapacitado vivente. Eles veem a vida como uma empresa por não entenderem a não lucrativa tristeza do barco na azulada imensidão do céu e do mar na depressão. O barco sem empatia e autenticidade fica à deriva se desconectando da interna e humana energia da vida, que o faria escolher por si mesmo ligar o motor e fazer as coisas sem obrigação e mais amor. E assim ele está por aí nesse momento como o bar

Ao Som do Tango

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O olhar profundo e intenso  Revela o segredo do desejo. Dois corpos despertam a paixão Com o fogo incandescente da sedução. Embalados por faíscas e chamas, Dançam em cima de suas camas Compenetrados nos passos à beira de beijos e amassos. Eu os vejo deslizando pela cama numa euforia, E percebo que não é deles; é minha a fantasia Porque sou apenas um solitário bandoneonista que toca um instrumento E que deseja não mais tocar e sim, dançar em sua cama neste momento.... Beatriz Nahas Essa poesia foi feita para interagir com o soneto de Sonia Azevedo que é uma amiga de muitos anos do Recanto das Letras. Link: https://www.recantodasletras.com.br/sonetos/7035843

Sara Punida

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Sara Punida ( prosa poética/ conto) Sara tenta esquecer o que aconteceu, mas não é possível porque as lembranças estão na sua mala como roupas amarrotadas. As roupas dão indício do que fez e de onde esteve. Mas a mala está trancada. Ninguém pode saber... Sara não contou diretamente para ninguém o que aconteceu por puro receio do que pudessem dizer. Com certeza, a julgariam e não a entenderiam, mas é a verdade: Sara viu a morte... As roupas dela estavam encharcadas de angústia ou culpa. Sim... Seria possível?! Podem-se dizer que as roupas dela estavam encharcadas do sangue que escorria do seu braço auto-mutilado, violentado, punido por agir... Afinal, quando errava, merecia ser punida... Tão insuficiente assim não queria mais viver... Mas Sara só conseguia ver que estava encharcada de angústia ou culpa. Sara tentou se matar e chegou a ver a morte de muito perto. Ela guardou no armário do seu quarto escuro seu segredo numa mala trancada pela vergonha de confessar seu desejo de se matar.

Quarto Escuro

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O quarto escuro me convida a falar de frente em frente com a grandiosa ferida que abri na minha mente. O cobertor me abraça para eu chorar nele todinho me mostrando não estar sozinho quando minha ferida ataca. O travesseiro me vigia quando minha mente sentia vontade de literalmente sumir, pois ele a faz se ouvir. O quarto escuro em que escuto vozes pesadas contra meu mundo se transforma num quarto mudo. E passo a ouvir o escuro do silêncio de poder me ouvir por um tempo como se me queimasse num incêndio, mas estivesse viva por um momento... Eu tento transformar na minha mente o quarto escuro na minha frente como se fosse um novo quarto, mas, às vezes, é em vão porque há um buraco no meu coração... 

Boneca numa Bolha

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Me sinto pesada como se fosse culpada de tudo o que as pessoas sentem com algo que fiz e que elas lamentem... Qual é o meu lugar? Eu quero respirar. Posso fazer escolhas? Me sinto em bolhas. Me sinto numa caixa da loja, numa bolha por me tornarem uma boneca sem opinião. Me sinto presa na prateleira sem escolha, por porcelanizar e plastificar um coração... ´E triste para mim carregar a impossibilidade de me entregar às minhas decisões que beiram às preocupações... Se me veem como uma boneca, eu vou deixar cair a peteca, não mantendo pelo desgaste psíquico contato com quem se comunica assim comigo. Por favor, não me vejam como uma boneca negando minha escolha se matando ou me julgando por ela, Pois isso me faz sentir numa bolha. 

Futuro Amor

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Quero falar com você, Meu amor futuro que ainda não encontrei. Tenho muito amor para lhe dar. Tenho muitos sonhos a cumprir. Antes que aja para se matar, saiba que estou esperando nosso encontro. Mesmo que demore, Estarei te esperando... Mesmo que acabemos amando e, muitas vezes, nos machucando com umas ou outras coisas, umas ou outras pessoas, tudo vai valer a pena quando nos encontrarmos e dermos nosso primeiro beijo... Por isso, te peço paciência e... Me espere... Terceira poesia surrealista clássica feita a partir dos fundamentos do "Manifesto surrealista" do André Breton.  Não foi inspirada na música abaixo, mas escrevi a poesia acima escutando a música que acredito que tenha uma atmosfera linda como música de fundo realmente.  Esse é um cover da música "From this moment on" da cantora Shania Twain. 

Quero Ser

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Foto abstrata de Josh Adamski Quero ser uma poesia Para poder tocar seu coração. Quero ser uma melodia Para te envolver numa paixão. Quero ser o sol Que toca em ti mesmo distante. Quero ser um girassol Que faz você sorrir radiante. Me sinto como uma chuva que não pode cair Ou como um dia sempre nublado. Como uma amiga continua a insistir Em me ver cada vez mais de lado. Quero ser a música agora Que acaricia outros ouvidos! Me valorizarei indo embora Evitando mais choros repetitivos. A chuva e o sol se encontrarão Num arco-íris no meu coração. O encontro será no instante em que eu achar Um amor forte o bastante para durar... O arco-íris fará valer a dor De cada passado amor... O arco-íris iluminará mais a minha vida Já por mim mesma bem iluminada e aquecida… A poesia foi inspirada na música "Quisiera Ser" do RBD. Eu amo RBD. Meu blog não seria meu blog se não tivesse músicas do RBD. Tem várias poesias que já fiz inspirada nas músicas da banda por esse motivo. Quero

Fuga

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Segunda Poesia Surrealista Clássica.  Vontade de fugir para qualquer lugar Sem precisar Ninguém culpar Nem me refrear. Vontade de partir Inteiramente sozinha, Sendo a sombra a minha companhia. Imagino um lugar branquinho.   Fantasio um lugar completamente novo Em que vozes falam comigo. Seriam vozes de árvores altas e esbeltas? Seria a voz de uma árvore seca, pequena e ovelha negra? Seriam vozes das pedras pretas e rígidas? Seria o som das gaivotas livres voando no céu? Seria o som do meu eu perdido? Se assemelha a uma voz interna Ora baixa ora alta, Ora fina ora grossa, Ora livre ora presa. Estou a procura da minha voz por aí… Estou a procura do silêncio sonoro de um ser indefinível.   Foto de Josh Adamski 

O Soldado George - dueto 5 com Rômulo Reis Oliveira

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Ele virou as costas para o inimigo Em meio a um massacre sangrento Carregando duas crianças puras consigo Em contraste com o cenário violento. Ele com o seu gesto nobre de amor Que expressou pelo seu semelhante Mesmo num ambiente de puro terror Salvar alguém foi mais importante. Numa guerra ferozmente impiedosa, Em que se contabilizava inúmeros assassinatos, Surgiu uma íntegra alma bondosa Tão humana nos seus grandes atos. O soldado George fez diferença Mostrando na batalha ser mais forte Preservar a vida foi a sua sentença Muito maior que o desejo de morte. Uma gota de sangue foi poupada Pelo Soldado George neste instante Em que a humanidade foi recuperada ao se sacrificar em nome do futuro adiante... Rômulo Reis e Beatriz Nahas.

Limpa

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Poesia Surrealista Original  A água acaricia meu corpo. Meu corpo acaricia a água. Nos tornamos um. A água limpa e alastra minha pele como o amor. A pele respira... Toco-me Em todo o meu corpo Sem vergonha Desde uma ponta a outra Até que chego no meu rosto. Meu rosto se ergue para trás. Recebo uma chuva de água na cara. Passo a mão pelo meu rosto todo Até o momento que descubro um mundo novo. Tampo com minhas mãos meus dois olvidos. Ouço uma cachoeira dentro de mim. Parece até que escuto dentro de uma concha. É um barulho que me lembra o mar. Me transporto para lá por alguns segundos. Me sinto limpa.

9 Lágrimas

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Idelvan Reis Oliveira (Brasil, Maranhão) Menino tristinho deixa cair de fininho 9 lágrimas escondido do seu pai que o havia proibido. Menino com o rosto avermelhado percebe seu pai irritado porque "não é uma menininha extremamente fraca e bobinha". Menino exausto de manter-se falso na presença paterna que impunha uma rigidez interna. Aos poucos, o menino acostumou a ter um coração que congelou já que só sabe sentir raiva em agressões e baixas palavras. Menino raivoso se definiu monstruoso como um rótulo cristalizado para carregar ao seu lado. Até que num dia, o menino chorou mais 9 lágrimas sendo o maior milagre das lástimas porque não pôde deixar de se emocionar, quando viu seu pai com o rosto vermelho de tanto chorar... Comentário: Essa poesia foi inspirada no desenho acima. Fazia tempo que não escrevia em cima de desenho. Esse desenho é lindo, profundo e comovente. Página de Idelvan Reis Oliveira, o desenhista:  https://www.facebook.com/

Dilúvio de Amor

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Sinto o amor a transbordar em vontade de me aproximar Para lhe dar uma margarida, acariciar e adoçar a sua vida. Nas minhas costas, nascem asas depois de tanto desejá-las da minha casa para ir voando até a sua janela, se me desse uma chance de entrar em sua vida por ela. Eu sinto meu coração transbordando de paixão como um dilúvio após uma brusca chuva inundando tudo ao som de uma música. A música me faz companhia enquanto vou voando com valentia para concretizar meu amor se me deixasse te tocar aonde for. Adoraria entrar pela janela e te beijar com todo o meu amor até o Sol raiar. Numa doce entrega, resumiria minha visita e se realizaria um grande sonho da minha vida. Bato na sua janela fortemente, mas as cortinas não se movem na minha frente. Lágrimas impedem minha visão pelo silêncio desta fria humilhação. Bato na janela outra vez parecendo uma insensatez já que não há respostas de quem amo. Então, para quê eu ainda te chamo? Da sua janela, te digo que seus olhos penetrantes in

Embriaguez Romântica - dueto 4 com Rômulo Reis

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Pintura de Christiane Nahas (Brasil, São Paulo) Dueto por Rômulo Reis e Beatriz Nahas Nesse momento agradável contigo Na praia que contemplamos lado a lado, Você é como um vinho e um abrigo Ao meu coração embriagado. O horizonte nos faz refletir Nossa pequenez diante do infinito Anunciando a noite que está por vir O Sol se vai num adeus tão bonito. No balanço das ondas do mar Navega livre o final de tarde Num bramido harmônico a entoar A bela canção que nos invade. O oceano beija a branca areia As nuvens abraçam o azul do céu O cenário naturalmente anseia Nos enrolar no mesmo véu. A montanha acaricia o mar Enquanto a noite vai chegando devagarinho. A areia pede à montanha para namorar. Testemunhamos o amor natural no nosso cantinho. O vinho apreciado nos deixou delirando Assim como o amor que nos enlouquece. O amor está na natureza nos rondando Inspirada pelo nosso amor que nos fortalece. O nosso amor quebra a nossa timidez E nos en

Sombra

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Foto original - Beatriz Nahas  A sombra me acompanha  Por cada passo. A sombra me assombra No ritmo do compasso.  Caminhando e levando a minha sombra num sol de verão, eu começo a reclamar angustiada com a situação: "Sombra, para de me seguir por onde ando!!! Você me assombra em qualquer canto." A sombra não foi e nem vai embora!! Está comigo até agora! Vejo o chão e ela está lá escura  e eu me sinto tão imunda...  A sombra no chão representa a sombra na alma que lamenta repleta de medos, inseguranças, dificuldades,  traumas do passado, raiva e ansiedades.  A sombra, mesmo que não queira assumir,  carrega um desejo de querer sumir e todas as vozes amargas do passado assombram o meu eu fragilizado.  Onde quer que eu vá, sei onde está a luz porque a sombra delimitada me seduz na forma do meu eu que no chão me faz ver o que há no meu dúbio coração.  Se a nego por só a luz querer ver, sei que numa ilu

Primeira Cartinha a Você

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"No papel, peço ao céu a oportunidade de te amar que seja possível a gente se encontrar entre lábios e segredos, entre bochechas e momentos, entre narizes e sorrisos, entre línguas e risos... Escrevo meus sentimentos enfrentando os meus constrangimentos que me fizeram não conseguir te dizer até hoje que eu amo você. Quem me dera eu não temer te mostrar E não mais esconder numa amizade esse desejo de amar... Eu coloco esse poema num envelope E escrevo o seu lindo nome, Mas o meu nome você vai descobrir no tempo certo Porque eu sou o seu admirador secreto."

Segunda Cartinha a Você

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Durante o intervalo da escola, os meninos jogarem bola vi que você ficou observando com várias amigas num banco de torcida conversando. Você parecia estar emocionada com minha última carta-poesia enviada e pensando com as meninas cismada quem poderia ser a pessoa por ti apaixonada. Eu fiz um gol como uma maneira de confessar Que sou eu quem gostaria de te namorar... Será que você percebeu Ou só o time que ao me ver tão determinado não entendeu O porquê transformei um jogo comum de intervalo Num emocionante jogo decisivo de campeonato... Depois do time, você como minha amiga pelo gol me abraçou animada Mal sabendo que essa foi a resposta pela qual estava tão interessada... BBC.com

Não Volto

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Tanto por nós sofri e insisti  Que agora que desisti Você volta carinho querendo,  Mas eu não volto nem fudendo. *desculpe. Primeiro poema que coloquei um palavrão. Não tenho o costume. Mas acho que o contexto deixa...   

A Fada e o Gnomo - dueto 3 com Rômulo Reis

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Dueto por Rômulo Reis e Beatriz Nahas Havia um pobre gnomo solitário  Submerso nas águas da solidão. A tristeza se estendia no horário.  O desespero penetrava o seu coração.  Como um vulnerável castelo de cartas  Foi o apogeu do seu reino encantado  E da desolação ficaram-se as marcas  E apenas ruínas haviam sobrado.  Assemelhava-se a um edifício desfeito  Que caído jamais se levanta.  Sentia um grande aperto no peito  E um gigantesco nó na garganta.  E em meio ao caos estabelecido  Conformado com o cenário do nada  Eis que aparece num bosque perdido  A figura ilustre de uma bela fada. Ilustre era como o Gnomo a olhava.  A fada não tinha nada de madrinha.  Haviam momentos que também se chateava E nada era possível ser feito com uma varinha.  Salabim... salabim... A fada em vão Tentou pela magia serenar seu coração, Mas, depois de um tempo, não mais se assustou Quando a tristeza a pedia para ficar e enfim chorou...

Sinal de Vida - dueto 1 com Rômulo Reis Oliveira

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(versão original) Querido amigo, Eu estava tão pra baixo  E me sentindo tão "deprê" E de forma inesperada  Eu conheci assim você.  Eu estava assim tão só  Enrolado num grande nó,  Mas sua amizade genuína  Foi o ponto de partida,  pois deu-me um sinal de vida  Desalinhando a minha ruína.  Querida amiga, Eu também estava triste Deixando debaixo da coberta  O sinal de vida que persiste Em caminhar pela estrada certa Aprisionada nos meus medos. A alegria escapava entre os dedos, Sem a esperança que agora nos refrigera,  Assim que simplesmente decidi E, de vez então, me abri Para essa amizade sincera. Referência: Poesia linda demais feita com o brilhante poeta do Maranhão chamado Rômulo Reis Oliveira que é meu novo grande amigo em que nutrimos uma amizade genuína e pura como a água. Muito obrigada, Deus, por poder me encontrar com ele com quem pretendemos fazer mais interações poéticas juntos. Essa poesia foi feita completamen

Diálogo entre um Amigo e uma Amiga - dueto 2 com Rômulo Reis Oliveira

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(segunda versão) Querido amigo, Quando eu estou tão pra baixo E me sentindo tão "deprê", de forma inesperada eu me lembro assim de você. Quando estou assim tão só Enrolado num grande nó, a sua amizade genuína me inspira como um ponto de partida Dando-me um sinal de vida E despertando-me da minha ruína. Querida amiga, Quando também me sinto triste, lembro de você e vejo debaixo da coberta O sinal de vida que persiste Em caminhar pela estrada certa que as vezes aprisiona os meus medos E a alegria que se escapa entre os meus dedos. Com você, a esperança em mim se refrigera A partir do momento quando simplesmente me permiti e decidi A, de vez então, me abrir Para essa amizade sincera. Referência: Essa segunda versão foi feita a partir da poesia anterior em que foi uma interação com o poeta e amigo Rômulo Reis Oliveira do Maranhão.