Vindo Das Cinzas







Do pó ao brilho a transcender,

Do morrer ao renascer,

Do fim ao recomeço adiante,

Do passado ao instante...



A fênix renasceu das cinzas

como eu que me via em ruínas

e transcendi reencontrando-me ao sondar a fumaça

que exalava do meu corpo em plena brasa.



A culpa me enclausurava no passado.

A agonia incendiava um eu amortificado

sem forças por olhar tanto para fora com mais valor

em detrimento do meu mundo com menos cor.




Foi assim por anos e anos a fio

sem conseguir me dirigir pelo rio,

mas de certa forma, renasci e me encontrei comigo mesma

percebendo a vela, mesmo que discreta, ainda acesa.




Eu precisei de coragem

porque encarei de vez a sondagem

inundada pelo fogo para o observar à espreita

e para o vivenciar dentro de mim, dilacerando-me, sendo refeita.





Do carvão e do pó, eu percebi

a minha força que me preenche aqui

não havendo nada agora que possa derrubá-la,

desde que fui, com o passar da terapia, transformada.




A fênix ressurgiu

como o sinal de vida sentiu

percorrer minha alma

que agora se encontra em calma.




Calma por poder ser ela mesma,

sentir seja a angústia ou a alegria,

seja o desejo ou o amor com sintonia,

mas não é mais sentida a depressão porque me despedi de uma relação comigo mesma

mais apagada repleta de violência, culpa, vergonha e impaciência numa venda.




A angústia, a tristeza e a solidão foram aceitas

porque senão, como passar por dificuldades sendo eu mesma?

Respeito meu momento em toda a dimensão e possibilidade.

Eu me olho como fênix, para as cinzas de onde sai e para a minha verdade!



Verdade essa que me vejo podendo

da empatia e da auto empatia usufruir percorrendo

uma pessoa que está num constante processo,

mas que já se conscientizou do seu poder e esmero...




Poesia feita um pouco por dia... Primeira vez que fiz isso. Adorei!!

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