Circular Cintura

Circular aquela cintura.
Calcular aquela abertura
Da calça pra poder caber
Na circunferência a ver.

Deslizo a lástima com o sentir
Pelo meu caminho pessoal a partir
De uma viagem de descoberta
De uma validação bem interna.

A mágoa é como uma viajante possível,
Mesmo com a responsabilidade visível
Que me convida a salutar os horizontes
Para me amar e me desejar como antes.

O que aconteceu que tanto meu físico mudei?
O que tanto prevaleceu àquilo que ansiei?
Receios e anseios podem fazer as pazes,
Se em conflito os vejo em nome dos rapazes?

É angustiante não poder eu ver
Meu corpo como meu corpo
Porque é preciso reconhecer
Sem envaidecer como um corpo gordo.

Mesmo sendo ou nao, não é meu total.
Entristecendo ou não, sei que é real
Porque se nesse lugar posso ser eu mesma,
É possível dizer querer ser amada em inteireza.

Pessoalmente, incondicionalmente,
Parece até há alguns papo furado,
Que seja preciso me aceitar plenamente
Para, quem sabe, mudar algo almejado.

Não por uma cobrança de ser aos outros
Ou por não ser nada até que mude,
Sei que há um amor circulante sem estrondos
Como uma viajante que cultive saúde.

Numa dança circular, ciclo sem fim,
Quero me ver na sondagem de mim
Como uma pessoa repleta de verdade
Ao querer cobrir-me com calorosidade.

A viagem parece que não acaba aí
Por como processo se definir aqui
Ao ser tão pessoal que transcende
O que não é e é, mas não se rende.






Depois de fazer o poema, acabei de ver um anime incrível que tem muita relação com o que eu tentei escrever aqui. Se chama "Lookisn" na netflix. 

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